quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

                                    Números 7


     Com sincera devoção ao Senhor, os doze príncipes das doze tribos de Israel trouxeram ofertas espontâneas e generosas. Assim deram exemplo aos mais ricos do povo, para que aprendessem a sustentar a casa de Deus. As ofertas foram feitas ao ser ungido o altar, ao consagrar o tabernáculo e seus vasos.
     Podemos tirar duas rápidas e preciosas lições deste momento especial de ofertório:
     a) A Bíblia menciona detalhes dos donativos feitos, o que nos mostra que Deus nota, dá atenção, a todos os detalhes de nossa vida. Deus está particularmente interessado em cada parte dos serviços espirituais que prestamos a ele!
     b) Deus poderia sustentar milagrosamente o tabernáculo, os sacerdotes e os levitas. Ele poderia fazer aparecer do nada os carros de bois, os utensílios etc. Mas ele sempre quer usar seu povo como instrumento para abençoar. Ele pretende com isso tornar seus filhos desapegados das coisas materiais. Ele quer que entendamos que qualquer coisa que tenhamos nesta vida, não só nos foi dada por ele, como também não são nossas. Estão conosco para sermos canais de bênção para seu povo. A generosidade e o desapego são preciosas lições que o povo de Deus deve exercitar ao longo de sua caminhada!
     
     

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

                                    Números 6


     Nos primeiros 21 versos deste capítulo, vemos a descrição dos votos do nazireado. A palavra nazireu significa 'separado' ou 'consagrado'. Este era um voto que se fazia ao Senhor voluntariamente, salvo em casos especiais como o de Sansão. Este voto poderia ser feito por um tempo determinado, ou poderia ser um voto perpétuo, para toda a vida, como no caso de João Batista. O objetivo do voto do nazireu era viver em maior santidade, consagrando-se a Deus.
     Eram três as exigências que um nazireu deveria cumprir, e cada uma delas tinha o seu significado:
     a) O nazireu tinha que, no período do seu nazireado, se abster do vinho e de todo fruto da vide. A uva e o vinho eram considerados elementos que traziam alegria e prazer ao homem. Abstendo-se, o nazireu estava declarando que nada nesta vida poderia lhe proporcionar a alegria que a comunhão com Deus lhe dava. Além disso, ele, como o sacerdote, deveriam se afastar da bebida para estar em melhores condições, donos de suas atitudes, para melhor servirem a Deus.
     b) Os cabelos não deveriam ser cortados. Esta atitude servia para mostrar que  o nazireu não estava preocupado com adornos humanos, era também uma demonstração pública, para que todos pudessem ver, que aquele homem havia tomado o voto, e que consagrara sua vida a Deus. 
     c) Ele não poderia tocar um corpo morto, nem se a pessoa fosse da família, porque o nazireu era santo para o Senhor, assim como o sacerdote. Esta proibição era feita porque Deus queria ensinar ao seu povo que a morte deveria ser lembrada como a pena para o pecado e também era uma medida para se prevenir doenças no arraial. 
     Todas estas considerações sobre o voto do nazireado, me fazem pensar em que atitudes tomamos hoje, conscientemente, para nos santificarmos a Deus. Será que nos preocupamos em buscar nossa satisfação em Deus (a)? Será que temos uma marca distintiva dos demais (b), que quando olham pra nós, pela nossa aparência, nos distinguem dos demais? Minha preocupação excessiva com a aparência tem me feito dar maior importância ao que é visto pelos homens do que o que é visto por Deus? Tenho me aproximado demais e até ousado 'tocar' em coisas impuras(c)? Hoje não deixamos nosso cabelo crescer, nem deixamos de tomar vinho ou de vestir nossos mortos, mas que atitudes práticas temos tomado para nos diferenciarmos do mundo? Do que precisamos nos afastar ou nos abster para estarmos mais santos, mais perto de Deus?
     Assim como o povo levava sobre si o nome do Deus da aliança, quando aquela bênção sacerdotal era pronunciada, devemos vigiar, para sermos achados dignos de tomar este santo nome sobre nós!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

                                    Números 5

     Vemos aqui a lei referente a expulsão dos impuros de dentro do arraial do povo de Deus. O âmago destes versículos se encontra no finalzinho do terceiro: "...para que não contaminem o arraial, no meio do qual eu habito." Para preservar o povo das impurezas físicas e daquelas causadas pelo pecado, a lei era clara: lançar a pessoa para fora do arraial.
     Também no Novo Testamento, vemos exemplos claros de que Deus pretende conservar seu povo distante das influências dos que se dizem parte do povo de Deus, mas na verdade não o são. Em I Coríntios 5, vemos Paulo exortando aquela igreja a tomar providências severas no caso do rapaz que estava em adultério com sua própria madrasta, leiam o texto e vejam as semelhanças com a ordenança de Números: "Geralmente, se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios, isto é, haver quem se atreva a possuir a mulher de seu próprio pai. E, contudo, andais vós ensoberbecidos e não chegastes a lamentar, para que fosse tirado do vosso meio quem tamanho ultrage praticou?" Também em Mateus 18:15 a 20, Jesus ensina a lidar com o pecador impenitente (aquele que, mesmo advertido não se arrepende):"Se teu irmão pecar contra ti, vai arqüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano." Considerar alguém assim significa exatamente excluí-lo do corpo de Cristo. Paulo ainda fala em entregá-lo a Satanás, e sobre isso, Calvino argumenta:"Porque 'entregar a Satanás' é uma forma adequada de descrever a excomunhão; visto que, enquanto Cristo reina dentro de sua Igreja, Satanás reina fora dela...portanto, em virtude de sermos recebidos à comunhão da Igreja e de permanecermos nela na condição de que estamos sob a proteção e responsabilidade de Cristo, afirmo que a pessoa que é afastada da Igreja está, de certa forma, entregue ao poder de Satanás, porquanto se acha alienada e excluída do poder de Cristo."  
     No comentário sobre Mateus 18, a Bíblia de Genebra ressalta outro aspecto importante sobre o que significa considerar um pecador contumaz  como gentio e publicano."Tais indivíduos devem ser cortados da comunhão e suspensos das plenas relações sociais com outros irmãos." Esta medida nos remete de novo ao nosso texto de Números. Afastamento total! Não só para evitar a contaminação, mas para nos lembrar o tempo todo da seriedade do pecado, e como ele deve ser exemplarmente punido.
     Na seqüencia do texto de Números(11 a 30), vemos outro exemplo de que o pecado, mesmo que não houvesse sido presenciado por ninguém, deveria ser punido. Era o caso da suspeita de adultério. Na dúvida, o caso não deveria ser 'abafado', mas levado ao sacerdote para que a verdade viesse à tona. E o principal motivo de toda esta seriedade tanto no Novo, quanto no Antigo testamento é um só: Deus habita no meio do seu povo!         

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

                                     Números 3 e 4


     Primeiramente vemos no capítulo 3, Deus requerendo no lugar dos primogênitos, a consagração dos da tribo de Levi. Eles ficaram incumbidos de cuidar do tabernáculo, e do ministério nos aspectos externos, enquanto só os sacerdotes oficiavam o culto cerimonial. Os filhos de Levi eram três: Gérson, Coate e Merari. Estes descendentes formavam três divisões, e cada uma tinha uma tarefa específica. Seus deveres eram ajudar no transporte do tabernáculo quando o povo mudava o lugar de acampar no deserto, e formar guarda quando estivessem parados. Cada grupo era responsável pelo transporte de materiais específicos, designado pelo próprio Deus, numa demonstração clara da profunda reverência com que as coisas relacionadas ao culto deveriam ser manejadas.
     Da mesma forma, no Novo Testamento, Deus orienta a sua igreja a escolher líderes de acordo com os critérios da Escritura. Lemos em I Timóteo 3:1 a 13, as condições exigidas, não por nascimento, como os levitas, mas agora com qualificações específicas que estes homens tinham que demonstrar como forma de confirmar o chamado de Deus para exercer o ministério. Note que um homem quando vai para o seminário, por exemplo, já deve demonstrar todas aquelas características. Eles não devem desenvolvê-las com o tempo de ministério! São condições para ingressar no sagrado ministério.
     Neste texto vemos também, como em Números, a divisão do trabalho na casa de Deus, vemos o próprio Deus organizando a sua Igreja. Os pastores e presbíteros no encargo da ministração da Palavra, do ensino e do pastoreio, os diáconos cuidando da parte da assistência aos mais pobres da igreja. Tudo instituído por Deus para o bom andamento da igreja, da forma que ele mesmo determinou que fosse. Fugir a estes padrões escriturísticos é incorrer em grande erro!


       

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

                                     Números 2


     Vemos aqui a divisão e localização das tribos no acampamento dos Israelitas. A tenda da congregação ficava no meio, e nela os levitas. Eles foram organizados em quatro acampamentos com três tribos em cada acampamento. Cada acampamento tinha uma tribo que os conduzia, e Judá conduzia todas. Durante as marchas pelo deserto, as tribos deveriam seguir umas às outras na mesma ordem que Deus determinara.
     A posição de liderança de Judá devia-se ao fato de ser a maior tribo, com 74.600 homens. Era uma organização militar, cada tribo tinha sua posição no acampamento e tinha seu comandante, designado diretamente por Deus. O próprio Deus era o chefe supremo deste exército e estava literalmente no meio dele! Ele mesmo dirigia os movimentos do povo através da nuvem, o que leremos mais tarde.
     Tudo isto tinha um plano! A chegada do povo à terra prometida, para que ali fosse cumprida a promessa que Deus fizera a Abraão em Gênesis 13:14 a 16, "Ergue os olhos e olha de onde estás para o norte, para o sul,para o oriente e para o ocidente; porque todas essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre. Farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência." A conquista da terra de Canaã estava diretamente ligada à promessa da redenção! Ali era o lugar prometido, para onde o povo deveria se dirigir, através de muitas guerras e lutas, e mortes, a fim de fixar o povo seria a linhagem do Redentor, do Messias prometido!
      Dá para vermos a semelhança desta caminhada com a nossa! Como eles, somos um povo rebelde e contumaz, caminhando como peregrinos, numa terra estranha, rumo à Canaã celestial. E é por meio de várias lutas, que nos importa chegar à esta prometida Cidade. Mas é Deus mesmo quem está em nosso meio, nos guiando por seu decreto eterno, nos preparando através de suas ordens diretas, para as guerras que teremos que enfrentar, para finalmente chegarmos à terra que mana leite e mel! Que analogia maravilhosa, que deve encher o nosso coração de esperança e alegria. Pois assim como Deus levou os Hebreus à bom termo, fazendo-os chegar em segurança ao seu destino final, assim também nós, apesar das provações e testes que passamos neste mundo, da luta, muitas vezes sangrenta que travamos com nosso inimigo e conosco mesmo, temos a garantia que habitaremos seguros!  "Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe...então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: "Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram." Apocalipse 21:1, 3 e 4

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

                                      Números 1

        Os relatos que encontramos em Números também foram escritos por Moisés. Os acontecimentos descritos aqui ocorrem 13 meses após a saída do povo do Egito. Eles passaram quase um ano no Sinai, onde receberam a lei, construiram o tabernáculo e agora estavam prontos para marchar pelo deserto rumo à terra prometida. Aliás, o nome deste livro no original hebraico significa "no deserto". Números é uma versão grega por causa dos dois censos realizados, o primeiro assim que o povo começa sua marcha, e o segundo ao chegar à terra prometida.
     Segundo Paul Hoff, " Numeros é um dos livros mais humanos e tristes da Bíblia. Mostra como os hebreus fracassaram em cumprir os ideais que Deus lhes havia proposto...perderam a pequena fé que haviam tido e quiseram voltar ao Egito. Daí começaram suas peregrinações que duraram trinta e oito anos. Não obstante, Números relata detalhadamente só a história do primeiro e do último ano, pois nos anos intermediários de apostasia nada aconteceu de valor religioso permanente. É uma história trágica de falta de fé, de queixas, murmurações, deslealdade e rebelião. Como consequencia, quase toda a geração que havia presenciado as maravilhas do livramento do Egito pereceu no deserto sem entrar na terra prometida. Somente três homens, Moisés, Josué e Calebe, sobreviveram até ao fim do relato do livro. E somente dois dos três, Josué e Calebe, entraram em Canaã."
     Se vocês somaram, vão perceber que o número de homens de 20 anos para cima era de 603.550, sem contar os da tribo de Levi, mulheres e crianças. Era uma imensa multidão, por isso era necessário estabelecer leis e ordem e organizar as tribos. Este foi o objetivo do censo neste primeiro capítulo. Israel estava se dirigindo para tomar a terra de Canaã e precisava arrolar os homens e prepará-los para a guerra. A tribo de Levi era isenta do serviço militar obrigatório. Eles deveriam cuidar das coisas sagradas do santuário, e eram a guarda especial do Tabernáculo.
     Através da leitura deste livro sagrado, vamos aprender como Deus supria as necessidades do seu povo e os livrava dos seus inimigos, apesar das queixas e murmurações, da falta de fé e da ingratidão de Israel.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

                                     Levíticos 27


     Ao findar o livro de Levíticos, ficamos com as últimas recomendações e desta vez em relação aos votos feitos a Deus. Estes votos eram feitos em gratidão a Deus por alguma bênção recebida, por terem sido libertos de algum mal, ou em momentos de grande aperto.
     Tudo o que se oferecia ao Senhor num momento de devoção religiosa, pertencia a ele. Não era obrigatório fazer votos ao Senhor, mas uma vez feito, era necessário cumpri-lo.
     Além daqueles que votavam e não cumpriam, existiam também aqueles que empobreciam a sua família consagrando a Deus tudo que possuíam, deixando-os desamparados. É o que o texto de Marcos 7:11 e 12 diz quando Jesus condena os homens que diziam: corbã (oferta ao Senhor), e se isentavam de cuidar dos pais. Eles usavam o dinheiro que eles achavam que seria o montante para cuidar dos pais na velhice e ofereciam ao Senhor e mandava seus pais embora, achando-se desobrigados de cuidar deles. Ou seja, ao invés de pagar ao Senhor o prometido, e gastar outro tanto cuidando dos pais, eles colocavam a palavra corbã em ação e deixavam a família desamparada. Que ganância tão grande guardamos em nossos corações. Queremos agradar ao Senhor, mas nem tanto! Queremos cuidar de nossos pais ou cumprir nossas obrigações cristãs, mas se for possível fazer só uma das coisas e nos poupar de outra, saímos no "lucro".
     O ensino que nos salta aos olhos é que o Senhor não é como nós. Muitas vezes somos levianos. Dizemos que faremos o que sabemos que não temos condições de fazer. Nos comprometemos com pessoas que já sabemos que não poderemos ajudar. Empenhamos nossa palavra com algo que não estamos nada dispostos a cumprir, mas para não magoar alguém, ou para não frustrar espectativas dizemos que iremos sim, que faremos sim, mas lá no fundo, sabemos que não iremos, que não faremos. Mentimos sem perceber. Lembremo-nos sempre que Deus requer a verdade de nós. Sejamos verdadeiros quanto às nossas intenções também, façamos disto uma prática diária. Não podemos pensar uma coisa, prometer outra e ao fim, fazermos outra. Nosso sim tem que corresponder à um sim. Nosso não tem que corresponder à um não. Isto se aplica à nossa vida com o nosso próximo e à nossa vida com Deus. Estejamos atentos àquilo que votamos e prometemos!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

                                    Levíticos 26:40 a 46


     "Mas se confessarem a sua iniquidade e a iniquidade de seus pais..." Que maravilhosa promessa de perdão! A Palavra de Deus nos garante que se confessarmos os nossos pecados, se nosso coração incircunciso se humilhar, então ele se lembrará da aliança feita com seu povo.
     Apesar da promessa de perdão, Deus em momento nenhum nos isenta de nossas responsabilidades nos atos que cometemos. Quando a palavra diz que "tomarão eles por bem o castigo da sua iniquidade, visto que rejeitaram os meus juízos e a sua alma aborreceu dos meus estatutos", fica claro que o pecado não é coisa de menor importância, fica claro a gravidade do pecado. Deus perdoa, trás o povo para junto de si, mas em momento nenhum promete retirar de sobre nós as consequencias terríveis dos pecados que cometemos. Repare que o Senhor diz que "mesmo assim, estando eles na terra dos seus inimigos, não os rejeitarei, nem me aborrecerei deles para consumi-los e invalidar a minha aliança...". Assim o Senhor age com seu povo, perdoa o seu pecado, o trás para junto de si e aplica sua disciplina! Assim nos ensina o apóstolo Paulo: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará." Gálatas 6:7. Quando ele diz que de Deus não se zomba, é por causa das pessoas que pecam e acham que podem fazer uma oração emocionada e automaticamente, como num passe de mágica, tudo se desfaz, tudo passa a ser como antes, acham que as consequencias não virão. Mas a Bíblia nos ensina a temermos o pecado, não só por ferir a santidade de Deus, mas também por causa dos frutos amargos que muitas vezes temos que carregar para o resto de nossas vidas, mesmo já tendo sido perdoados.
     Outra lição que devemos aprender é que a Bíblia exige de nós que nos submetamos a disciplina de Deus quando pecamos, de forma alegre. Não podemos nem pensar em murmurar, ainda que a disciplina seja severa. Afinal, a Bíblia nos adverte que assim será, e se pecamos, devemos assumir as consequencias. Isaías fala lindamente sobre isso:" Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito..." Isaías 57:15. Segundo a Bíblia de Genebra, este homem que é descrito como contrito e abatido de espírito, é aquele que se submete à lei de Deus e se arrepende sob o seu castigo! Ele não murmura, não reclama, não se acha imerecedor de tal sofrimento e disciplina. Não! Ele sabe que pecou contra o Senhor e está sendo punido por isso. Ele sabe que seu sofrimento atual é fruto do pecado e da rebeldia plantados tempos atrás.
     E graças a Deus por isso! Ele só age assim com seu povo. Com o ímpio é diferente: "...aos loucos a sua impressão de bem estar os leva à perdição" Provérbios 1:32 Eles pensam que escapam da ira de Deus por não verem o castigo imediato. Isto é juízo, juízo eterno!
     Mas a nós, seus filhos, nos é dada a possibilidade de arrependimento, de reestabelecimento á comunhão com Deus. O preço que tempos que pagar pela nossa desobediência muitas vezes é alto, mas nada comparado à alegria de sermos restituídos à comunhão com o Pai! 
     

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

                               Levíticos 26:1 a 38
            
     Este capítulo começa convocando o povo a não se render à idolatria e a guardar os sábados (descansos solenes). Certamente estas são boas formas de começar a se afastar do pecado e de suas terríveis consequencias descritas neste trecho.
     A partir do verso 3 o Senhor mostra as bênçãos recebidas decorrentes da obediências aos seus estatutos: colheita farta, vitórias sobre os inimigos, multiplicação dos filhos e a maior de todas, "Andarei entre vós e serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo."
     Em contrapartida, a lista dos castigos decorrentes da desobediência é enorme. E por várias vezes, após dizer o que aconteceria ao povo, Deus recomeça dizendo: "se ainda assim com isto não me ouvires" ou "se ainda não vos corrigirdes para volverdes a mim". Ele demonstra que estava disposto a abençoar seu povo se este abandonasse o pecado, mas a aumentar o castigo em caso de impenitência. Deus anuncia o castigo esperando que o povo não ande por aquele caminho por amor a ele e pelo temor das consequencias. E conforme o povo prosegue em sua obstinação, maiores são as penas impostas, como na saída do Egito quando Moisés anunciava a Faraó a próxima praga, que seria maior que a anterior, e mesmo assim Faraó não se dobrava, culminando na terrível praga da morte de todos os primogênitos do Egito.
     É incrível como este capítulo deixa claro que é o próprio Deus quem executa a justiça. Deus não se desculpa, ou se isenta quando diz que ELE mesmo é quem faz vir o castigo sobre o povo. Bem diferente do "deus papai noel" que se prega hoje em dia. Bem diferente do deus que apenas deixa ou permite que as coisas aconteçam. Bem diferente do deus que não tem como impedir as desgraças como diz o teísmo aberto. Vejamos as coisas que ELE mesmo diz que faria ao seu povo caso a desobediência permanecesse: "porei sobre vós o terror", "voltar-me-ei contra vós outros", "quebrantarei a soberba da vossa força", "enviarei para o meio de vós as feras do campo", "eu mesmo vos ferirei sete vezes mais por causa do vossos pecados", "trarei sobre vós a espada vingadora da minha aliança", "quando eu vos tirar o sustento do pão", "eu também, com furor serei contrário a vós", "reduzirei as vossas cidades a desertos", "assolarei a terra", "eu lhes meterei no coração tal ansiedade". São ameaças que o próprio Deus faz e cumpre! Isto deixa claro para nós que ele é sim um Deus amoroso e mui misericordioso, mas é também um Deus justo, santo e que odeia o pecado e não admite este caminho para seu povo.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

                                     Levíticos 25


     Ao entrar na terra prometida, o povo deveria guardar um ano em cada sete. Neste ano o povo não deveria plantar nem colher. A terra deveria descansar para depois voltar a produzir. Mas este não seria um ano de ociosidade. Deveria ser um ano dedicado ao ensino da palavra de Deus e da lei. Os levitas e sacerdotes deveriam se encarregar desta tarefa. Este era chamado de Ano do Descanso, ou Ano Sabático.
     Também foi instituído o Ano do Jubileu, que seriam dois anos seguidos de descanso a cada cinquenta anos. No ano do Jubileu deveria ser dada liberdade aos escravos hebreus, devolver ao primeiro dono a terra que se havia adquirido dele e perdoar as dívidas dos outros.
     O princípio de que a terra pertencia ao Senhor, era a razão destas leis sobre a ocupação. Os hebreus poderiam ocupar a terra, mas não vendê-la perpétuamente, pois não eram seus verdadeiros donos, mas estrangeiros e forasteiros neste mundo.
     Vemos aqui um claro paralelo entre o israelita com seu terreno e as nossas possessões materiais. Da mesma forma que o hebreu não era o verdadeiro dono da terra, mas apenas a utilizava provisoriamente, assim "... o crente deve considerar suas posses neste mundo como algo temporal, emprestado por Deus. O crente é apenas um mordomo dos bens de seu Deus. Por ser estrangeiro e peregrino, acompanhado por Deus em sua viagem pela terra, já que sua verdadeira pátria se encontra no céu, não deve apegar-se a coisas deste mundo" Paul Hoff
     Que linda lição! A preocupação de Deus é que seus filhos tenham com o que se sustentar e a também possam acudir ao necessitado. O tempo toda a Bíblia demonstra o Senhor dando ordens expressas para cuidarmos uns dos outros, os mais pobres dos mais ricos, das viúvas, dos órfãos. Quando um hebreu empobrecia, o vizinho mais rico deveria dar-lhe alimento, alojamento e emprestar-lhe dinheiro sem cobrar juros. Desta forma, Deus colocava freios ao desejo desmedido de acumular bens materiais e se impedia que houvesse extremos de miséria e riqueza.
     Todos nós somos mordomos daquilo que o senhor nos deu: maridos, esposas, filhos, dinheiro, bens... nada é nosso, tudo pertence a ele e devemos estar conscientes que prestaremos contas a ele de tudo que ele pôs em nossas mãos para administrarmos. Por isso devemos sempre nos perguntar: temos considerado que o que temos é exclusivamente nosso? Qual a nossa maior preocupação quando pensamos em dinheiro, o nosso bem estar, ou a vontade de Deus, os necessitados etc? Temos a noção exata do modo como temos administrado o que não nos pertence, mas ao Senhor? Grande responsabilidade...usar para o bem comum da Igreja aquilo que o Senhor colocou em nossas mãos: nossos bens, nosso carro, nossa casa, nossos dons, nosso dinheiro, nossa vida!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

                                    Levíticos 24:17 a 23


     "Quem matar alguém será morto...se alguém causar defeito em seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito: fratura por fratura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado a algum homem, assim se lhe fará." (versos 17,19 e 20). Sempre que ouvimos a famosa máxima: "olho por olho, dente por dente", voltamos nosso olhar para a vingança. Sempre que falamos isto, é numa referência à violência. Mas esta atitude é um completo desconhecimento do significa a lei de talião. Esta lei visava, na verdade, promover leis que fossem compatíveis com a ofensa. Vocês se lembram o que aconteceu com Lameque lá em Gênesis 4 ? Ele matou um homem que havia lhe ferido e outro por que lhe pisou! Violência desproporcional ao mal causado. Era isto que a lei de talião queria evitar. Cada ofensa deveria ter uma pena à altura. O que matou um homem, deveria ser morto. Quem matasse o animal do próximo, deveria restituí-lo. Quem arrancasse um olho, deveria ter o seu arrancado. Proporcionalidade. Justiça!
     Deus é Deus justo e não admite que o homem queira ser "mais justo do que ele" aplicando punições severas demais em casos que não há necessidade. O objetivo de Deus em estabelecer estas leis, era para que não houvesse vingança pessoal, mas o cumprimento exato da justiça, expressa na lei de Deus. E esta justiça deveria ser exercida pelas autoridades (era uma justiça pública), e não pelo  ofendido.
     Que grande ensinamento para nós! Até o nosso senso de justiça é deturpado pelo pecado, pois se fosse-nos dado o poder de arbitrar sobre as faltas cometidas contra nós, certamente seríamos muito severos. Se ao contrário, nós tivéssemos que legislar sobre uma falta que nós cometemos...aí a pena seria leve! Devemos sempre amar e temer ao Senhor, que nos mostra aqui outro atributo impressionante: sua justiça!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

                               Levíticos 24:1 a 16

     O primeiro aspecto que me chamou atenção neste trecho foi a seriedade do castigo do pecado cometido pelo mestiço ( filho de uma israelita com um egípcio, jugo desigual!). Pena de morte por apedrejamento. Para uma pena tão severa, o pecado deveria ser gravíssimo. E era! Blasfemar e amaldiçoar o nome de Deus, vai diretamente contra o terceiro mandamento que diz:" Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão, porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão." Êxodo 20:7
     A pergunta 114 do Catecismo maior no diz que: " ...ele é o Senhor Nosso Deus, portanto seu Nome não deve ser profanado nem por forma alguma abusado por nós; especialmente porque ele estará tão longe de absolver e poupar os transgressores deste mandamento, que não os deixará escapar de seu justo juízo, embora muitos escapem das censuras e punições dos homens". O povo de Deus tinha acesso a ele através do seu nome, não de um ídolo, como os pagãos.Por isso, o nome de Deus deve ser reverenciado. Diante de tal gravidade, deveríamos nos perguntar se não temos falhado nesta área. Tudo bem, eu não blasfemo nem amaldiçoo o nome de Deus, mas que outras formas existem de tomar o seu santo nome em vão?
     Esse mandamento fala sobre usarmos o nome de Deus na falsa adoração e para jurar falsamente. Ele nos proíbe também de usar seu nome de maneira inadvertida (sem refletir), vã, irreverente, a má interpretação, aplicação ou qualquer perversão da Palavra, ou qualquer parte dela; as zombarias profanas, questões curiosas e sem proveito, vãs contendas. Portanto, devemos ter muito cuidado não só em usar o NOME de Deus em vão, mas em brincar com coisas santas, citar versículos Bíblicos em meio à brincadeiras, fazer piadas com qualquer coisa que se refira a Deus ou à sua santa Palavra! Deus nos livre de sermos profanos e brincar com as coisas sagradas! Qua a luz de sua Palavra nos atinja e modifique nosso modo de falar para que possamos honrá-lo com cada palavra que sair da nossa boca! Que elas sejam para a glória dele, e não para nosso juízo!

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

                                      Levíticos 23


     Tantas festas prescritas por Deus ao seu povo tinham como objetivo fazer o povo refletir sobre a bondade de Deus. Algumas convocações coincidiam com as estações de colheita, lembrando a eles que era Deus quem lhes dava o sustento. Era também uma oportunidade de devolver a Deus parte do que Ele havia dado ao povo. Outras festas lembravam a história do povo, e os livramentos, o sustento e os milagres operados por Deus em favor de Israel.
     Estas festas, no total, duravam 67 dias por ano (alternados, claro!)e nestes dias o povo não deveria trabalhar. Deveriam se dedicar ao culto a Deus. A intenção de Deus nunca foi que as festas fossem rituais vazios e formais, os profetas sempre repreendiam o povo quanto a isso. Esta é a nossa tendência. Nos afastar do Senhor, não só não praticando as "festas solenes" instituídas para nós hoje. Quando o fazemos, fazemos por obrigação, hábito, ritual, costume... 
     Quando me refiro às nossas "festas solenes", me refiro a todos os meios ordinários que o Senhor nos proporcionou e ordenou para que, como os Israelitas no passado, estivéssemos mais perto dele! Nosso domingo, nossa devocional à sós em Leitura da Palavra e oração, o culto doméstico, a comunhão com os santos, a pregação da Palavra. Todos estes meios são usados para que Deus mantenha comunhão com seu povo e o instrua. Quando negligenciamos estas armas, nos colocamos em grande perigo. William Ross escreve sobre o assunto: "...provavelmente é mais difícil dar-lhe nosso tempo que dar-lhe qualquer outra coisa: roubamos-lhe o tempo de nossas devoções privadas, do culto  público, do serviço à humanidade." Não é de estranhar, pois a falta de santidade em nossas vidas.
     Este era o grande propósito de Deus com todas estas festas: a celebração e reunião de Deus com seu povo!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

                                     Levíticos 22


     Aqui mais uma vez é ensinado que do sacerdote se requer mais do que do povo. Este precisava se abster de coisas que eram permitidas ao povo em geral, mas que ele deveria renunciar. O padrão de santidade para o secerdote era mais elevado do que para o povo, e o objetivo era que ele fosse exemplo para o povo. Além disso,quanto mais perto de Deus, tanto mais sagrada a sua posição e tanto mais apartado do profano ele deveria estar. E para o sumo sacerdote as exigências eram ainda maiores do que para os sacerdotes. Na nova aliança as coisas não são diferentes. Exige-se de um ministro que ele esteja acima dos padrões do povo. " É necessário, portanto, que "o bispo seja irrepreensível, esposo de uma só mulher, temperante, sóbrio, modesto, hospitaleiro, apto para ensinar; não dado ao vinho, não violento, porém cordato, inimigo de contendas, não avarento; e que governe bem a própria casa, criando os filhos sobre disciplina, com todo o respeito..." I Timóteo 3:2 a 4. Não que estas qualificações não precisem ser buscadas por todos os homens crentes. SIM, eles devem persegui-las, mas do ministro elas são exigidas. Sem estas qualificações todas, um homem jamais poderia ser levado à condução do povo de Deus.
     Um versículo que muito me chamou a atenção foi o 25 :" Também da mão do estrangeiro nenhum desses animais (com os defeitos citados no verso 24) oferecereis como pão do vosso Deus, porque são corrompidos pelo defeito que há neles; não serão aceitos a vosso favor." Somente os animais sem defeito poderiam ser sacrificados ao Senhor, pois só se poderia dar a Ele o que houvesse de melhor e porque a santidade do sacrifício era simbolizada por um corpo físico perfeito. Quando ele diz que o defeito do animal(cegueira, mutilação, sarna, impingen etc),por menor que seja, corrompe todo o animal, o mesmo ocorre com o nosso pecado. O mesmo "pequeno" pecado, corrompe todo o nosso ser, nos tornando inaceitáveis diante de Deus. Se porventura conseguissemos cumprir toda a lei e tropeçássemos em apenas um mandamento, já seríamos condenados. Da mesma forma que um pequeno defeito corrompia todo o animal e impedia que ele fosse sacrificado, apenas um pecado é suficiente para nos condenar. Por isso a necessidade da vinda do Messias, de um cordeiro sem mácula, que tirasse o pecado do povo de Deus!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

                               Levíticos 20 e 21


     Antes do êxodo, cada chefe de família desempenhava o papel de sacerdote familiar, mas os ritos e as observâncias exigidas, fez necessária a instituiçaõ de um sacerdócio dedicado totalmente ao culto divino. A vocação sacerdotal era passada de pai para filho. Os pais ensinavam a seus filhos sobre a complexidade dos ritos, e todas as coisas relacionadas ao culto e a forma que eles deveriam viver.
     Os levitas eram os ajudantes dos sacerdotes. Eles foram a tribo escolhida por causa do seu zelo espiritual e substituíam os primogênitos de cada família. Os levitas assistiam os sacerdotes em seus deveres, transportavam e cuidavam do tabernáculo.
     Para ser sacerdote exigia-se santidade. Era preciso que este homem não tivesse defeito físico,devia casar-se com uma mulher de caráter exemplar e não podia se contaminar com costumes pagãos nem tocar coisas imundas. A santidade divina exigia isso! Os sacerdotes tinham funções específicas:
     a) Servir de mediador entre Deus e o povo, interceder pelo povo e e expiar seus pecados através dos sacrifícios.
     b) Consultar a Deus para saber sua vontade em casos específicos.
     c) Ensinar ao povo as leis de Deus, interpretando-as.
     O sumo sacerdote era o mais importante de todos. Somente ele entrava uma vez por ano no lugar santíssimo para expiar o pecado do povo. Somente ele usava o peitoral com os nomes das tribos. Somente ele podia consultar o Senhor mediante o Urim e o Tumim
     Quando o véu do santuário foi rasgado de alto abaixo na morte de Jesus ( Mateus 27:51), nós nos tornamos sacerdotes diante de Deus: "...também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo." (I Pedro 2:5) E ainda: " Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus..." (I Pedro 2:9). Depois do sacrifício vicário de Cristo, nós mesmos podemos nos achegar a Deus e oferecer-lhe culto. Nós mesmos podemos pedir perdão por nossos pecados, nós podemos adorá-lo! E Cristo é chamado de o nosso eterno sumo sacerdote, pois entrou de uma vez por todas na presença do Pai para nos justificar! Que grande privilégio sermos chamados de sacerdotes na nova aliança! Que cada um de nós tenha vida digna de ser assim chamado!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

                                             Levíticos 19


     As diversas leis do capítulo 19 estão sintetizadas no versículo 18: " Amarás o teu próximo como a ti mesmo". A expressão "Eu sou o Senhor" encontra-se 16 vezes em 37 versículos, indicando que a moralidade se baseia no temor de Deus. A verdadeira santidade manifesta-se nos atos de bondade para com os necessitados,no respeito para com os que têm defeitos e no fazer justiça aos indefesos (19:9 e 10,14, 20); também não defraudando ou roubando a ninguém, pagando com pontualidade ao trabalhador, atuando com justiça e imparcialidade (19:11, 13, 15), não difamando a outros, antes, perdoando-lhes as faltas (19:16-18).
     Vemos o cuidado especial que Deus tem para com o mais fraco, o mais pobre, o estrangeiro e em que se faça justiça. O mesmo Deus que quer ser temido e amado, exige de nós respeito e amor ao nosso semelhante. Amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Este é o resumo da lei, como disse Jesus.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

                                       Levíticos 18 e 20


     Nestes capítulos Moisés dá instruções ao povo sobre como se manter distante das práticas ilegítimas relacionadas ao sexo. Os outros povos não tinham muitas restrições, tudo era permitido, e Israel não poderia de maneira alguma praticar os mesmos costumes morais e religiosos dos pagãos. A lista de práticas repugnantes que vemos aqui, nos mostra a condição do homem caído e revela a razão pela qual o Senhor ordenou a Josué o extermínio dos cananeus (verso 24 e 25).
     Primeiramente Moisés se refere a casamentos incestuosos, ou seja, entre parentes. Quando ele fala em "descobrir a nudez" ele se refere a relações sexuais. Depois ele lista outras práticas que deveriam ficar igualmente de fora, como o adultério:" não te deitarás com a mulher do teu próximo, para te contaminares com ela." (18: 20). Ele cita também a proibição de dedicar os filhos a Moloque, deus dos amonitas. Nestes sacrifícios os bebês eram arrancados dos braços de suas mães e lançados pelo sacerdote na estátua a Moloque, onde existia um forno acesso em que as crianças eram queimadas. Durante o ritual, os sacerdotes tocavam tambores para que os pais não ouvissem os gritos de seus filhos.
     Outra proibição clara neste texto é quanto ao homossexualismo (18:22). Os textos declaram a punição para este tipo de pecado: "serão eliminados do seu povo" (18: 29). Em Romanos 1 Paulo fala sobre isso e associa este tipo de pecado a total apostasia contra Deus. Por terem reduzido a verdade de Deus em mentira, isto é, em idolatria, Deus os entregou a paixões infames. Portanto, quando alguém se afasta de Deus pode sofrer consequencias terríveis, dentre elas a perversão moral, passando a pessoa a amar os atos mais errados e desgraçados.
     E como podemos nos colocar à parte de toda esta imundície? Não apenas não praticando-as, mas reprovando-as como Paulo nos adverte:" E não sejais cúmplices das obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só proferir é vergonha." Efésios 5:11. Vejam o que João Calvino diz interpretando este texto: "...devemos  abster-nos de toda associação, ou acordo, ou conselho, ou aprovação, ou auxílio de qualquer sorte... portanto, visto que os ímpios se refestelam em seus vícios, os quais desejam que permaneçam encobertos, ou sejam tidos na conta de virtudes, Paulo ordena que os mesmos sejam reprovados. Ele os qualifica de infrutíferos; não só porque são inúteis, mas também porque são, em si mesmos, nocivos. Mas quando vocês os reprovam, é como trazer à luz o que fazem, e isso para que se sintam envergonhados de sua própria degradação." É o mesmo que nos diz o verso 4 e 5 do capítulo 20 :" Se o povo da terra fechar os olhos para não ver esse homem, quando der de seus filhos a Moloque, e não o matar, então,eu me voltarei contra esse homem e contra a sua família e o eliminarei do meio do seu povo, com todos os que se prostituem com Moloque." Os que davam os filhos a Moloque recebiam a mesma pena dos que fingiam não ver!
     Não podemos nos calar, não podemos compactuar, não podemos fazer gracinhas nem piadas com ofensas tão sérias contra Deus "...nem sequer se nomeie entre vós, como convém a santos" Efésios 5:3. Também não podemos nos esquecer que Deus coloca estas ofensas contra a sua santidade no mesmo pé de igualdade (todas requerendo a pena capital): sacrifícios a Moloque, incesto, homossexualismo, consultas a necromantes, adultério; todos acendendo a ira de Deus de tal forma que Ele eliminaria do meio do povo para que não contaminasse Israel!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

                                 Levíticos 17 


     A primeira coisa que nos chama a atenção na proibição de comer carne com sangue, é que  o sangue simbolicamente redimia a vida do adorador. Este motivo já era suficiente para manter o povo longe desta prática. Mas Deus pretendia também mostrar que a vida (representada pelo sangue) é sagrada perante Deus, e se abster de comer a carne com seu sangue era uma maneira de demonstrar respeito pela vida e por seu Criador.
     A ordem para que todo animal morto fosse destinado ao sacrifício pacífico, visava proteger o povo da apostasia. Mesmo os animais destinados ao consumo doméstico deveriam ser trazidos à tenda da congregação. Vocês se lembram como era o sacrifício pacífico? O sacrifício era feito e a maior parte da carne era consumida pelo próprio ofertante e seus convidados. Então, enquanto o povo esteve no deserto, só se poderia comer carne quando se fizesse desta forma. Mas o que isso tem a ver com apostasia? Deus queria evitar que o povo caísse na tentação de oferecer sacrifícios a deuses estranhos (verso 7). Deus estava tão preocupado com a santidade de seu povo, que criou leis específicas para evitar que eles se expusessem à tentaçãoes desnecessárias.
      Não posso deixar de pensar em como a misericórdia de Deus é grande preservando seu povo desta forma. Da mesma maneira nós devemos nos abster de coisas que em si, não são pecados, mas que por causa do nosso coração corrupto, podem nos levar a pecar contra Deus. Tente identificar na sua vida situações como estas, em que você deveria ficar bem distante para não correr o risco de pecar. Para os Hebreus, era a questão de só sacrificar na Tenda da Congregação, e conosco? Será que deveríamos deixar de lado alguns amigos, alguns programas, deixar de ir a alguns lugares ou de ver determinadas coisas para evitar que pequemos? Como podemos nos separar deste mundo de maneira prática? Que atitudes poderíamos tomar para nos preservar, já que sabemos que temos um coração impuro, que rapidamente se desvia para o mal? " Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?" Jeremias 17:9 Muitas coisas a Bíblia não proíbe especificamente, mas se desconfiarmos que aquilo nos levará a pecar, devemos abandonar em favor de nossa alma.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

                                         Levíticos 16


     Neste capítulo aprendemos de forma maravilhosa a importância do que foi feito na cruz. O dia da expiação nos deixa claro quão trabalhoso era o ritual que pretendia alcançar o favor de Deus. O sacerdote só poderia entrar no Santo dos santos para fazer a expiação pelo povo uma vez por ano, tinha que passar 7 dias se purificando ( para isso vivendo solitário e abstendo-se de várias coisas), não podia dar as costas para o altar, tinha todo um aparato de lavagens e vestes...tudo muito dificultoso, tudo muito rigoroso, sem contudo alcançar o objetivo final. Tudo aquilo era simbólico. Somente uma alma pura poderia apresentar-se diante de Deus naquele espantoso dia.
     Esta festa anual servia de lembrete de que os sacrifícios diários, semanais e mensais não eram suficientes para expiar o pecado do povo. O dia da expiação era um tipo da obra expiatória de Cristo, onde o próprio Cristo é o sumo sacerdote e o sangue derramado, também é o seu. A obra do eterno Sumo Sacerdote substituiu por inteiro o sacerdócio de Arão! O primeiro sacerdócio, o levítico, estava baseado num pacto que precisava ser substituído por outro melhor. Ele era sombra, e como tal, não anulava pecados, mas envolvia sacrifícios simbólicos daquele sacrifício perfeito que faria a expiação pelos nossos pecados de uma vez por todas! Leiam Hebreus 10:10 à 18 e vocês verão que linda obra foi feita por nós!
     Outra coisa que nos chama atenção é o bode emissário, também conhecido como bode expiatório. O sentido desta expressão hoje é de alguém que leva a culpa de tudo pelos outros, certo? " Fulano foi o bode expiatório da história!" e o sentido é este mesmo. Aquele que carrega a culpa por todos. Dois bodes eram trazidos ao sacerdotes e lançando-se sortes, um era usado para sacrifício e o outro, imposta as mãos do sacerdote sobre ele, se confessava os pecados do povo e soltava-se o bode para que fosse para o deserto e nunca mais voltasse, simbolizando que o pecado seria para sempre esquecido, pois o bode expiatório levou a culpa do pecador para bem longe. Assim é a obra redentora de Cristo! Nosso pecado é levado e nunca mais somos cobrados, ele é esquecido, levado "para um lugar deserto, onde nunca mais será visto"!! Aleluia! Que todos os dias nos alegremos por esta verdade maravilhosa que mudou nosso destino eterno!!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

                                      Levíticos 13 e 14


     Quem fosse suspeito de ter a lepra era imediatamente levado ao sacerdote e este o examinava. Confirmada a suspeita, a pessoa era declarada imunda. Caso houvesse dúvidas, a pessoa era isolada por sete dias e depois reexaminada e declarada limpa ou imunda. O leproso deveria ser retirado do convívio social para evitar que contagiasse outras pessoas.
     A lepra era considerada uma doença terrível, que tornava imunda a pessoa que a possuísse. Tratava-se o leproso como alguém que já estava praticamente morto.
     Metaforicamente falando, a lepra representa o pecado, que é uma condição da alma que se propaga, contagia e é crônica tal qual aquela enfermidade. O leproso nunca poderia se tornar um sacerdote ( Levíticos 22:2 e 4), da mesma maneira que um pecador impenitente não pode ser um sacerdote espiritual, estando alienado de Deus.( R. N. Champlin, 1995)
     Há certas semelhanças interessantes entre a lepra e o pecado:
     a) como a lepra está na carne, o pecado está na natureza humana
     b) como a lepra começa com uma mancha pequena e vai se espalhando, assim o pecado se alastra rapidamente.
     c) como a lepra é praticamente incurável, o pecado, sem a mediação de Cristo, é destruidor e irremediável.
     d) como a lepra separava o doente da sociedade e, por fim, levava-o à morte, assim o pecado nos separa de Deus e dos demais e nos leva à morte eterna. 

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

                               Levíticos 12 e 15


     O fluxo de sangue da menstruação, por doenças, ou após o parto e a perda de fluidos corporais (sangue ou sêmem), tornava a pessoa imunda. A perda de fluidos sugere morte, o que mostra a relação da morte com a impureza. A morte é incompatível com a presença de Deus, que é a própria vida.
     No Novo Testamento, Deus encarnado restaurou a comunhão aos que eram excluídos por essas normas, curando-os. Todo este processo era para ensinar ao povo a redenção e apontava para o perfeito e completo sacrifício de Cristo!
     A imundície por causa do parto aponta para o fato da natureza pecaminosa ser transmitida pela procriação (Salmo 51:5).Por isso era necessário o período de purificação e a oferta pelo pecado que deveria ser feita após a purificação. Por outro lado foi mediante um parto de mulher que Deus trouxe seu Filho ao mundo para trazer redenção. Percebem a humilhação de Cristo desde o começo da sua encarnação? Só mesmo por um amor incondicional dedicado à nós, Ele passou por tantas coisas...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

                              Levíticos 11


     Neste capítulo Deus começa a ensinar ao povo a discernir entre o santo e o profano, entre o limpo e o impuro, usando coisas materiais para ensinar verdades morais e espirituais. Todo animal que tivesse contato com animal morto, ou o próprio cadáver não deveria ser comido, nem ao menos tocado. As criaturas limpas simbolizavam os Israelitas, povo separado para estar na presença de Deus, e o imundo, os gentios(mortos que não poderiam prestar culto!). Restringindo sua dieta a esses alimentos prescritos como limpos, o povo se lembrava sempre que Deus havia escolhido APENAS Israel dentre tantas outras nações para ser sua! Essas leis alimentares foram revogadas na nova aliança, quando os gentios foram admitidos à comunidade de Deus. Não deixem de dar uma lida em Atos 10:9à15, onde é narrado o episódio de Pedro tendo uma visão de um lençol baixando do céu contendo toda espécie de animais e a voz que dizia:" mata e come", e ele se recusou. Daí a voz volta a lhe dizer para não considerar impuro o que Deus purificou, numa clara alusão à aceitação que os judeus deveriam ter em relação aos gentios.
     A dieta do povo Hebreu tinha também razões de saúde, com o fim de protegê-los de enfermidades em meio àquele deserto, com pouca água. Antes do século XX pouco se sabia sobre germes, parasitas ou contágio de doenças. A relação de animais imundos contida em Levíticos, está de acordo com o consenso da ciência do que não se deve comer. Deus criou estas regras preocupado com a preservação do seu povo, afinal, desta descendência é que viria o Cristo, que finalmente cumpriria todos os rituais e sacrifícios de forma total e perfeita!