quarta-feira, 31 de agosto de 2011

                          Josué 15


     Este capítulo começa descrevendo a herança da tribo de Judá, o que aponta para a importância desta tribo na história de Israel, visto que esta é a tribo de Davi e consequentemente a tribo do Messias prometido! Vemos também a enorme quantidade de cidades (mais de 100) descritas entre a possessão de Judá, especificando a extensa área conferida a eles por Deus, no cumprimento de Sua promessa.
     O capítulo começa com uma frase intrigante para muitos: "A sorte da tribo dos filhos de Judá, segundo as suas famílias, caiu para o sul..." Encontramos este termo em vários outros textos bíblicos:
     _ Quando Acã foi descoberto por ter pecado contra a ordem direta de Deus de não ficar com os despojos de Jericó: "Pela manhã, pois, vos chegareis, segundo as vossas tribos; e será que a tribo que o SENHOR designar por sorte se chegará, segundo as famílias; e a família que o SENHOR designar se chegará por casas; e a casa que o SENHOR designar se chegará homem por homem...e, fazendo chegar a sua casa, homem por homem, caiu sobre Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá." Josué 7:14 e 18
     _ Em se lançando sortes, Saul foi escolhido rei de Israel: "Tendo Samuel feito chegar todas as tribos, foi indicada por sorte a de Benjamim.Tendo feito chegar a tribo de Benjamim pelas suas famílias, foi indicada a família de Matri; e dela foi indicado Saul, filho de Quis." I Samuel 10:20 e 21
     _ Quando Jonas tenta fugir de pregar em Nínive, e pega um navio que vai para Társis, julgando assim, que se esconderia de Deus, O Senhor lança uma terrível tempestade sobre o mar e os marinheiros livraram-se de toda a carga do navio para aliviar o peso. Como a tempestade não passava, eles resolveram lançar sortes, para descobrir por causa de quem aquela tempestade os acometera: " E diziam uns aos outros: Vinde, e lancemos sortes, para que saibamos por causa de quem nos sobreveio este mal. E lançaram sortes, e a sorte caiu sobre Jonas." Jonas 1:7. A partir daí, o plano de Deus se concretizou, não obstante a teimosia de Jonas.
     _ Outro evento marcante é narrado em Atos, quando, após a morte de Judas, Pedro vê a necessidade de preencher a vaga de Apóstolo de Cristo: " É necessário, pois, que, dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até ao dia em que dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição. Então, propuseram dois: José, chamado Barsabás, cognominado Justo, e Matias. E, orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido para preencher a vaga neste ministério e apostolado, do qual Judas se transviou, indo para o seu próprio lugar. E os lançaram em sortes, vindo a sorte recair sobre Matias, sendo-lhe, então, votado lugar com os onze apóstolos." Atos 1:21 a 26
     Todas as narrativas bíblicas deixam bem claro que o 'lançar sortes' era apenas uma forma de averiguar a vontade de Deus. Depois de escolher por sortes a Saul como Rei de Israel, Samuel reconhece que o próprio Deus o escolhera: "Então, disse Samuel a todo o povo: Vedes a quem o SENHOR escolheu? Pois em todo o povo não há nenhum semelhante a ele. Então, todo o povo rompeu em gritos, exclamando: Viva o rei!" (I Samuel 10:24). Os Apóstolos na hora de lançar sortes, oram: "E, orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces o coração de todos, revela-nos qual destes dois tens escolhido." Os homens caminhavam até uma determinada situação de responsabilidade e dai por diante, percebiam que a soberania de Deus determinaria o resultado final. Os Apóstolos tiveram um papel fundamental ali em Atos. O texto diz que eles propuseram dois nomes, que foram escolhidos dentre outros. Certamente foi observado em José e Matias as qualificações necessárias para exercer o ministério. É mais ou menos isto que Provérbios 16:33 nos ensina: "A sorte se lança no regaço, mas do SENHOR procede toda decisão." Esta é a idéia contida no texto sagrado.
     Hoje não usamos mais este tipo de recurso, mas da mesma forma, usamos 'artifícios' para descobrir a vontade de Deus em determinadas circunstâncias. A eleição para pastores e presbíteros é um bom exemplo. O conselho da Igreja primeiramente avalia vários candidatos de acordo com o que a Palavra de Deus determina, indica estes nomes à Igreja, e esta faz uma eleição. Cremos que ali é manifesta a vontade de Deus, guiando os corações.
     Na divisão das terras e em tantos outros eventos do Antigo Testamento, vemos a mesma situação: Deus tomando a frente e mostrando sua vontade de forma prática e visível através do 'lançar sortes'. A divisão da Terra Prometida não foi feita por decisões humanas, mas pela soberana vontade de Deus!
     

terça-feira, 30 de agosto de 2011

                               Ainda sobre Josué 14


     Ontem lemos que a obediência deveria gerir nossos sentimentos e vontades. Uma vida de obediência é pautada não naquilo que queremos, mas naquilo que a Bíblia nos ordena. Muitas vezes não fazemos o que devemos por medo, preguiça, comodidade, falta de fé. Mas devemos sempre nos lembrar que a vida do crente é regida não pelo que ele sente, mas pela obediência a Palavra de Deus. Ela diz para eu não mentir, mas eu tenho medo de contar a verdade. A Palavra diz que não posso me colocar em jugo desigual, mas a paixão toma conta. Sou advertido a respeitar meus pais, mas eles me tiram do 'sério', eles me deixam irritado. Sei que PRECISO ler a Palavra e coisas a respeito do Reino de Deus, mas a preguiça é maior. A Bíblia ordena que eu ame meu irmão como a mim mesmo, mas eu prefiro ignorar esta ordem e dar vazão à minha ira e ao meu egoísmo. Todas estas palavras em negrito são apenas algumas demonstrações dos sentimentos que surgiram no coração do povo ao receber o relatório dos espias. Eles sentiram tudo isso, e preferiram se guiar por seus sentimentos, a confiar na promessa e OBEDECER a Deus. 
     Olhemos para dentro de nós e façamos uma análise. Temos vivido movidos pela obediência ou pelos nossos caprichos e sentimentos pecaminosos? Como foi dito domingo, precisamos inclinar o nosso coração à obediência, precisamos nos forçar a fazer o que Deus requer de nós. Não podemos ser crentes relapsos, que levam a vida baseados em seus desejos egoístas e profanos, mas devemos lutar por nos amoldar à Palavra de Deus, crendo que ELE, por sua graça, nos dará a vitória. Mas para que ele nos dê a vitória, precisamos lutar! Se você reparar o texto de hoje, lá no verso 12, Calebe diz a Josué que ele pode receber a terra porque ainda tinha forças para o combate, e que Deus seria com ele para desapossar aqueles cananeus. Quem iria à guerra? Deus? Não! Os homens pegariam suas armas, fariam estratagemas, atacariam. Eles precisavam agir! Deus estaria lhes dando a vitória através da guerra! Lembram da chuva de pedras do capítulo 10? Israel não estava descansando no acampamento enquanto o Senhor destruía o inimigo para eles. Eles estavam lá, no campo de batalha, com suas espadas, lutando. É claro que eles não conseguiriam sozinhos, os inimigos eram mais numerosos que eles, mais fortes. Mas eles não temeram, não se acovardaram nem se acomodaram. Lutaram, e em meio às suas lutas sangrentas, Deus interveio sobrenaturalmente mandando aquelas pedras. Por isso, não devemos também nos acovardar, mas agir. Obedecer e lutar contra os gigantes que são maiores que nós, só assim, poderemos ver Deus agir em nós!
       Você e eu temos realmente posto nosso coração em obedecer a Deus? Davi Disse no Salmo 119:112: " Induzo o coração a guardar os teus decretos, para sempre, até ao fim." Spurgeon analisa este verso com maestria e assim descreve Davi: "Ele era ativo em dominar seu próprio coração...seu coração inteiro se inclinava para a santidade prática e persistente. Estava resolvido a guardar todos os estatutos do Senhor, de todo o seu coração, ao longo de todo seu tempo, sem desviar-se e sem deter-se...a graça de Deus o inclinara para que seu coração se inclinasse numa direção santa...muitos estão inclinados a realizar cerimônias; ele, porém, estava inclinado a cumprir os estatutos divinos. Muitos estão inclinados a obedecer ocasionalmente; Davi, porém, estava inclinado a obedecer sempre. E, infelizmente, muitos estão inclinados à religião temporária; este santo homem, porém, estava tão inclinado, que se sentia obrigado, por toda a eternidade, a cumprir os estatutos do seu Senhor e Rei. Senhor, envia-nos esta celestial inclinação do coração; e então, demonstraremos que nos vivificaste e nos instruíste. Para este fim, cria em nós um coração puro, e renova diariamente, em nosso íntimo, um espírito reto; pois somente assim nos inclinaremos na direção certa." (C.H. Spurgeon)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

                         Josué 14


     O capítulo que lemos começa relembrando a exceção que era feita aos levitas. Eles não tinham herança entre seus irmãos, a não ser a cidade onde habitavam e guardavam seu gado. Todas, absolutamente todas as ordens que Deus dera a Moisés sobre como a terra deveria ser repartida foram observadas por Josué. A obediência foi irrestrita. Josué sabia que, embora agora o líder fosse ele, as ordens que Moisés dera enquanto era vivo não provinham de sua sabedoria ou de seu modo particular de pensar sobre o governo do povo. Josué reconhecia que Moisés era um ministro de Deus, que não falava em seu próprio nome, mas em nome do Deus de Israel.
     Do verso 6 em diante vemos Calebe reivindicando para si a parte de terra que o Senhor havia prometido a ele. Ele narra novamente o que aconteceu naquela ocasião. Todos os espias temeram os povos que habitavam em Canaã e desanimaram o povo, dizendo que as cidades eram grandes, fortificadas e que ali existiam gigantes. Apenas Calebe e Josué confiaram na promessa. Calebe conta que relatou o que sentia no coração. Eis o seu relatório: "Eia! Subamos e possuamos a terra, porque, certamente, prevaleceremos contra ela." (Números 13:30). E depois da recusa solene do povo em atender às ordens de Deus de seguir adiante e possuir a terra, Josué e Calebe se desesperaram e apelaram ao povo veementemente: " E Josué, filho de Num, e Calebe, filho de Jefoné, dentre os que espiaram a terra, rasgaram as suas vestes e falaram a toda a congregação dos filhos de Israel, dizendo: A terra pelo meio da qual passamos a espiar é terra muitíssimo boa. Se o SENHOR se agradar de nós, então, nos fará entrar nessa terra e no-la dará, terra que mana leite e mel. Tão-somente não sejais rebeldes contra o SENHOR e não temais o povo dessa terra, porquanto, como pão, os podemos devorar; retirou-se deles o seu amparo; o SENHOR é conosco; não os temais. Isto é o que Calebe designa como "relatei o que sentia no coração". O seu relatório, portanto, não se baseou em suas opiniões, suas experiências ou emoções. Seu coração estava voltado para a promessa de Deus! Seu relatório expressou sua confiança, apesar das aparentes dificuldades.
     Isto se chama FÉ. Todas as circunstâncias ao redor eram contrárias, a opinião de todos era diferente, mas eles firmaram seus corações no que Deus havia dito. Eles inclinaram, induziram seus corações à obediência, como aprendemos ontem na exposição do Salmo 119:112. Não importava o que seus olhos e seus sentimentos lhes dissessem. Eles sabiam que precisavam obedecer, que o Senhor era digno de sua confiança e que poderiam descansar em suas promessas. Quantas vezes a mesma situação se apresenta a nós! Quantas vezes achamos que não vamos conseguir vencer este ou aquele pecado em nossas vidas e simplesmente desistimos, por achá-lo grande demais. Quantas vezes desanimamos em meio a nossa jornada por causa daquilo que nossos olhos vêm. Então esta lição é preciosa para nós. O coração de Josué e Calebe estava no Senhor. Eles queriam obedecer a qualquer custo. Eles não temiam por suas vidas, eles sabiam que Deus proveria livramento: "...o Senhor é conosco, não temais."
     

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

                                       Josué 13


     É feita aqui uma detalhada divisão da Terra Prometida entre as doze tribos de Israel. Todos os detalhes narrados, mostram de forma palpável a fidelidade de Deus a seu povo e às suas promessas. "O livro de Josué fala tanto do cumprimento completo das promessas de Deus, como da natureza incompleta da possessão da Terra Prometida...a promessa permanecia apontando para o futuro." (Bíblia de Genebra). Ainda faltava terra a ser conquistada pelo povo de Deus.
     Podemos claramente fazer uma ponte do que acontece conosco hoje. Temos a concretização das promessas de Deus em nossas vidas: salvação garantida, vida eterna já dada, santificação, abandono de pecados e desenvolvimento da nossa salvação. Mas a concretização final, a posse completa da promessa ainda não veio. Ainda aguardamos a posse total da Terra Prometida. Ainda não podemos descansar das nossas lutas. Ainda não é tempo de baixar as armas. Ainda não 'conquistamos toda a terra'. Estamos progredindo, caminhando para isso através das lutas, dificuldades, provações e obstáculos que se colocam a nossa frente. Por vezes descansamos de nossas guerras, mas aí percebemos que ainda não conquistamos todas as vitórias que Deus reservou para nós, e este breve espaço de tempo em que repousamos, novamente dá lugar à novas guerras, novos desafios e conquistas. 
     Assim será todo nosso percurso por este mundo. Não haverá descanso completo, afinal os nossos inimigos(Satanás, a carne e o mundo), não descansam nem fazem pausa! Que o Senhor seja sempre o nosso supremo Comandante, não permitindo que nos acomodemos, mas nos dando forças para batalhar diariamente por nossa santidade, fidelidade, domínio próprio, e temor a Deus. Devemos sempre olhar para frente, para as promessas que nos aguardam, sabendo que o Senhor cumprirá TUDO que prometeu a seu povo escolhido!
          

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

                                 Josué 10, 11 e 12


     Nestes capítulos vê-se descritas as grandes  e numerosas vitórias de Josué e seu exército sobre os cananeus, tomando uma a uma as cidades e vencendo um a um os reis delas. O ponto alto destas vitórias , no entanto, encontra-se descrito no verso15 do capítulo 11: " Como ordenara o SENHOR a Moisés, seu servo, assim Moisés ordenou a Josué; e assim Josué o fez; nem uma só palavra deixou de cumprir de tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés." A obediência irrestrita de Josué aos mandamentos de Deus, dados por Moisés estava associada à bênção nas batalhas. A fé e a obediência não podem andar separadamente. Elas andam juntas!
     Outro aspecto que fica claro durante toda a leitura, é que o Senhor estava à frente daquelas batalhas e da tomada daquelas cidades. Por várias vezes Deus diz a Josué que não temesse. Ele confiou na promessa! E por andar em obediência e fé, Josué viu coisas muito incomuns acontecerem durante as batalhas: O sol e a lua pararam, dando aos israelitas horas a mais para perseguir e vencer seus inimigos, e enquanto os inimigos fugiam, uma terrível chuva de pedras se abateu sobre eles, e morreram mais homens da chuva de pedras do que ao fio da espada. Deus estava à frente deste exército! Ele entregou aqueles povos e reis nas mãos de Josué e de seu povo! A promessa estava sendo cumprida, através do batalha do povo e de eventos sobrenaturais. Não obstante a quantidade de inimigos, narrados aqui como "muito povo, em multidão como a areia que está na praia do mar", não houve chance para estes, pois "O Senhor os entregou nas mãos de Israel" (verso8, cap11). Estas guerras tinham um Senhor, um dono absoluto, um comandante infalível!
     No verso 20 do capítulo 11 nos deparamos com mais uma incrível declaração: "Porquanto do SENHOR vinha o endurecimento do seu coração para saírem à guerra contra Israel, a fim de que fossem totalmente destruídos e não lograssem piedade alguma; antes, fossem de todo destruídos, como o SENHOR tinha ordenado a Moisés." Conforme temos estudado em nossa Confissão de Fé, existe uma relação entre a soberania divina e a responsabilidade humana que é vista claramente nesta passagem. Eles mesmos partiam para a guerra contra Israel. Não tencionavam paz, não queriam poupá-los, antes destruí-los.
     E assim, toda aquela região é tomada por Josué e redividida em herança aos filhos de Israel, conforme suas tribos. Josué 12 nos conta que foram 31 os reis vencidos e mortos por Josué e seu povo, sob o comando de seu poderoso Senhor! O capítulo 11 termina dizendo que a terra repousou, então, da guerra, resumindo a conquista e o cumprimento da promessa de Deus a seu povo.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

                          Josué 9


     O terror se abateu definitivamente sobre os cananeus. Depois da vitória sobre Jericó e Ai, o medo cresceu e alguns reis cananeus se juntaram para tentar enganar Israel e salvar a própria vida. Então se juntam, armam uma historia fantasiosa para que Israel fizesse aliança com eles. "As novas que os gibeonitas tinham ouvido são as mesmas que foram confessadas por Raabe. A reação deles, porém, foi bastante diferente da reação dela." (Bíblia de Genebra). Ela se aliou aos Israelitas, eles usaram de artimanhas e mentiras. Os meios usados para escapar da morte definiu o fim de cada um. Raabe foi salva da morte e acolhida no arraial do povo de Deus, enquanto os gibeonitas se tornaram escravos.
     O verso 14 nos dá a chave para entendermos todos os acontecimentos narrados aqui: "Então, os israelitas tomaram da provisão e não pediram conselho ao SENHOR." Isso já havia ocorrido quando Josué mandou os espias averiguar Ai (Josué 7:2 em diante). Eles não consultaram ao Senhor em nada. Tomaram todas as atitudes que julgavam necessárias, e não se lembraram do Senhor. "Assim como em Ai, os israelitas são enganados quando confiam em suas próprias intuições ao invés da direção divina. Lá o engano dizia respeito à força militar de Ai. Aqui o engano é quanto às origens do povo que buscava um tratado" (Richard Hess). Este é o perigo de levarmos a nossa vida como se tudo dependesse de nós, de não levarmos em consideração a direção de Deus. Sempre que tomamos esta postura pagamos um alto preço. 
     Hoje o Senhor não nos dá mais instruções diretas como dava a Josué, mas continuamos tendo sua direção através da Palavra estabelecida como regra, e dos conselhos de nossas autoridades. Qualquer decisão nossa deve passar por estes crivos: "qual o princípio da Palavra de Deus está envolvido aqui? Estou ferindo as ordens claras de Deus deixadas nas Escrituras? O que meus pais, meu pastor, meus líderes têm a dizer sobre isto ou aquilo?" Estes são questionamentos importantes para tomarmos decisões e estarmos sempre seguros da direção de Deus, nunca confiando nas nossas intuições, ou no que sentimos, ou no que nos fala o coração, aquele que Jeremias chama de enganoso e desesperadamente corrupto (Jeremias 17:9). Se desprezarmos ouvir a voz de Deus, pagaremos caro. Nossas decisões sempre vêm seguidas de consequências. Amargas ou não, dependendo da voz de quem ouvimos: a nossa própria ou a de Deus! Que possamos aprender algo relevante e prático para nossa vida a partir do erro dos israelitas e de Josué. 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

                          Josué 8


     Esta incrível narrativa de estratégias de guerra, começa de forma alentadora: "Não temas, não te atemorizes...". Após a vergonhosa derrota contra a mesma cidade de Ai, o povo certamente estava com seu coração temeroso. Embora tivessem perdido poucos homens, cerca de trinta e seis, a derrota moral havia sido imensa. Estas palavras de ânimo pretendiam mostrar que após o pecado de Acã ter sido descoberto e vingado com a morte dele, de seus filhos, escravos e tudo quanto tinha, a ira de Deus estava satisfeita. Fica claro que derrota não foi uma questão de má estratégia de guerra, mas de pura e simples desobediência às ordens do Grande Comandante daquele exército! "Não temas" era um convite à fé, baseado não no que seus olhos haviam visto, não nas circunstâncias outrora apresentadas, mas nas promessas de Deus: "...olha que entreguei nas tuas mãos o rei de Ai, e o seu povo, e a sua cidade, e a sua terra." (verso 1). A ira do Senhor havia cessado. Israel podia avançar rumo à ocupação da terra.
     Seguindo então as ordens de Josué, Israel começa uma batalha de forma inusitada: no meio da noite! Esta era uma prática muito pouco utilizada por aqueles povos. É admirável também a forma como Josué e o povo armam a estratégia da conquista da terra, deixando o exército de Ai e seu rei sem qualquer chance, cercados de um lado e de outro. Desta vez, Deus permitiu que o gado e os despojos fossem tomados, o que nos mostra que Ele é o Senhor daquele exército e que todos os despojos de guerra pertenciam a Ele. Sendo assim Deus tinha o direito de mandar consumir tudo pelo fogo, ou distribuir entre o povo, que foi o que aconteceu desta vez. O rei de Ai foi enforcado e teve seu corpo jogado à entrada da cidade, onde foi levantado um montão de pedras como memorial.
     Logo depois da estrondosa vitória, Josué edificou um altar ao Senhor e o povo se reuniu em assembléia no monte Ebal e Gerezim, para ouvir a leitura da Lei. Ebal ficava "ao norte de Siquém, onde Abraão ouviu a promessa de Deus que daria a Terra Prometida aos seus descendentes e onde ele também edificou um altar a Deus. O altar edificado por Josué, naquele mesmo local, muitos anos mais tarde, representou a repetição e a renovação das promessas da aliança entre Deus e Israel." (Bíblia de Genebra)
     Duas coisas me chamaram a atenção nas disposições finais do capítulo. A primeira é quando as Escrituras afirmam que Josué leu diante do povo TODA a Lei. As bênçãos e as maldições previstas. Ele não aproveitou aquele momento de alegria para falar apenas das promessas de vida e prosperidade contidas na Lei. Aquele foi um momento oportuno também para lembrar ao povo que deveriam permanecer fiéis, em obediência ao Senhor, e que se assim não fosse, as duras consequências viriam. Josué não se eximiu de falar ao povo TODA a verdade de Deus. Ele não escolheu textos mais apropriados ao momento, não fugiu dos textos 'comprometedores' e 'polêmicos'. Ele expôs TODA a Lei de Deus. E o segundo ponto que me marcou foi a descrição de quem estava ali presente ouvindo tudo: "...toda a congregação de Israel, e para as mulheres, e os meninos, e os estrangeiros que andavam no meio deles". Ninguém dentre o povo foi tido como incapaz de ouvir a leitura de toda a Lei. Nem mesmo as crianças. Elas estavam todas lá! Não haviam fantoches, ninguém estava vestido de palhaço ou exibia um filminho para que os pequenos entendessem melhor. Eles ouviam a mesma mensagem lida para seus pais, para os homens de guerra e para as mulheres do povo. As crianças em Israel não eram tratadas como um apêndice do povo, ou como um problema barulhento que precisava ser retirado do meio da congregação. NÃO! Eles faziam parte integrante do povo de Deus, e como tal, estavam presentes naquele sagrado momento!

terça-feira, 16 de agosto de 2011

                                Josué 7


     Neste lamentável episódio, os filhos de Israel pagam um alto preço por causa da desobediência de um só homem. A derrota em Ai, humilha todo o povo e faz Josué se questionar sobre o que teria acontecido. Ele recorre a famosa pergunta: "por que"? As coisas que ele estava vendo naquele momento, a morte dos 36 homens, a fuga do restante do exército e a humilhação sofrida, contrastavam aparentemente com as promessas de Deus da conquista da terra. "Pode ser que essa pergunta expressasse uma atitude rebelde, mas também pode exprimir uma verdadeira fé perplexa diante das circunstâncias." (Bíblia de Genebra).
     Enquanto a história de Raabe mostra a graça de Deus em meio à destruição, a história de Acã mostra a santidade de Deus, "da qual ninguém deve abusar". O capítulo começa dizendo que o povo prevaricou nas coisas condenadas. Vejamos então o sentido da palavra prevaricar: "Faltar ao cumprimento do dever. Crime de prevaricação consiste em retardar ou deixar de praticar ato de ofício, ou praticá-lo contra disposições legais, por interesse ou má-fé." O que nos chama a atenção é que apenas Acã escondeu utensílios dos despojos de Jericó, mas a Bíblia diz que os filhos de Israel prevaricaram. O pecado de um só homem trouxe culpa à toda comunidade. Embora só Acã tivesse sido infiel, todo Israel foi considerado responsável, e sofreu as consequências. 
     Quando Acã é descoberto e confrontado por Josué, ele admite que assim como Eva, no Éden, ele viu, cobiçou e tomou. Os mesmos verbos da narrativa de Gênesis são usados aqui! "...esses três verbos ocorrem na mesma ordem. O padrão do jardim do Éden foi repetido na terra Prometida; nem bem o dom de Deus havia sido dado e os recebedores já desejaram aquilo que fora proibido e tomaram do mesmo." (Bíblia de Genebra).
     Amanhã falaremos mais sobre o terrível castigo de Acã, mas o que deve ficar gravado em nossa mente hoje, é a obediência irrestrita a que devemos nos submeter, se queremos estar em paz com Deus, gozando da sua bênção. Por outro lado, devemos nos preparar para receber ira e condenação, caso queiramos fazer a nossa própria vontade e seguir nossos desejos e cobiças por aquilo que Deus proíbe, como fez Acã!
     

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

                          Ainda sobre Josué 6


     O castigo que sobreveio a Jericó deve ser encarado como justa retribuição por causa de sua recusa em adorar ao Deus de Israel. Mesmo com a forte 'propaganda' durante os dias de marcha em torno de Jericó, declarando que a destruição viria, o povo da cidade não cedeu. Nota-se o fracasso daquele povo em reconhecer o Deus de Israel. Assim também, a queda dos muros e a tomada de Jericó, serviram de alerta às demais cidades cananéias de que o juízo de Deus estava às portas, e que "esse povo e seu Deus falavam seriamente da sua ocupação da terra." (Richard Hess)
     Os versos 16 a 21, relatam a chegada do sétimo dia, e como Israel deveriam proceder. Diferentemente dos outros dias eles deram 7 voltas ao redor da cidade. Josué então, "introduz o conceito de 'interdito'. O interdito envolve a consagração de algo ao Senhor Deus de Israel para seu uso exclusivo. Aparece em Deuteronômio 20:16 a 18 nas instruções para destruir completamente todos os centros populacionais que se encontrarem na Terra que Deus deu a Israel. A razão ali apresentada é que os moradores da terra não venham a ensinar a Israel suas "práticas abomináveis", aquelas associadas com a adoração de seus deuses. Josué colocou toda Jericó debaixo de interdito: para os seres vivos isso significava a morte; para os bens de valor, sua consagração à casa de Deus; para o resto, sua destruição a fogo.  Nada escapava daquilo que fora assim consagrado." (Richard Hess)
     Embora o 'interdito' significasse destruição total para Jericó, isso não significava que não poderia haver nenhuma misericórdia. O juízo divino não exclui a graça. A salvação de Raabe foi tão importante quanto a destruição de Jericó. Josué havia empenhado sua palavra em salvá-la por causa dos espias. Na verdade, Raabe creu no Deus verdadeiro através de tudo que havia ouvido a cerca de seus poderosos feitos! Quando Raabe acolhe e livra aqueles espias, na verdade ela está rejeitando seus vínculos com os cananeus e transferindo sua lealdade a Israel. Raabe não apenas foi salva da morte, mas acabou sendo incluída no povo de Deus, e na descendência do Messias! Raabe e sua parentela escapou com vida do 'interdito'. Há salvação no meio do juízo! Raabe reconheceu que verdadeiramente o Deus de Israel era o único Deus, e assim escapou da morte e foi acolhida pelo povo de Deus!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

                                   Josué 6


     O nome <Jericó> tem sentido incerto, embora muito provavelmente pareça significar <cidade da lua>,indicando o caráter idólatra daquele povo. Jericó era uma das cidades cananéias que estavam no caminho a ser percorrido e tomado pelos hebreus. Ela se localizava a cerca de vinte quilômetros das margens do mar Morto, a leste de Betel.
     Era uma cidade que se achava rigorosamente fechada, de tal modo que quase foi impossível aos espiões escaparem de lá. Os portões fechados descritos no texto, demonstra que Jericó não apenas temia os hebreus, mas também que se recusava a ouvir a mensagem  de Israel, proclamada através dos grandes feitos de Deus: a libertação do Egito, a travessia do mar Vermelho, os grandes feitos no deserto, a travessia do Jordão e nas outras vitórias militares que já haviam ocorrido. Eles fecharam seus portões, criando uma barreira física ao deslocamento israelita divinamente ordenado por Deus, para que tomassem posse da Terra. Portanto, Jericó não se fechou contra os Hebreus, mas contra seu Deus! As pessoas daquela cidade, exceto Raabe, também estavam fechados em sua recusa de ouvir a mensagem de Israel.
     Esta vitória de Israel sobre Jericó tinha uma importância muito grande. Era a primeira batalha liderada por Josué. A primeira batalha liderada por um novo comandante era sempre a mais importante e a que definiria como este líder seria encarado dali para frente, não só por seus homens, mas também por seus inimigos. Mas o fato da Arca da Aliança ir no meio do povo, significava que quem estava a frente deles era o próprio Deus, era Ele quem controlava e determinava, através de Josué as ações militares a serem realizadas na tomada de Jericó. O Deus de Israel já havia entregue Jericó ao poder de Josué. Era necessário apenas tomar posse daquilo que Deus já lhes havia dado. Desta forma, os reis e guerreiros de Jericó não tinham nenhuma chance diante do povo de Israel. O Senhor dos Exércitos é quem estava adiante deles! Josué saiu desta batalha com seu nome reconhecido, como o grande líder dos israelitas, e o pavor ao Deus de Israel cresceu entre os cananeus. Jericó serviu para glorificar o nome de Deus e seus feitos através de sua destruição!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

                           Josué 5:10 a15


     Na primeira parte do texto vemos o povo se preparando para a entrada na terra, para o começo de suas batalhas. Este momento foi marcado pela celebração da Páscoa, e tendo comido do fruto da terra, não mais tiveram o maná. Fecha-se um ciclo!
     A narrativa a seguir nos conta sobre o aparecimento do 'príncipe do exército do Senhor', diante de quem Josué se prostra e adora. Esta atitude de Josué mostra claramente QUEM estava ali! Era uma manifestação visível do próprio Deus, a qual a teologia chama de teofania (do grego Theós, <Deus>, e phaìnei, <aparecer>.Por conseguinte uma manifestação visível de Deus, na forma que ele quiser.) Vejamos o que a Enciclopédia da Bíblia, da editora cultura cristã, nos ensina sobre teofania:
     "Teofania é essencialmente um termo teológico usado para qualquer manifestação temporária, normalmente visível, de Deus. Deve ser diferenciado da manifestação permanente de Deus em Jesus Cristo, chamada de Encarnação...As teofanias são relativamente comuns em Gênesis. Isto é facilmente explicável pela falta das Escrituras e pela posição isolada dos poucos homens de fé cujas vidas são registradas nele. Elas são novamente encontradas nos acontecimentos decisivos do êxodo, na conquista de Canaã e em algumas narrativas dos Juízes. Depois disto elas são raras, exceto nos relatos dos profetas, especialmente nas visões que acompanhavam seus chamados...Na Bíblia nenhuma ênfase é dada à forma da teofania; o que importa é o que Deus faz e diz. Geralmente a teofania é para os ouvidos, o visível serve meramente para atrair e prender a atenção. Isto talvez seja mais percebido na história da sarça ardente (Êxodo 3:2 a 6) e da entrega da lei com todas as suas manifestações físicas (Êxodo 19:18 e 20:18): o físico é meramente secundário...nenhuma descrição é dada do aspecto físico das teofanias aos patriarcas. Ao firmar a aliança descrita em Gênesis 15:17, a presença de Deus é puramente simbólica. Quando a promessa de Isaque foi dada (Gênesis 18), claramente não havia nada sobre aparência física dos três que mereça atenção; isto foi no máximo contado somente para produzir respeito. Nem no sonho de Jacó em Betel (Gênesis 28:12) nem na luta com Deus (Gênesis 32: 22 a 30) é dada qualquer descrição da pessoa vista. Na maioria das teofanias posteriores a pessoa vista parece ser puramente humana até que suas palavras, e às vezes seus atos, proclamam-no como mais que um homem. Onde a teofania encontra-se na experiência profética, ou não há nenhuma visão, como aconteceu com Elias no monte Horebe (I Reis 19:11),  ou a presença de Deus é sentida ao invés de ser vista, como aconteceu com Amós (7:1, 4 e 7; 8:1 e 9:1) e Jeremias (1:9)...Nas visões de Zacarias, o anjo do Senhor parece ser uma figura completamente simbólica...A importância maior da teofania sempre jaz na revelação de Deus, especialmente na mensagem verbal. Os aspectos físicos estão presentes para magnificar e autenticar a revelação..."
     Como já sabemos, as manifestações de Deus se deram de várias formas: a sarça e a voz que dela saía, as manifestações espetaculares que se deram no Sinai, quando a lei foi entregue a Moisés, a coluna de fogo que iluninava e aquecia o povo no deserto, bem como a coluna de nuvem que dava sombra, frescor e guiava o povo de dia e em várias ocasiões o Anjo do Senhor trazendo mensagens aos seus servos. Todas estas manifestações visíveis ou audíveis de Deus tinham o objetivo único de comunicar sua mensagem ao seu povo.
      Interessante neste episódio com Josué é que é uma situação correlata a que ocorreu com Moisés na sarça, estabelecendo assim, uma continuidade entre o que começou Moisés, e o que se seguiria com Josué. O mesmo Deus estava à frente daquele exército! Da mesma forma que na sarça, Deus ordena que Josué descalce as sandálias dos pés porque o lugar onde este pisava era santo. Mas a referência aí é, não ao lugar, pois este não importava, mas a quem estava nele! Deus estava se manifestando ali, portanto aquele lugar era santo naquele momento. Depois do evento, o lugar não deveria ser marcado como ponto de peregrinação por ser santo. Naquele momento o lugar era santo, porque a presença do Santíssimo Deus se manifestara ali!