quinta-feira, 31 de março de 2011

                                    Deuteronômio 3


     Me impressionou muito, em meio a todas estas guerras e conquistas efetuadas pelo povo, a humildade de Moisés em reconhecer em Deus os feitos realizados. Só na região de Argobe, em Basã eles tomaram sessenta cidades. Os feitos que Moisés e o povo hebreu estavam realizando eram grandiosos, à ponto de ficarem conhecidos e temidos. Mas mesmo diante de todas estas conquistas militares, que deixaria orgulhosos qualquer líder de uma nação, Moisés exorta Josué, nos versos 21 e 22  de uma forma linda: "...os teus olhos vêem tudo o que o Senhor, vosso Deus, tem feito a estes dois reis; assim fará o Senhor  a todos os reinos a que tu passarás. Não os temais, porque o Senhor, vosso Deus, é o que peleja por vós."
     Moisés reconhecia, e exortava o seu sucessor a reconhecer também, que apesar de ser o povo quem impunhava as armas, era o Senhor quem entregava a eles os seus inimigos. O Senhor era quem determinava a vitória de Israel. Eles íam à guerra, faziam a sua parte conforme as ordens dadas, mas não consideravam as vitórias como obras próprias! Não! Era obra do Senhor! E não se gloriavam, reconhecendo que eram, como ouvimos no sermão de domingo, servos inúteis! A eles cabia obedecer, e deixar que o Senhor tomaria as rédeas da situação. Devemos imitar Moisés reconhecendo que nada vem de nós, que nossas maiores conquistas só são nossas, porque ele nos dá! Esta visão deve modificar a maneira que encaramos a vida, o valor que damos à nós mesmos e às nossas conquistas. Qual é a sua guerra hoje? Pelo que você tem lutado ultimamente? Quais os pedidos que você tem entregue ao Pai em oração? Saiba que, embora você deva se empenhar, empunhar as armas à sua disposição, é ele quem te dá a vitória. Longe de nós, portanto, todo o orgulho e jactância. Toda glória ao único que é digno!

quarta-feira, 30 de março de 2011

                             Deuteronômio 2


     Neste capítulo Moisés lembra ao povo que o Senhor os havia abençoado naquele "grande e tremendo deserto" e lhes havia dado vitória sobre seus inimigos Ogue e Seom. Lembrou a eles também que o Senhor não permitiu que eles atacassem os Edomitas, pois eram descendentes de Esaú, nem aos Moabitas e amonitas, por serem descendentes de Ló. Este texto nos mostra que como Soberano Senhor de toda a Terra, ele mesmo havia determinado os limites da possessão das terras do seu povo e dos outros povos também! Uma demonstração clara de que o Senhor não governa e rege com braço forte apenas os seus, mas toda a humanidade, toda a terra! Ele é o Senhor da história!
     Outro destaque que gostaria de fazer é da narrativa da vitória do povo sobre Seom, rei de Hesbom (versos 26 a 37). Primeiramente o Senhor ordena que mensageiros sejam enviados ao rei para pedirem passagem por suas terras. Lá no verso 30 porém, é narrada a negativa do rei Seom. O versículo diz que ele não quis deixar o povo passar, e em seguida explica porque. "...porquanto o Senhor, teu Deus, endurecera o seu espírito e fizera obstinado o seu coração, para to dar nas tuas mãos, como hoje se vê." Com estas palavras, a Bíblia nos ensina que o Senhor não é apenas Senhor da terra, de tudo quanto há, ou Senhor do seu próprio povo. Ele é Senhor sobre todos, e todos obedecem a ele, mesmo que não o percebam. Notem que no começo do verso diz que Seom não quis deixar o povo passar. Mas na verdade sua vontade foi alterada pelo eterno e secreto decreto e desígnio de Deus! Me fez lembrar aquele versículo de Provérbios 21:1 que nos ensina: " Como ribeiro de águas assim é o coração do rei na mão do Senhor; este, segundo o seu querer, o inclina. Servos ou não de Deus, crendo ou não nele, amando-o ou não, o coração do rei e de todo homem, crente ou ímpio está na mão do nosso Deus! E tudo isto com um único e santo propósito: a glória do seu nome!      
                            

terça-feira, 29 de março de 2011

                                    Deuteronômio 1:9 a 46

     Os discursos de Moisés expostos no livro de Deuteronômio, tinha o objetivo de ensinar à presente geração como já vimos, mas tinha também alguns outros em vista:
                 a. preparar o povo para a conquista de Canaã. Moisés os anima repetindo trinta e quatro vezes a frase:"Entrai e possuí a terra" e trinta e cinco vezes a frase:"A terra que o Senhor teu Deus te deu".
                 b. Apresentar ao povo os preceitos da lei de forma prática, a fim de que fossem incorporados à vida cotidiana deles em Canaã
                 c. Instruir ao povo quanto às conquistas que seriam feitas,ensiná-los a distinguir entre o falso e o verdadeiro profeta, mostrar-lhes as bênçãos decorrentes da obediência e em contrapartida, as maldições destinadas aos que descumprissem às ordens Dele.
                 d. Desafiar o povo a viver uma vida de santidade ao seu Deus. Não é à toa que se diz que Deuteronônio é basicamente a exposição do grande mandamento: "Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de toda a tua força." (6:5)
     Deuteronômio é muito mais que uma simples repetição da Lei. Ele explica os privilégios e as responsabilidades do povo para com Deus, mostrando que o Senhor sempre foi fiel para com o seu povo, não obstante a infideledade do povo para com Ele. É um livro que estimula a piedae e é uma exortação, recordando ao povo as graves consequências de esquecer-se do Senhor e afastar-se Dele!
                             

segunda-feira, 28 de março de 2011

                              Deuteronônio 1:1 a 8


     O livro de Deuteronômio foi escrito por Moisés 1406 anos antes de Cristo. Apenas o último capítulo, o 34, é atribuído à Josué. A palavra Deuteronômio tem origem grega e significa "segunda lei" ou "repetição da lei". O livro consiste em discursos feitos por Moisés, na planície de Moabe, quando o povo estava prestes a cruzar o rio Jordão para a conquista de Canaã.
     A primeira geração que saiu do Egito já havia morrido e a segunda, não presenciara as maravilhosas obras de Deus, por isso, Moisés as trouxe novamente à memória deles. Também quis recordar os preceitos da lei do Sinai, para que eles os entendessem, gravassem em seus corações e assim, ficassem protegidos das iniquidades dos cananeus. Grande lição para nós! O ensino e a repetição daquilo que já sabemos, reforça a Lei de Deus em nossos corações. Isso nos fortalece, nos ajuda a vencer nas horas difíceis da provação e nas investidas dos "cananeus" contra nós, com seu estilo de vida, suas crenças, suas filosofias mundanas! Que nunca nos cansemos de ouvir sobre as maravilhas de Deus, e nunca esmoreçamos quando formos alertados diversas vezes contra o pecado. É um grande privilégio quando Deus faz isso conosco. É demonstração de que Ele nos ama e quer nos trazer sempre para junto de si! 
     Que a leitura de mais este livro nos desafie a viver cada dia mais aos pés de nosso amado Senhor!
  

quinta-feira, 24 de março de 2011

                                      A pena capital


     Como bons Presbiterianos que somos, sempre que tivermos dúvidas quanto à qualquer assunto, devemos primeiramente consultar o que a Palavra de Deus nos ensina. Este foi um dos principais lemas da Reforma Protestante: Sola Escriptura! Temos também o privilégio de consultarmos os documentos de fé que abraçamos. Por isso neste post, quero começar mostrando o que a Confissão de Fé de Westminster o o Catecismo Maior falam a este respeito. No capítulo XXIII da Confissão de Fé de Westminster diz que Deus  "armou com o poder da espada" o governo civil com os seguintes objetivos:
              1. para a defesa dos bons
              2. para incentivo dos bons
              3. para castigo dos malfeitores
              4. para fazer licitamente a guerra, havendo ocasiões justas e necessárias
     No Catecismo Maior, as perguntas 135 e 136 jogam mais luz sobre o assunto:
              Pergunta 135_ Quais são os deveres exigidos no sexto mandamento?
              Resposta:...todo o cuidado e todos os esforços para preservar a nossa vida e a de outros.
              Pergunta 136_ Quais são os pecados proibidos no sexto mandamento?
              Resposta:...o tirar a nossa vida ou a de outrem, exceto:
                               a. no caso de justiça pública,
                               b. no caso de guerra legítima,
                               c. no caso de defesa necessária.
     "Sem sombra de dúvidas, temos que reconhecer  que a Confissão de Fé de Westminster considera  a justiça pública, como sendo a legítima aplicadora da pena capital, pelos padrões bíblicos de justiça, visando a santidade e a preservação, em última análise, da vida dos cidadãos." (Solano Portela, a pena capital e a lei de Deus)
     Precisamos deixar claro que a pena de morte foi instituída como lei civil em Israel para várias situações, como quando a pessoa era pega em adultério, quando violava o sábado, ou contra aquele que pecasse atrevidamente. Estas eram leis civis, marcadas por um Estado teocrata. Mas a pena de morte não se encaixa apenas nas leis civis ou cerimoniais, mas na lei moral de Deus. Por isso em vários textos no Novo Testamento é citado o poder do Estado em lançar mão da espada. Vejamos alguns que Solano Portela destaca em seu livro:
             1. Mateus 26:52_ Jesus disse: "...todos os que lançarem mão da espada, pela espada morrerão". Essa afirmação parece ser um reconhecimento tácito da legitimidade da aplicação da pena capital, com justa punição aos que vivem pela violência  e desrespeito à vida.
             2. João 19:11_ "...nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado...". Jesus reconhece que o poder de Pilatos de tirar a vida, vem do alto. Ele não contesta este poder,  mas o considera legítimo, ainda que aplicado ilegitimamente, no caso de Jesus...
             3. Atos 25:11_ Paulo, na sua defesa perante Festo, disse: "Se eu cometi algum erro e fiz qualquer coisa digna de morte, não me recuso morrer.". Verifique que:
                                  a. Paulo reconhece que existiam crimes dignos de morte.
                                  b. Paulo informa que não ofereceria resistência ao recibimento da pena de morte.
                                  c. Paulo, implicitamente, reconhece que alguma autoridade possuía o direito de condenar alguém à morte.
             4. Romanos 13:1_ e versículos seguintes_ O conhecido trecho, que especifica as obrigações do governo...coloca claramente a espada nas  mãos do governo, como instrumento legítimo de punição...
             5. I Pedro 2:13 e 14 "...sujeitai-vos à toda ordenação humana...". Os governos recebem  a autoridade das mãos de Deus...
             6. Apocalipse 13:10_ "Se alguém matar à espada, necessário é que  à espada seja morto.".  Em harmonia com a afirmação de Cristo, em Mateus 26:52, numa inferência de que o princípio de justiça da retribuição, continua válido no Novo Testamento.
     Não estamos discutindo aqui a relevância da pena de morte para a diminuição do índice de estatísticas de assassinatos. Este não é o seu objetivo. Como diz Norman Olson: "O ponto focal da discussão, do ponto de vista do crente, não é se a pena de morte serve ou não para a diminuição da criminalidade. Deus não a instituiu apenas para ser um "freio" com relação aos crimes. Ele a comanda porque a vida humana é sagrada. A vida é de Sua propriedade e o poder de tirá-la pertence a Ele.  Quando uma pessoa tira a vida de alguém ele está assumindo o lugar de Deus...Quando as pessoas se opõem à pena de morte com bases humanitárias, estão na realidade minimizando a Deus e Seus Mandamentos, sujeitando-o ao raciocínio humano.   Estes degradam a vida, pois não a consideram tão sagrada quanto Deus a considera. Não vêm o crime do ponto de vista de Deus."
     

quarta-feira, 23 de março de 2011

                                   Ainda sobre Números 35:9 a 34


     Para começarmos a falar a respeito da pena capital, precisamos entender alguns aspectos importantes da Lei de Deus. A Lei de Deus é apresentada amplamente nas Escrituras Sagradas, para mostrar ao homem, através dos séculos, quais são as suas normas e diretrizes, qual a sua santa vontade. A lei possui diferentes aspectos, e podemos dividi-la em basicamente três:
       1. A Lei Civil ou Judicial _ Foi a Lei dada à sociedade, ao estado de Israel. Sua finalidade era legislar a sociedade civil, o  estado teocrático de Israel. Era o próprio Deus governando diretamente seu povo. Eram leis temporais e necessárias para aquela situação específica, portanto, não se aplicam obrigatoriamente hoje à nossa sociedade. Na Lei Civil vemos como Deus deu ao povo definições de seus deveres e dos direitos de seu próximo. A lei judicial "não é obrigatória para o governo cristão, mas é modelo para o uso civil, encorajando o bom governo e a paz" (Mauro Meister). Ex.:os crimes contra a propriedade e suas respectivas punições.
        2. A   Lei Cerimonial _ Estas foram as leis dirigidas aos judeus para a fé no Messias que haveria de vir, tinha o objetivo de demonstrar ao homem a extrema santidade de Deus. Elas apresentavam as formas externas pelas quais o povo poderia demonstrar a sua fé. A Lei Cerimonial é repleta de símbolos, tipos e sombras das verdades espirituais reveladas e cumpridas em Cristo. Nos livros de Êxodo, Levíticos e Deuteronômios encontramos descritas as Leis Cerimoniais dadas aos Hebreus. Estudamos neles as leis acerca dos sacrifícios de animais, ofertas, sacrifícios pelo pecado, sacrifícios pacíficos, sacrifícios pelo pecado por ignorância, purificação após o parto, purificação de doenças, festas solenes, dias festivos, leis dietéticas, leis sobre como lidar com cadáveres e etc. Vemos nestas leis, o desejo de Deus em estabelecer distinções cruciais para diferenciar seu povo, e os povos que os cercavam. Povos imundos e idólatras! Estas Leis Cerimoniais apontavam para o Messias. Portanto, com a vinda de Cristo, foi cumprida e não se aplica aos nossos dias.
         3. A Lei Moral _ Representa a vontade de Deus para o homem, deixa claro quais são seus deveres para com o próximo e para com Deus. A Lei Moral está resumida nos Dez Mandamentos, e esmiuçada em toda a Bíblia. Ela é atemporal, serve para todos os homens, em todas as eras. Todos os homens serão julgados por ela! Representa a vontade imutável de Deus para a humanidade.
     Não estamos sob a Lei Civil de Israel, nem obrigados a cumprir as leis cerimoniais, pois já foram cumpridas em Cristo. Não estamos também sob a condenação da Lei Moral, pois esta diz que aquele que não cumpri-la integralmente morrerá. Estamos debaixo da Graça, Cristo cumpriu a Lei em nosso lugar, caso contrário seríamos condenados eternamente. O fato de estarmos debaixo da graça, não invalida a Lei Moral. Vejam o que Solano Portela diz em seu livro sobre a pena capital: "mas o que quer dizer 'não estar sob a lei de Deus'? Estamos em uma situação de total desobrigação para com ela? Vamos apenas subjetivamente 'amar', sem direcionamento ou ações concretas que comprovem este amor?...Devemos cuidar, para nunca entender essa expressão (estar sob a graça) como algo que invalida a Lei de Deus em nossos dias." 
     Ainda permanecemos sob a Lei Moral de Deus no sentido de que ela continua representando nossos deveres e obrigações para com Deus e com nossos semelhantes.  Várias linhas de pensamento afirmam que a moral é relativa, que varia de acordo com a época, a cultura, o país onde se vive. Mas as Escrituras afirmam que Deus é eterno e moral, Ele mesmo deu as diretrizes atemporais a serem seguidas, seja em que cultura for.
     Amanhã falaremos da instituição da pena de morte, e em que contexto ela se deu, para entendermos que esta não é uma lei temporal, mas atemporal, que deve continuar a ser obedecida em todas as épocas!
     Gostaria que nos comentários a serem postados, vocês escrevessem com suas próprias palavras  um resumo dos três tipos de Leis que abordamos hoje: Lei Civil, Lei Cerimonial e Lei Moral.

terça-feira, 22 de março de 2011

                              Números  35:9 a 34


     Vemos neste texto uma descrição detalhada sobre como lidar com os casos de homicídios, e o que se deveria fazer aos culpados. Ele começa no verso onze, ordenando que se edifiquem as chamadas cidades refúgio para acolher o homicida que matasse alguém involuntariamente. Percebam as palavras em negrito! Um homicida involuntário é aquele que, segundo descrito nos versos 22 a 29, mata alguém ser querer! É o que na nossa lei é chamado de homicídio culposo, onde não há maldade, dolo, intenção de matar. Mesmo sem ter 'procurado a vítima para o mal', mas se este viesse a morrer, o responsável era julgado e mandado para a cidade refúgio, de onde não poderia sair de forma alguma. Ele também era chamado de homicida. Neste caso, o vingador -pessoa da família da vítima que era designado para executar justiça, matando o homicida- não poderia apanhá-lo. Estava protegido na cidade refúgio. Mas se o homicida saísse de lá, e o vingador do sangue o encontrasse fora dos limites da cidade, poderia matá-lo e não seria culpado do sangue .
     O homicida deveria se abrigar na cidade refúgio por tempo indeterminado. Sua pena não tinha fim, a menos que o sumo sacerdote morresse. Quando isto acontecia, havia uma mudança na condição jurídica do homicida, o réu não estava mais sujeito à pena imposta por causa do homicídio que cometera involuntariamente.
     Todos estes detalhes nos mostram quanto vale a vida humana aos olhos de seu Autor! E olha que estamos falando de um homicídio sem a intenção de fazê-lo! Amanhã trataremos dos casos onde o homicídio é cometido com intenção e nos aprofundaremos um pouco mais no assunto.
     

segunda-feira, 21 de março de 2011

                                     Números 34, 35 e 36


     "Prevendo a imediata entrada dos israelitas na terra prometida, Moisés deu-lhes várias ordens. Exortou-os a expulsar completamente os cananeus, pois se não o fizessem, estes lhe seriam por "espinhos" nos olhos e "aguilhões nas ilhagas. Nomeou líderes que estariam incumbidos da partilha de Canaã. A  divisão seria por sorteio e em proporção ao tamanho das tribos. Os levitas não receberiam nada, visto que teriam que servir a todo o Israel. Não obstante, receberiam quarenta e oito cidades disseminadas por Canaã. Três cidades foram designadas para refúgio...
     Números termina apresentando as leis referentes à herança nos casos em que a mulher  se casasse com um israelita fora da tribo a que ela pertencia. Para conservar os termos das tribos, as mulheres herdeiras de patrimônio  paterno não deveriam casar-se fora de sua própria tribo. Assim o livro de Números termina com a expectação da entrada iminente em Canaã." Paul Hoff
      Amanhã falaremos um pouco sobre as penas para homicídios ordenadas e descritas no capítulo 35:16 a 34, e só então começaremos nossa caminhada pelo livro de Deuteronômios

sexta-feira, 18 de março de 2011

                               Números 33


     Num breve resumo, nos é apresentada aqui a forma tremenda como o povo foi libertado do Egito, e suas peregrinações. É impressionante perceber a quantidade de acampamentos pelos quais o povo passou nestes quarenta anos! Muitas vezes criticamos o povo hebreu por suas inúmeras murmurações, mas esquecemos as condições difíceis em que eles viviam. Imagine levantar acampamento com doze tribos, com milhares de pessoas cada tribo (só a tribo de Manassés tinha 52.700 homens, fora mulheres e crianças), milhares de animais...era preciso uma logística incrível. Não que estas dificuldades todas fossem motivo para a murmuração e rebeldia. Quero apenas comparar a situação deles com a nossa. Como somos piores que eles!! Ao passarmos por provas muito menores, não toleramos, nos sentimos esgotados, achamos injusto estarmos passando por isso. Mesmo que não falemos, muitas vezes pensamos ou sentimos assim. Fico pensando se a nossa geração, tão viciada em conforto, bem estar e mordomia, fosse obrigada a passar as privações que aquele povo passou. Certamente nem nós, nem a geração vindoura herdaria a Terra. 
     Este é um ensino para nós. Toda vez que estivermos passando por tribulações, privações, frustrações, decepções, problemas de saúde, ou seja lá o que for, devemos nos lembrar das dificuldades que nossos irmãos na história passaram. Basta ler a Bíblia para ver que a vida dos grandes servos de Deus sempre foram de muitas lutas, derrotas, dores, morte. E nem precisamos ir tão longe. Basta deixarmos de ser egoístas e parar de olhar só para os nossos problemas, e veremos pessoas lidando com tragédias e dramas que sequer sonhamos...somos muito mal agradecidos e egoístas. Não sofremos sequer uma pequena parte de tudo aquilo que poderia nos atingir, mas não atinge pela graça de Deus, e nos achamos os mais sofredores de todos os homens. Ingratos, é o que somos.

quinta-feira, 17 de março de 2011

                                  Números 32


     As tribos de Rúben e Gade e a meia tribo de Manassés reivindicavam um lugar para seu gado e para edificar cidades ao leste do Jordão, um pedaço de terra já conquistado, fora de Canaã. Moisés os advertiu que esta atitude poderia desanimar o povo. Poderia parecer uma deserção. Para que assim não ficasse configurada a atitude destes, Deus, através de Moisés, lhes impôs uma condição. Eles deveriam se estabelecer no local já conquistado, e depois armar seus homens e seguir com o retestante do povo para a conquista de Canaã, que estava às portas.
     O que me impressionou neste texto, foi a forma como Deus os instou a cumprir aquilo que haviam prometido: "Porém, se não fizerdes assim,eis que pecastes contra o Senhor;  e sabei que o vosso pecado os há de achar." (v 23). Que terrível advertência! Devemos levar em consideração que Deus não é homem. Por vezes nos comprometemos com alguém, empenhamos nossa palavra, mas por um motivo ou outro, não cumprimos o contratado, aquilo que foi firmado. Principalmente em nossa cultura ociental, a palavra de um homem não vale lá grandes coisas. Dizemos que vamos à tal lugar e não vamos. Marcamos um horário e simplesmente não o cumprimos. Prometemos diante de Deus e da Igreja, no batismo de nossos filhos, criá-los para o Senhor, mas os abandonamos nas mãos de creches e de ímpios para ensiná-los a amar o presente século. Prometemos permanecer casados na pobreza, doença e na tristeza, mas nos divorciamos com tremenda facilidade. Devemos atentar, que o nosso Catecismo Maior, em sua pergunta nº151, nos adverte que existem circunstâncias que tornam uns pecados mais grave que outros. Os pecados se tornam ainda mais odiosos diante de Deus se: "as ofensas forem diretamente contra Deus...contra superiores...e a quem devemos favores;...contra o bem geral de todos ou de muitos." Se Rúben e Gade não cumprissem sua promessa, incorreriam nestes agravantes.
      São tantas as promessas, são tantas palavras empenhadas. Não nos damos conta que não estamos lidando com homens, mas com o Juíz de toda a Terra. Que a verdade estabelicida, e o contrato firmado, para Ele, é coisa certa. E que quando não cumprimos o prometido, a ameaça é terrível: "...o vosso pecado vos há de achar". Que o Senhor nos ajude a termos discernimento e a noção exata de quem ele é, e do que exige de nós para não sermos achados em falta!

quarta-feira, 16 de março de 2011

                                   Números 31


     O evento de Peor fora uma triste marca para os israelitas.Conforme estudamos em Números 25, aconselhados pelo profeta Balaão, os midianitas seduziram o povo  hebreu à imoralidade sexual e à idolatria. E o povo caiu. Se prostraram a Baal, que era um deus pagão, adorado em toda a região do mar Mediterrâneo oriental e que assumia características diferentes em cada local de adoração. Por esta causa, seu nome variava de acordo com a região e forma de adoração, neste episódio, Baal-Peor. O povo curvou-se também à segunda tentação dos midianitas: suas mulheres. Tudo isto acendeu a ira do Senhor, que enviou praga ao povo, matando dentre eles vinte e quatro mil homens!
     Estes terríveis acontecimentos de Baal-Peor era um exemplo claro de como o povo da aliança estaria exposto, durante todas as suas peregrinações, às influências de povos pagãos ao seu redor. Foi um episódio tão marcante e emblemático, que foi citado diversas vezes ao longo da história do povo de Deus (Dt 4:3;  Js 22:17; Sl 106:28; Os 9:10).
     No capítulo 31, a vingança do Senhor contra este povo é executada. A ordem era para eliminar as mulheres que haviam contaminado o povo, e todos os homens e meninos, uma prática comum para evitar que o povo crescesse novamente. No caso de Midiã, uma parte da nação escapou e mais tarde veio a ser um grande opressor de Israel(Juízes 8-9).
     Esta guerra santa narrada no capítulo 31 mais uma vez nos alerta sobre a seriedade do pecado e suas devastadoras conseqüências. O exército foi acompanhado pelo sacerdote e pelas trombetas sagradas justamente com este objetivo: inculcar no coração e mente dos hebreus quão grave é o pecado da prevaricação contra o Senhor (prevaricar-1.faltar ao dever. 2. Faltar, por interesse ou por má fé, aos deveres do seu cargo, do seu ministério. 3.  Torcer a justiça. 4. agir ou proceder mal; incorrer em falta; errar. 5. perpetrar adultério).
     Hoje vivemos situações muito semelhantes. Somos um povo santo, separado, mas que vive em suas peregrinações pelos desertos desta vida. Estamos sempre cercados de 'midianitas' tentando nos corromper, nos passar sua forma de viver, nos apresentar os seus ídolos, seus deuses, suas 'mulheres', sempre tentando nos fazer prevaricar contra nosso Senhor. A primeira lição que temos é de não nos misturarmos. A segunda, mostrada neste capítulo, é que devemos extirpar toda e qualquer semente deste pecado que um dia nos fez cair, que se for  guardada, um dia poderá vir a florescer, como os midianitas mais tarde, e ser um grande problema para nós. Que estejamos firmes nesta luta! Aqueles pecados contra os quais já lutamos e vencemos, devem estar bem distantes de nós, mortos, para que não caiamos novamente em suas garras. É por isso que a nossa vida espiritual é descrita como uma verdadeira guerra. Guerra de vida ou morte!

terça-feira, 15 de março de 2011

                                  Números 30


     Impressionante a importância dada à autoridade do pai na vida de uma moça, ou de uma marido na vida da esposa. Ele tinha o poder de não permitir que ela cumprisse seu voto feito a Deus, ele poderia não concordar com o votado, e assim a mulher ficava desobrigada de cumpri-lo. 
    Quanto à mulher divorciada ou viúva, por não ter nenhuma autoridade masculina sobre si, estaria obrigada a cumprir-lo. Uma clara demonstração que a mulher viúva e divorciada estava descoberta, desprotegida, vulnerável. Pois este mesmo foi o objetivo do Senhor com o casamento e a submissão da mulher ao pai e ao marido: PROTEÇÃO! O homem é o cabeça da família e dentre as suas funções, a principal é protegê-la e dar sua vida por ela.
      "A lei do Senhor é perfeita...", diz o salmista!  Muitas vezes não entendemos e até discordamos daquilo que a Palavra de Deus dispõe como o papel do homem, da mulher e dos filhos na família, mas a única forma de viver plenamente feliz em família é obedecendo aos mandamentos do Senhor, que são perfeitos. Seu marido é um homem difícil? Seus pais impacientes e injustos? Sua esposa difícil de ser dirigida? Seus filhos rebeldes e atrevidos? A Palavra de Deus precisa ser o parâmetro para nossa vida familiar. Cada um de nós deve saber qual o papel designado por Deus em sua Palavra, e desempenhá-lo para a sua glória dentro de casa! Independente do outro. Não preciso que todos ajam de forma correta comigo para que, só então, eu faça o que a Bíblia diz. Pelo contrário, como ouvimos na pregação de Tiago 2:2 a 4, é em meio à dificuldade e tribulação que precisamos demonstrar nossa filiação e adoção. É aí que precisamos demonstrar que somos filhos do Deus Altíssimo. Como posso lidar com um marido insensível e duro, com filhos desobedientes e ingratos, pais arrogantes e esposas insubmissas? Cumprindo o MEU PAPEL, e sem esperar o mesmo deles, seguir em santidade e honra diante de Deus! 

segunda-feira, 14 de março de 2011

                               Números 28 e 29


     Nestes dois capítulos vemos a repetição resumida das leis dos sacrifícios regulares e das celebrações instituídas por Deus. Há a necessidade de que, antes de entrarem na Terra Prometida, os israelitas ouçam novamente que suas vidas deveriam girar em torno do serviço e da obediência ao Senhor.
     Mais uma vez devemos nos lembrar que tudo isto era um exercício de fé na promessa que ainda iria se cumprir :a vinda do Messias. Todo este imenso trabalho de sacrifícios intermináveis só tinham algum valor pela fé. O sangue de bodes jamais poderia limpar qualquer pecado, o menor que fosse.

quarta-feira, 2 de março de 2011

                                      Números 27


     Neste capítulo Deus leva Moisés ao monte Abarim e o convida a avistar a Terra Prometida. Lá  de cima Moisés pôde contemplar a realização da promessa feita por Deus há tantos anos. Ali Deus diz a Moisés que é hora de morrer, e por qual motivo isto aconteceria: ele fora rebelde ao mandado de Deus em Meribá. Lembremos aqui de um ensino recorrente: embora Deus perdoe os pecados, e nos receba em seus braços, como Pai responsável e amoroso, ele não tira a consequência de sobre nós
     Diante da sentença de morte, Moisés mais uma vez mostra que era um homem santo. Ele não pede clemência, não lamenta, não reclama, não se rebela. Ele simplesmente se submete ao juízo de Deus, reconhecendo que pecou. E naquele momento final nos dá uma linda lição. Qual foi sua única preocupação? Seu único e derradeiro pedido foi para que o Senhor designasse uma líder, um verdadeiro pastor que conduzisse o povo. Moisés poderia ter indicado um de seus filhos, Gérson e Eliézer. Poderia ter ele mesmo escolhido qualquer outro homem que achasse ter condições para dirigir o povo. Poderia também ter pedido ao povo que escolhesse seu líder. Mas Moisés, melhor do que ninguém, conhecia a dificuldade e a árdua tarefa que era conduzir o povo de Deus.  Ele reconhece que tanto o seu critério como o do povo poderiam estar errados. Então ele pede que o próprio Deus que escolha um homem!
     Moisés não se preocupou consigo numa hora em que o ser humano costuma ser tão egoísta: a hora da morte! Ele se preocupou com o povo de Deus. Que o Senhor esteja levantando pastores assim . Homens que se preocupem com o bem e a salvação do povo de Deus, homens que sejam escolhidos pelo próprio Deus para conduzir o povo DELE à Terra Prometida, à Canaã celestial! E que nós, que não somos pastores, também aprendamos a colocar o bem espiritual de nossos irmãos à frente de nossos 'direitos'e vontades. Que o Reino de Deus esteja em primeiro lugar em nossas vidas, e não nós mesmos! 

terça-feira, 1 de março de 2011

                                  Números 26


     " A geração que havia sido contada no primeiro recenseamento já havia morrido, com exceção de  Moisés, Josué e Calebe.  Os israelitas fizeram novas listas por motivos militares e em preparação para a partilha de Canaã. O segundo recenseamento indicou que o número total dos israelitas não havia diminuído muito.  Havia  dois mil homens menos que no primeiro censo  levantado havia  trinta e nove anos." Paul Hoff
     Notem que a tribo de Rubem, que sofrera perdas por causa da revolta de Datã e Abirão, estava aos poucos se recuperado, sendo quase tão numerosa quanto no primeiro censo. Neste texto também são citados os filhos de Corá (ou Coré), mostrando que sua descendência permaneceu.
     A tribo que teve a maior redução do número de guerreiros, foi a tribo de Simeão  que no primeiro censo contou sessenta mil homens, e agora  pouco mais de vinte e dois mil.  Isto demonstra que além de seu líder ter sido morto na sedução dos midianitas (capítulo 25), outros milhares de simeonitas morreram nas mesma circunstâncias. O pecado destes homens atingiu em cheio toda a tribo de Simeão.  
     Isto nos faz pensar que não vivemos isolados no meio cristão. Nossas atitudes de santidade trazem bênção e prosperidade para todos à nossa volta. Da mesma maneira, nossa desobediência e pecado  são devastadores não só na nossa vida, mas na de nossos familiares, amigos e principalmente no povo de Deus. Quando pecamos, todos que estão por perto sofrem as consequências diretas ou indiretas da nossa rebeldia. Observe e liste aqueles pecados contra os quais você tem lutado ultimamente  (ira, rebeldia, falta de amor ou perdão, impaciência, gritaria,  orgulho, mentira, preguiça...) e tente  observar como estes pecados têm atingido em cheio as pessoas que você ama, e pelas quais você deveria dar a sua vida. Somos chamados à edificar o Corpo de Cristo, ajudá-lo a se tornar cada vez mais santo, e não empurrá-lo precipício abaixo.  Que nos preocupemos sempre não só com as consequências que o nossa pecado trará diretamente à nós, mas quais frutos podres darão naqueles por quem Cristo derramou seu precioso sangue. Esta responsabilidade é toda nossa!