terça-feira, 27 de setembro de 2011

                                Introdução ao livro de Juízes


     "Os acontecimentos narrados em Juízes abrangem um período de 350 anos, desde a conquista de Canaã até imediatamente antes de Samuel, que ungiu o primeiro rei de Israel. O primeiro dos juízes apresentado no livro, Otiniel, aparece durante a geração imediatamente após Josué. Sansão, o último juiz no livro, foi contemporâneo de Samuel. Durante esse período, Israel foi oprimido internamente pelos cananeus e, externamente, pelos arameus, moabitas, midianitas, amonitas, amalequitas, amorreus e filisteus.
     Como os demais livros históricos do Antigo Testamento, Juízes pode ser visto como um sermão dirigido à comunidade da aliança em um tempo de crise...Juízes registra um período de ignorância e pecado grosseiros. O povo é descrito como instável e facilmente atraído à idolatria. Crimes bárbaros são descritos no livro.
     Deuteronômios já advertira que o resultado do afastamento de Deus para servir aos ídolos seria o tipo de sofrimento que sobreveio durante o período dos juízes. Deus parecia estar ausente e a terra se encheria de angústias. Israel necessitava de um Rei que pudesse lhes ensinar como guardar a sua aliança com o Senhor." (Bíblia de Genebra)
     "A ruína de Israel foi a conquista incompleta e o fracasso em exterminar os habitantes da terra...ficaram contentes em estabelecer-se entre os cananitas, e perderam o incentivo de possuir a terra toda. Juízes registra tanto o fato como os efeitos dos casamentos mistos, nos quais a questão do relacionamento de Javé com os deuses de Baal se tornaria um agudo problema familiar. Sempre que dois grupos de pessoas entram em contato há uma tendência inevitável para o sincretismo (fusão de concepções religiosas diferentes ou a influência exercida por uma religião nas práticas de uma outra.); identificam-se os deuses ou, no caso de um país conquistado, seus deuses vão para um lugar inferior no panteão dos conquistadores. Este processo, conquanto não seja consciente, nem deliberado, é real...O Deus de Israel, Javé, para a maioria dos israelitas, estava associado com o deserto em que haviam passado a juventude. A superioridade de Javé sobre Baal havia ficado demonstrada nas vitórias sobre os habitantes de Canaã. Contudo, os deuses das terra 'controlavam' a chuva, as fontes e a vegetação, de que os recém chegados dependeriam em seu futuro estabelecimento na terra. Pelo menos assim pensava o israelita típico, ainda mal liberto do politeísmo. Não houve um abandono consciente de Javé; contudo os casamentos mitos, a necessidade de prestar deferência às forças controladoras da fertilidade e o poderoso apelo do culto cananita à natureza mais baixa, e mais sensual tornaram-se fatores que conduziram, inevitavelmente, a um fácil sincretismo. Baal era identificado com Javé, e Javé passou a ser adorado, gradualmente, de acordo com as formas do culto a Baal.
     Intimamente associada ao que foi dito, houve uma queda no padrão da liderança...não houve alguém remotamente comparável a Moisés, Josué ou Finéias, até que Deus levantou Samuel. Ao apreciarmos estas comoventes histórias sobre os juízes, não ficamos cegos aos defeitos de seus caracteres, embora seja inquestionável a força de sua fé no Senhor. Eúde era um mero assassino covarde; Gideão fez o povo errar, após sua vitória sobre os midianitas; Jefté, com seu currículo pessoal infeliz, aparece como um oportunista, a despeito de suas muitas e admiráveis qualidades; e as histórias de Sansão entristecem-nos, ao invés de inspirar-nos, e deixam-nos pensando sobre o que ele poderia ter alcançado se, à semelhança de Calebe, houvesse perseverado "em seguir ao Senhor meu Deus" (Números 14:9). Percebemos aqui, a honestidade básica das narrativas bíblicas. Não existe nenhuma tentativa de disfarçar os principais personagens; suas faltas são claramente mencionadas, ficando o foco, em todo o texto, no Deus infalível, nunca no homem falível." (Arthur E. Cundall e Leon Morris)

4 comentários:

  1. Vamos começar a ler e estudar o livro de Juízes. Juízes retrata uma época de muitos pecados, muita ignorância, crimes,etc.
    Muito interessante essa introdução falando dos acontecimentos que 'provaram' o povo!
    Que Deus possa abrir nossos ouvidos e nossos corações para que tudo que aprenderemos aqui com esses texto seja colocada em prática em nossas vidas!

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  2. Vamos entrar agora no livro de Juízes. Pelo o que foi lido, parece que esse livro aborda um período de pecados terríveis por parte do povo. Achei interessante a questão de que a Bíblia não tenta disfarçar as faltas e pecados dos personagens.
    Que esse livro, assim como os outros, possa nos trazer muitos ensinamentos e que Deus continue nos abençoando no estudo desses livros!

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  3. Em todo o Antigo Testamento vemos as sérias consequências que esperam aqueles que viram as costas para Deus e cometem o pecado da idolatria.
    É interessante como, diferentemente do catolicismo, por exemplo, a Bíblia não enaltece a homens e seus feitos. O foco está sempre em Deus e nas suas verdades.

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  4. O livro de Juízes me parece um livro que mostra muitos pecados do povo, ainda mais de idolatria e pecados terriveis como crimes.
    Gostei da parte que fala que a palavra não oculta os pecados dos '' personagens'' porque eles são humanos e erram mas a diferença está no arrependimento.
    Que esse livro possa nos trazer muito ensinamentos e que possamos aplica-los em nossas vidas .

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