quinta-feira, 30 de junho de 2011

                           Deuteronômio 28:15 a 68


     Que texto assustador! Existe nele um espelho das bênçãos descritas acima. Para cada bênção proposta, existe uma maldição, em caso de desobediência. No verso 23, por exemplo, ele fala em 'céus de bronze e terra de ferro', numa alusão à falta de chuva e solo propício para plantações, o que era devastador para um povo agrícola. Tratava-se da própria sobrevivência do povo. O texto cita também várias enfermidades, e algo muito significativo para aqueles povos: seus cadáveres seriam expostos, sem haver ninguém que lhes desse um sepultamento digno (verso 26). 
     O texto também expõe algo que era muito temido entre eles: o cerco dos inimigos, que provocaria fome por tempo prolongado, dando margem ao canibalismo. E a descrição é ainda mais terrível quando diz que as próprias mães, não só não poupariam seus filhos, mas também não dividiriam a carne deste com os outros filhos que lhe sobrassem (verso 57). Desespero completo!
     O texto também cita a dispersão do povo de Deus, que se cumpriria nos exílios assírio e babilônico e mais tarde, após a queda de Jerusalém, no ano 70 d.c.
     Diante de todas as terríveis maldições narradas neste trecho, o que mais impressiona é que o tempo todo é descrito um tremendo pavor de alma, uma incrível situação de abandono e vulnerabilidade, por estar longe de Deus:
     _ Os cadáveres expostos às aves, sem ter quem as espante (verso 26).
     _ Ninguém haverá que te salve (verso 29 e 31).
     _ A tua mão nada poderá fazer (verso32).
     _ Te enlouquecerás, pelo que vires com os teus olhos (verso 34).
     _ A planta do teu pé não terá repouso, porquanto ali o Senhor te dará coração tremente, olhos mortiços (sem brilho, desanimado, próximo a apagar-se) e desmaio de alma (medo, pavor) (verso 65).
     _ A tua vida estará suspensa como por um fio diante de ti; terás pavor de noite e de dia e não crerás na tua vida (verso 66).
     _ Isso pelo pavor que sentirás no coração e pelo espetáculo que terás diante dos olhos (vendo o julgamento de Deus sobre si) (verso67).
     _ Sereis oferecidos para venda como escravos, mas não haverá quem vos compre (verso 68).
     Todas as maldições são recheadas de sentimentos avassaladores de abandono, de desespero e terrores. Além dos males físicos, os male da alma atingiriam em cheio o povo que havia abraçado a aliança com o Deus de seus pais, e virado as costas para ele. E além de tudo isso, o verso 64 narra o pior de todos os castigos: ter mais pecados como punição pelo pecado! "Servirás ali a outros deuses que não conheceste, nem tu, nem teus pais; servirás à madeira e à pedra." Que terrível condição! Diante de todo o desespero e desventuras causadas pelo pecado, ter como castigo pecado sobre pecado.
     Que ressoe em nossos ouvidos a advertência contida nos versos 47 e 48: "Porquanto não serviste ao Senhor, teu Deus, com alegria e bondade de coração, não obstante a abundância de tudo. Assim, com fome, com sede, com nudez e com falta de tudo, servirás aos inimigos que o Senhor enviará contra ti..."

quarta-feira, 29 de junho de 2011

                           Deuteronômio 28:1 a 14


    Nestes primeiros 14 versos, Moisés deixa clara a promessa de bênção e prosperidade que aguardaria pelo povo, caso fossem obedientes a lei de Deus. O texto fala muito acerca de fruto. Ora, os hebreus eram um povo que vivia do que plantava e de seu gado. Então, se falar em 'fruto da terra e fruto dos animais', significava a própria sobrevivência deste povo. A promessa do Senhor para eles alcançava também seus lares. Quando ele fala: "Bendito o teu cesto e a tua amassadeira", ele está claramente dizendo que as suas atividades domésticas seriam abençoadas, tudo que se referisse à casa e à família estaria debaixo da bênção do Senhor!
     Quando Moisés fala que eles seriam benditos ao entrar e ao sair, ele quer deixar claro que a bênção do Senhor se estenderia a todas as áreas da vida daquele que guarda os mandamentos do Senhor. Sua bênção não estaria limitada a vitórias em guerra e ao suprimento de suas necessidades, mas em todos os aspectos que envolvesse a vida deles, haveria a bênção e Deus, caso fossem obedientes.
     Mesmo discorrendo sobre as bênçãos provenientes da obediência, Moisés não deixa de advertí-los. Quando ele diz: "O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra no seu tempo..." (verso1 2), "expressa a convicção de que as chuvas, tão crucial para a prosperidade agrícola de Israel, era um dom de Deus. Temos aqui uma advertência implícita contra as religiões cananéias de fertilidade que atribuíam a precipitação das chuvas ao deus pagão Baal." (Bíblia de Genebra). Que tamanha ingratidão seria atribuir a um deus pagão uma bênção que vinha das mãos do Senhor! Me fez lembrar de Gômer, a mulher infiel do profeta Oséias que o abandonou e foi viver com seus amantes. Ele, por amá-la demais e saber que seus amantes não tinham dinheiro para comprar as coisas que ela gostava, comprava e deixava para ela, que pensava que eram aqueles homens que a presenteavam. O objetivo era mostrar ao povo que, assim como Oséias continuava fiel àquela mulher adúltera, Deus continuava a abençoar seu povo, mesmo quando este se virava contra ele. Todas aquelas bênçãos que eles recebiam, vinham das mãos do Senhor , mas eles atribuíam a deuses pagãos. Todas as bênçãos vêm das mãos bondosas do Senhor. Nunca nos esqueçamos disso. Nunca pensemos que as bênçãos que recebemos vêm de nós mesmos, das nossas capacidades e conquistas. Isto também se constitui idolatria. Tirar a glória de Deus e atribuí-la a nós mesmos! E por que será que em meio a descrição de bênçãos decorrentes da obediência há esta advertência? Porque nossa tendência é sempre atribuir a outros, ao acaso ou a nós mesmos as  bênçãos que nos alcançam !


       

terça-feira, 28 de junho de 2011

                            Deuteronômio 27


     Moisés começa seu terceiro discurso ordenando ao povo que após a entrada na Terra prometida, eles deveriam fazer exatamente como estava sendo descrito: uma cerimônia de dedicação, juntamente com a publicação das leis e o amém da congregação.
     Muito me impressionou o comentário da Bíblia de Genebra que descreve os versos 15 a 26 como 'promessas de bênçãos e maldições'. Isto mesmo! Deus estava, através de Moisés, fazendo promessas de maldições ao povo. Caso eles não cumprissem a lei, deveriam esperar e ter a certeza que as maldições expostas viriam sobre eles! Tão certo quanto a bênção de Deus acompanharia a obediência, a maldição acompanharia o desprezo pela lei. 
     A lista de pecados descritos, que estariam sujeitos às maldições, não é longa, mas é significativa! Ela é, na verdade, exemplificação para todos os tipos de pecado. Note que cada um deles trata de um assunto específico, mas toca em vários outros. Mas a principal característica destes pecados é que não são pecados necessariamente públicos. São pecados que talvez sugerissem ao autor que ele não seria pego. Nos versos 15 e 24 isto é explicitado. Deus está deixando claro, que por mais que o povo tentasse pecar em oculto, de forma discreta a ponto de ninguém descobrir, DEUS era o vingador destes pecados também, e não apenas dos pecados públicos.
     Muitas vezes podemos nos sentir confortáveis pelo fato de nossos pecados estarem ocultos. Muitas vezes falamos, fazemos ou pensamos algo que, por não sermos descobertos e envergonhados, achamos que nos saímos bem. Muito pelo contrário! O fato de nossos pecados serem expostos e descobertos, é um claro sinal de que Deus quer nos corrigir, pois somos filhos. Os bastardos é que permanecem em seus pecados ocultos, sem que ninguém os incomodem, caminhando a passos largos para a destruição. 
     Que o Senhor nos dê a consciência de que nossos pecados não ficam impunes e que o temamos, não apenas por medo das maldições que certamente acompanharão o pecado, mas por amor ao seu santo nome!
    

segunda-feira, 27 de junho de 2011

                           Deuteronômio 26


     Este capítulo começa falando da importância de entregar as primícias ao Senhor. E quando eles fossem entregar os dízimos ao sacerdote, deveriam testificar os grandes feitos do Senhor! Os versos 5 a 10, resumidamente, traçam a história do povo desde a descida do Arameu (Jacó) para o Egito, a escravidão, os sofrimentos, a retirada do povo por mão forte do Senhor, a preservação e milagres no deserto até a derradeira chegada na Terra. Que pequeno e lindo resumo desta longa estrada.
     A orientação dada ao povo por Moisés, divinamente inspirado, nos ensina a contar as bênçãos. E quando eu falo em bênçãos, me refiro a tudo aquilo que passamos que nos nos fez chegar mais perto do Senhor. Eles foram advertidos a olhar para trás e lembrar de tudo que haviam passado durante todos aqueles anos. O objetivo era também contar aos mais novos as maravilhas de Deus, mas acima de tudo, fazer o povo se lembrar de como o Senhor os havia conduzido em meio às dificuldades e dores da jornada.
     Este é um exercício de fé. Reconhecer a mão poderosa de Deus em nosso passado, e saber que da mesma forma que ele foi nosso escudo e fortaleza naquelas ocasiões, assim ele o será, seja o que for que tivermos que enfrentar em nossa caminhada futura, rumo aos céus. Outro objetivo destas lembranças é despertar em nós um coração extremamente grato por tudo, eu disse TUDO, que o Senhor faz por nós, lembrando-nos sempre que o alvo final de todos os acontecimentos que nos cercam é a glória de Deus e salvação de nossa alma!


     

quarta-feira, 15 de junho de 2011

                            Deuteronômio 25


     Encontramos aqui, várias recomendações de cunho prático. Em todas elas, por mais diferentes que sejam entre si, a justiça de Deus é sempre exaltada:


     _ Quarenta açoites era o máximo que um homem poderia aguentar sem correr sério risco de morrer. Daí a lei judaica que determinava a 'quarentena de açoites menos um'. Por temor de se errar a contagem, dava-se sempre um a menos. Assim aconteceu com Paulo, em II Coríntios 11:24.


      _ No verso 4 Moisés instrui a que não se atasse a boca ao boi enquanto debulhava (debulhar: tirar da espiga os grãos do ceral). Enquanto o boi estivesse trabalhando, ele deveria ter o direito de comer. Eles precisava se alimentar. Esse princípio é usado por Paulo em I Coríntos 9:9 a 12 e em I Timóteo 5:18, defendendo que Deus aqui, não está se referindo unicamente a bois "acaso, é com bois que Deus se preocupa?", mas aos plantadores da semente santa do Evangelho. Nestes dois textos Paulo exorta a Igreja a sustentar seus pastores. "Se nós vos semeamos coisas espirituais, será muito colhermos de vós bens materiais?" (verso11).


    _ Logo depois vem a lei do levirato, que consistia no irmão solteiro se casar com a viúva daquele que não deixou descendência. O objetivo desta lei era, além de não deixar morrer o nome daquele que se foi, também manter os direitos de propriedade dentro da família do falecido.


     _ Em 13 a 16, fica claro o repúdio que Deus tem pela injustiça praticada contra o próximo. As medidas deveriam ser exatas, em momento algum o povo deveria usar de 'esperteza' para se beneficiar, prejudicando o outro.


     No capítulo todo, fica patente que Deus se importa com nossas ações do dia a dia, como temos visto largamente em Deuteronômio. Ele exige do povo que se chama pelo seu nome, que tenha atitudes parecidas com as suas. Atitudes de justiça! Nunca um povo que leva o nome de Deus sobre si pode se preocupar apenas consigo mesmo, não olhar a causa do outro e principalmente tomar atitudes que prejudiquem propositalmente o próximo. Todo tipo de injustiça é abominação diante de Deus, pois ele é essencialmente JUSTO!

terça-feira, 14 de junho de 2011

                            Deuteronômio 24


     Nos primeiros 4 versos vemos a palavra de Deus deixando ordens para restringir o pecado. Moisés já havia lavrado carta de divórcio, como Jesus mesmo disse em Mateus 19:8, por causa da dureza de coração do povo. Agora o povo queria, além de se divorciar e formar outra família, voltar para a primeira. A fim de pôr freios na promiscuidade, Moisés exorta ao povo a não cair neste pecado. Uma vez que um homem desse carta de divórcio a sua mulher, esta fosse e se casasse com outro homem, se este morresse ou a despedisse também, ela não poderia retornar ao primeiro marido, pois foi contaminada, seria abominação perante o Senhor.
     Este é mais um dos textos que nos ensina a seriedade do casamento. Somos apresentados pelo mundo a um padrão frouxo, onde as relações se desfazem e se refazem na mesma rapidez. Um marido, dois maridos, três maridos...A Bíblia chama isso de contaminação! Lembremo-nos do versículo que lemos quando falamos sobre o sétimo mandamento: "Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula, porque Deus julgará os adúlteros e impuros." Hb 13:4. A atitude descrita e reprovada neste capítulo, mancha algo puro criado pelo próprio Deus para sua glória e para nosso deleite. Sempre que pensarmos em casamento devemos ter em mente a seriedade dele. Uma vez, após os fariseus experimentarem Jesus com suas perguntas capciosas, e depois das explicações dadas por Jesus, os discípulos exclamaram: "Se essa é a condição do homem relativamente à sua mulher, não convém casar." Por favor, leiam o texto na íntegra (Mateus 19:3 a 10).O que eles estavam dizendo era que se um homem precisava viver com uma mulher a vida toda, sem lhe repudiar, e mesmo que fosse repudiado por ela, não poderia contrair novo casamento, então era melhor nunca casar! Eles sim, entenderam a seriedade do que Jesus estava dizendo: casamento é um só!  Ou em suas próprias e santas palavras: "De modo que já não são mais dois, porém, uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou, não o separe o homem." (verso 6)
     Se você ainda não se casou, ainda está em tempo de exclamar como os discípulos! Mas se tem certeza que deseja mesmo se casar, ou se já é casado lembre-se: Não tente separar o que Deus uniu. Não dê desculpas esfarrapadas para desobedecer solenemente a ordem dada por Deus. Permaneça em obediência, seja qual for a situação de seu casamento. Não somos chamados por Deus para sermos felizes, mas para sermos obedientes (pregação de domingo passado!). Desta obediência virá a paz! Quando eu dava aula de Escola Dominical para jovens sobre namoro e casamento, costumava dizer a eles: "Antes de casar, abra bem os olhos. Depois feche!" . Para isto serve o período de 'namoro'. Para conhecermos a fundo a pessoa com a qual pretendemos nos prender até que a morte leve um dos dois. Serve para vermos seus defeitos, para ter a certeza de que ele dificilmente vai mudar, e que eu preciso avaliar se estou disposto a conviver com suas falhas por toda uma vida. Depois de casado, só nos resta investir. Não há a possibilidade de desistir, só de lutar! O que vemos por aí no mundo de hoje é mais ou menos assim:  casa, descasa, casa de novo, casa com o mesmo, casa com outro. Tudo isso se constitui, como o texto diz em abominação e contaminação. Portanto, temamos ao Senhor de tal forma, que procuremos nos desviar deste tipo de pecado durante toda a nossa vida. Para a glória dele e para o nosso próprio bem.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

                           Deuteronômio 23


     Vemos neste capítulo, várias leis acerca da vida cotidiana do povo: os que não poderiam se chegar à assembléia solene, questões de higiene no acampamento, leis sobre como se deveria emprestar dinheiro ou outras coisas, como se deveria votar e a importância de se cumprir um voto. O que vemos aqui é Deus dando diretrizes a serem seguidas por seu povo nos mínimos detalhes.
     Por vezes os crentes acham que Deus está muito distante de nós e se preocupa apenas com a nossa vida "espiritual". Precisamos lembrar que TUDO é espiritual. Deus dá em sua palavra, direcionamento para todas as áreas da vida do homem. É através do cotidiano, aliás, que o homem demonstra se serve ou não ao Deus vivo. Em I Coríntios, depois de Paulo falar acerca de várias situações difíceis do dia a dia com as quais eles tinham que lidar, e do limite da liberdade cristã, ele conclui: "Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus." I Coríntios 10:31. Também lá em I Timóteo, quando Paulo dá as qualificações para que os líderes da igreja fossem escolhidos, ele dá uma lista de atitudes bem práticas que eles deveriam apresentar. Não deveriam ser 'briguentos', deveriam viver bem em família, precisavam ser hospitaleiros...
     Precisamos nos lembrar que Deus é santo, e para que ele habite em nosso meio, precisamos buscar a santidade, não como algo místico, etéreo(celestial, platônico, sideral), mas com coisas bem práticas como o texto mostra. Coisas do dia a dia, que fazem distinção entre o povo de Deus, que leva seu nome, e os povos pagãos! Então, seja em coisas simples como comer e beber, ou em decisões importantíssimas da nossa vida, tenhamos sempre como alvo a glória de Deus!      

quinta-feira, 9 de junho de 2011

                           Ainda sobre Deuteronômio 22:13 a 30


     Por fim, veremos detalhadamente quais são alguns dos pecados que são proibidos no sétimo mandamento:


     Pergunta 139. Quais são os pecados proibidos no sétimo mandamento?


     _ A negligência dos deveres exigidos. Deixar de fazer tudo aquilo que vimos ontem, para fugir do pecado, é cair em pecado contra o sétimo mandamento.


     _ Adultério (relações sexuais com uma pessoa casada), fornicação (relações sexuais fora do casamento), rapto e incesto (estupro e relações entre pessoas que têm parentesco próximo). "Digno de honra entre todos seja o matrimônio, bem como o leito sem mácula, porque Deus julgará os adúlteros e impuros." Hb 13:4


     _ Sodomia (palavra de origem Bíblica para designar perversões sexuais) e todas as concupiscências desnaturais. "Por causa disso os entregou Deus a paixões infames (vis, que causam repugnância); porque até as suas mulheres mudaram o modo natural das suas relações íntimas, por outro contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza (indignidade, sordidez), homens com homens, e recebendo em si mesmos a merecida punição de seu erro." Rm 1:26 e 27


     _ Todas as imaginações, pensamentos, propósitos e afetos impuros. "Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena; prostituição, impureza, paixão lasciva..." Cl 3:5. Note que aqui não se fala de prática alguma, mas de como o pecado contra o sétimo mandamento pode ser secretamente desenvolvido em nossa mente, sem que ninguém, exceto Deus, saiba.


     Todas as comunicações corruptas ou torpes, ou o ouvir as mesmas. "Mas a impudicícia (ato ou palavra impudica, impura) e toda sorte de impurezas sequer se nomeie entre vós, como convém a santos; nem conversação torpe, nem palavras vãs, ou chocarrices (gracejo atrevido, grosseiro), coisas essas inconvenientes, antes, pelo contrário, ações de graça." Ef 5:3 e 4. Interessante que o Catecismo não nos exorta apenas a não fazer tais comunicações torpes, mas a não ouví-las também!


     _ Olhares lascivos (sensuais), comportamento impudente (descarado, sem pudor) ou leviano (inconsiderado, imprudente). " Diz ainda mais o Senhor: visto que são altivas as filhas de Sião, andam de pescoço emproado, de olhares impudentes, andam a passos curtos,fazendo tinir os ornamentos de seus pés" Is 3:16. É condenada tanto a atitude imoderada, de se expor aos outros propositalmente, mas também, como o Catecismo diz, de forma leviana, impensada. Provocar o outro, mesmo sem esta intenção, se constitui pecado também!


     _ O vestuário imoderado (que passa da medida). "Eis que a mulher lhe sai ao encontro, com vestes de prostituta, e astuta de coração..." Pv 10:13. Este ponto merece séria reflexão de nossa parte. Não só as mulheres precisam tomar cuidado, mas os homens precisam ajudá-las a vigiar nesta área. Proteja sempre suas filhas, sua mulher, sua mãe de cometer a loucura de sair de casa com roupas que sirvam para outros pecarem. Até bem pouco tempo atrás, existia uma distinção bem clara entre roupas de prostitutas, e aquelas que moças de família podiam usar. Hoje estas se confundem...Quem ainda não leu o livro 'Deus, o estilista', está perdendo tempo!


     _ Permissão de casamentos ilícitos. Quem consente com um casamento que não pode ser feito, também peca!


     _ A demora indevida de casamento. Este é um ponto interessante, pois ensina que demorar muito tempo no período de namoro, sem se casar, evidencia uma exposição desnecessária às tentações sexuais. É pura questão de sabedoria e de fugir do mal. Portanto, se não há casamento à vista, nada de namoro!


     _ O divórcio ou o abandono injusto. "Eu, porém, vos digo: Qualquer que repudiar sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a torná-la adúltera; e aquele que casar com a repudiada, comete adultério." Mt 5:32. Vemos aqui a tremenda seriedade do casamento e as consequências da quebra de fidelidade e do divórcio.


     _ Cânticos, livros, gravuras, danças, espetáculos lascivos e todas as demais provocações à impureza, quer em nós mesmos, quer nos outros. "Andemos dignamente, como em pleno dia, não em orgias e bebedices, não em impudicícias nem dissoluções, não em contendas e ciúmes." Rm 13:13. "Mas, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e nada disponhais para a carne, no tocante às suas concupiscências (luxúria, lascívia, prazeres sensuais).Rm 13:14


     Temos aqui, largas advertências a vivermos uma vida pura também na área moral. Temos aqui severas advertências e conselhos preciosos pra fugirmos e nos mantermos à salvo de nós mesmos, do mundo e do diabo! Que Deus nos alcance todos os dias com suas ternas misericórdias e nos dê a consciência de que devemos andar na luz, como em pleno dia, permitindo que todas as nossas obras sejam vistas e aprovadas pelo nosso próximo e por Ele.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

                            Deuteronômio 22:13 a 30


     Ainda falando sobre a seriedade dos pecados sexuais, vamos hoje ler e explicar um pouco do que nos diz o nosso Catecismo Maior, quando fala sobre a quebra do sétimo mandamento. Em princípio pensamos que o pecado de adultério é apenas o relacionamento com alguém casado. Mas a gama de pecados que este mandamento abrange é muito maior. Vejamos então, alguns aspectos que a pergunta 138 expõe:


     Pergunta 138. Quais são os deveres exigidos no sétimo mandamento?


     Os deveres exigidos no sétimo mandamento são:
     _ Castidade no corpo, mente, afeições. "...cada um de vós saiba possuir o próprio corpo, em santificação e honra, não com o desejo de lascívia (sensualidade)..." I Ts 4:4 e5


     _ Castidade nas palavras. "Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e, sim, unicamente a que for boa para a edificação..." Ef 4:29. Este texto abrange não apenas o pecado que cometemos quando falamos palavrões ou coisas grosseiras, mas todo tipo de conversas dúbias, com duplo sentido, maliciosas.


     _ Castidade no comportamento e a preservação dela em nós mesmos e nos outros. "...cada um de vós saiba possuir o próprio corpo...e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão..." I Ts 4:4 e 6. Ofender a seu irmão neste contexto, seria ultrapassar os limites da pureza em um relacionamento. Defraudar seria despertar desejos em alguém, com quem não somos casados, e justamente por isso, não podermos saciá-los. Resumindo, defraudar seria instigar, tentar sexualmente alguém, se insinuar.


     _ A vigilância sobre os olhos e todos os sentidos. "Ouvistes o que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela." Mt 5:28. Este é um importante ponto para nós. Devemos sempre estar atentos ao que vemos, às conversas nas quais nos envolvemos, às músicas que ouvimos e o que elas dizem. Todas as coisas que nos contaminam devem ser evitadas à todo custo. Faça uma rápida análise de seu dia a dia e note alguns lugares que você vai, ou pessoas com quem você conversa, ou programas que você assiste, e se pergunte se você não estará se colocando em risco de pecar se expondo a tais situações. Quanto à impureza,a Bíblia tem um conselhoo: FUGIR!!!!


     _ A conservação da sociedade de pessoas castas. "Bem aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores." Sl 1:1. "Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros..." I Cor 5:9. Precisamos desesperadamente conviver com pessoas mais santas que nós, que inspirem-nos a obedecer a Deus e a andar em seus caminhos. Já somos tão tendentes ao mal sem a ajuda de ninguém, imaginem se nos dermos ao direito de nos cercarmos o tempo todo de ímpios, impuros, idólatras!


     _ A modéstia no vestuário. "Da mesma sorte, que as mulheres, em traje decente, se ataviem com modéstia e bom senso..."I Tm 2:9


     _ O casamento, o amor conjugal e a coabitação. "Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade, corça de amores, e gazela graciosa. Saciem-se os seus seios em todo tempo; e embriaga-te sempre com as suas carícias." Pv 5:18 e 19. "Não vos priveis(privar de ter relações sexuais) um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência (falta de temperança, excesso, falta de castidade) I Co 7:5. Sim! O casamento é o antídoto que Deus instituiu contra a impureza! O amor conjugal é para ser vivido de forma profunda, bela, abençoada e assim, proteger a ambos, marido e esposa, das investidas do inimigo, do mundo e dos impuros.


       _ O evitar todas as ocasiões de impureza e resistir às suas tentações. "Afasta o teu caminho da mulher adúltera, e  não te aproximes da porta de sua casa." Pv 5:8. Esta deve ser uma prioridade na vida do crente: fugir vigorosamente, evitar a qualquer custo se expor a situações que o levem a ser tentado. Devemos identificar situações práticas do nosso dia a dia que nos deixem vulneráveis e fugir delas. Mais uma vez cito o caso de José, e se você nunca leu, ou se esqueceu desta história, é bom dar uma lida (Gn 39) e aprender a valiosa lição que ele nos legou: fugir, correr desesperadamente de qualquer situação que nos exponha a pecados sexuais. Se acharmos que somos fortes, e podemos resistir, já começamos a nossa derrocada e nem sabemos! 
     
     Amanhã veremos quais são os pecados proibidos no sétimo mandamento, descritos no Catecismo Maior.


     


   

terça-feira, 7 de junho de 2011

                                    Deuteronômio 22:13 a 30


     Deus provê leis para o seu povo, para que estas os preservem distante do pecado. Este é o objetivo destas lei quanto à castidade descritas neste texto (castidade:comportamento voluntário de abstinência de prazeres e de prática de atos sexuais fora do casamento). O foco principal aqui é a proteção do casamento. Este laço é tão sério e suas implicações tão marcantes, que a pena para uma mulher casada pega em adultério era a pena de morte. Para ambos. Violar a santidade o casamento é violar a santidade de Deus, que criou o casamento e zela por ele. 
     Há também no texto exortações para que as moças não desonrassem a casa de seu pai. Este ato que para a sociedade de hoje é tão comum, natural e até incentivado, é descrito aqui como loucura! "Porém, se isto for verdade, que se não achou na moça virgindade, então, a levarão à porta da casa de seu pai, e os homens de sua cidade a apedrejarão até que morra, pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai..." (verso 21).
     Todo o contexto trata de leis que visavam proteger o povo de Deus da prostituição. E estamos falando aqui de prostituição no sentido mais amplo da palavra. Prostituir significa "degradar(tomar a dignidade, tornar desprezível,depravar), aviltar(tornar vil, rebaixar), desonrar, corromper, macular(manchar moralmente, desonrar,infamar). Todo tipo de atitude imoral  estão colocados na condição de prostituição. Seja fornicação(sexo antes ou fora do casamento), adultério, homossexualismo ou qualquer tipo de pecado moral praticados ou desejados, são classificados como prostituição.  E por serem tão graves e afrontar tão severamente a santidade de Deus e a castidade do casamento, devem ser odiados por nós. Devemos fazer todo esforço do mundo, como fez José, fugindo da mulher de Potifar que o instigava, a fim de nos mantermos santos aos olhos de Deus. Amanhã veremos que o nosso Catecismo Maior coloca estes pecados diretamente relacionados à quebra do sétimo mandamento.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

                           Deuteronômio 22:1 a 12


     Começamos com os versos 1 a 4 que mostram o valor que Deus sempre deu ao direito da propriedade privada. Foi então, estabelecida lei para resguardar o direito das pessoas serem possuidoras daquilo que haviam adquirido por meio de seu árduo trabalho. Todo esforço deveria ser envidado para devolver ao outro aquilo que lhe pertencesse e que fosse achado pelo caminho. Vemos claramente que qualquer tentativa de defender ideias de cunho socialistas, que negam o direito à propriedade privada, não têm respaldo na Palavra de Deus. Aliás, em vários textos Deus diz que ele mesmo foi quem fez o pobre, e ele é quem dá riqueza aos ricos. A preocupação na instituição destas leis não era impedir que houvesse mais ricos e mais pobres na sociedade, mas garantir que as bases do relacionamento entre uma classe e outra fosse justa. Em todo o tempo esta é a palavra de ordem: justiça!
     No verso 5 vemos a advertência para que fossem observadas algumas regras que definiam as diferenças entre homens e mulheres. Esta distinção deveria ser bem clara. Em toda e qualquer cultura, em todos os tempos, sempre existiram símbolos que diferenciavam homens de mulheres. Estes símbolos podem variar de cultura para cultura, mas deve permanecer inalterado o princípio da distinção entre os sexos. Homem se vestindo, se enfeitando e se comportando como homem. Mulher se vestindo, se enfeitando e se comportando como mulher. Não se deve violar a ordem da criação. A Bíblia não apenas condena como abominação o homossexualismo, mas o ser efeminado, ou o se vestir como um homem, no caso das mulheres.
     Por fim, vemos advertências que provavelmente se referem à pureza do povo (versos 8 a 11). "...mediante a ingestão de alimentos puros e de não misturar sementes, de não usar animais de trabalho diferentes ou materiais diferentes em suas vestes, o povo  de Israel era relembrado de que devia ser um povo puro." (Bíblia de Genebra). E para reforçar a lembrança da necessidade de pureza e de separação dos outros povos, eles precisavam colocar as borlas nos quatro cantos de seus mantos.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

                            Deuteronômio 21


     Uma sequência de leis são dadas neste e nos capítulos posteriores, para regular a vida em sociedade. Fatos que aconteciam no cotidiano do povo também deveriam ser resolvidos e analisados sob o ponto de vista de Deus. Primeiramente falaremos da poligamia, que apesar de não ter sido instituída por Deus, era largamente praticada. Assim como Moisés lavrou carta de divórcio por causa da dureza do coração humano, e para que a promiscuidade não fosse ainda maior, a poligamia também precisava de algumas diretrizes para que o mal causado fosse minimizado. Esta é a raça humana! Sempre achamos que nossos caminhos são melhores que os caminhos de Deus.
     Nos versos 1 a 9 e 18 a 21, o texto nos declara a seriedade da obediência e as consequências de pecar contra o Deus que é santo. O assassinato, por exemplo, é algo tão sério, que o sacerdote da cidade mais próxima daquele morto cujo assassino não se conhecia, precisava expiar a culpa. Não era porque o autor de tal crime era desconhecido, que ficava tudo bem. Não! Era preciso que fosse feito o juramento de inocência e ignorância pelos sacerdotes e deveria se oferecida uma novilha, morrendo no lugar daquele assassino que deveria ser morto e não foi por não ser descoberto. O crime não poderia ser ignorado! "A morte vicária da novilha prenuncia a morte de Cristo como satisfação pelos pecados, sejam conhecidos ou desconhecidos, cometidos pelo povo de Deus." (Bíblia de Genebra). 
     Em 18 a 21, mais uma regra clara a respeito da vida em sociedade. O filho rebelde e contumaz não deveria ser tolerado no meio do povo. Estamos falando aqui não de desobediência pura e simples, mas de rebeldia contínua e sistemática, de pecado crônico. Os próprios pais deveriam entregar os filhos, que eram punidos com pena de morte! Tal é a seriedade destas leis que até nos assustamos, nós que vivemos em uma sociedade onde tudo é tolerado, os maiores absurdos não são levados em conta e muito menos punidos. Por isso vamos de mal a pior, acumulando juízo sobre juízo. Mas todos estes pecados e esta libertinagem que se comete "impunimente" hoje, não deixa de agredir seriamente a santidade de Deus. Temo que logo se encha a medida de sua santa ira. Quando tivermos, como país, que responder por tanta dissolução em nosso meio, tolerada e até mesmo praticada pelo povo de Deus... Não temos olhado com seriedade o pecado e como ele fere a santidade de Deus e por isso merece ser extirpado do nosso meio.
     Quando o texto fala sobre os pais que deveriam levar seus filhos aos anciãos da cidade e delatar seu pecado para que fosse apedrejado, penso em como seus corações deveriam sangrar. Não deveria ser uma tarefa agradável levar seu próprio filho para ser morto por seu pecado. Esta atitude extrema, demonstra que estes pais amavam mais a Deus e a sua lei do que sua própria família! Me fez lembrar também o processo que envolve a exclusão de membros de uma igreja local. O pastor é como um pai daquela congregação. Aquele filho é repreendido, alertado, chamado à responsabilidade, a voltar à lucidez. Quando este permanece duro de coração, não ouvindo a voz de um pai que docemente o convoca a retornar para a prática das boas obras, a tornar seu coração para Deus, medidas drásticas precisam ser tomadas para que a ira de Deus não caia sobre aquela igreja. O ato de excluir um membro que virou as costas para Deus tem dois objetivos: tirar o mal do meio do povo, para que estes não o copiem, mas temam. O outro objetivo é aplacar a ira de Deus. Se aquelas pessoas não levam em consideração a seriedade do pecado e continuam convivendo de forma pacífica, como se nada tivesse acontecido, este preço será cobrado mais cedo ou mais tarde.
     
     

quinta-feira, 2 de junho de 2011

                                  Deuteronômio 20


     Vemos aqui orientações acerca das guerras que o povo de Deus precisaria travar, e o primeiro aspecto destacado foi a confiança que deveriam ter em seu Deus. Mesmo que os outros povos fossem mais numerosos, mais poderosos ou com armas melhores do que as deles. O ponto chave deveria ser: "...não os temerás ; pois o Senhor, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, está contigo." (verso 1). Mais à frente Moisés diz que eles não deveriam temer nem se aterrorizar porque o Senhor"...é quem vai convosco a pelejar por vós contra os vossos inimigos, para vos salvar." (verso 4). Todos aqueles que estivessem com seus corações voltados para outras coisas, deveriam retornar para suas casas. Aquelas batalhas que se seguiriam seriam batalhas terríveis. Seus corações deveriam estar firmes na luta. Se eles estivessem com seus corações presos a suas casa novas, suas vinhas, às suas esposas ou tivessem seus corações medrosos ou tímidos, deveriam retornar! Eles deveriam estar inteiros naquelas batalhas!
     Não podemos deixar de fazer um paralelo conosco! Não estamos indo à guerra nenhuma, não pegamos em armas e não temos capitães sobre nós. Mas com certeza, cada um de nós se encontra em várias lutas diariamente. Lutas que muitas vezes nos amedrontam. Inimigos quase sempre maiores que nós. Quem de nós já não passou uma noite em claro pensando nas dificuldades que enfrentaria no dia seguinte, ou chorando pela derrota do dia que se findou? Quantas vezes travamos uma luta sangrenta contra nós mesmos, nossos vícios pecaminosos, aqueles que sabemos que afrontam a Deus, mas não conseguimos largar? Quantas vezes nos vemos tão afrontados pelo diabo e pelo mundo e suas ideologias infames, que ansiamos ardentemente estar logo com Deus? Quantas vezes nos vemos em situações, externas ou internas, aquelas que só nós conhecemos, que temos a impressão que não temos saída, que não há solução, que estamos irremediavelmente perdidos? Todos nós passamos por isso. Lutamos ferozmente contra o pecado, perdemos o emprego, enterramos cedo demais pessoas que amamos, somos traídos, injuriados, incompreendidos, enfrentamos perseguições no trabalho ou na escola, enfrentamos problemas sérios de saúde, de relacionamentos, olhamos para trás com tristeza e para frente sem esperança. Em meio a todo este turbilhão podemos nos sentir desamparados. 
     Se olharmos para as Escrituras, veremos que em momento algum elas falam em tempos de paz. Pelo contrário: "Quando saíres à peleja contra teus inimigos...". A guerra é certa e anunciada! "Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo,passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo." João 16:33. Veja que Jesus nos ensina que teremos guerras ferozes, mas ele começa e termina nos dando uma lição de confiança. Primeiro ele diz que o objetivo de nos dizer tudo que nos disse, nos ter ensinado seu Evangelho, foi para que tivéssemos paz diante das provações que viriam. E termina dizendo que ele venceu. Muito se parece com o que Deus disse através de Moisés ao povo hebreu: "...não desfaleça o vosso coração; não tenhais medo, não tremais, nem vos aterrorizeis diante deles, pois o Senhor, vosso Deus, é quem vai convosco, a pelejar por vós contra os vossos inimigos, para vos salvar." (verso3 e 4). Em momento nenhum a Escritura afirma que nossa luta neste mundo seria fácil, mas em todo tempo nos entrega promessas de que o Senhor estaria ao nosso lado, e que esta luta já tem vencedor!

quarta-feira, 1 de junho de 2011

                            Deteronômio 19:21


     Muito se tem falado sobre este texto, mas na grande maioria das vezes, ele tem sido mal entendido e mal interpretado. Quando Moisés institui esta lei dada por Deus, o objetivo era que a punição fosse de acordo com o mal causado à alguém. Lembremos do exemplo de Lameque (Gênesis 4:23), que matou um homem porque este o feriu e um rapaz porque o pisou. Era com este tipo de discrepância que esta lei visava acabar. Vimos claramente o objetivo desta lei quando lemos Levíticos 24:17 a 21. Quem matasse outro homem, deveria ser morto, mas quem matasse um animal, deveria restituir ao dono. Quem causasse um defeito em seu próximo, assim se faria com ele. "O propósito deste versículo é impedir vinganças exageradas. Esta fórmula expressa o princípio de proporcionalidade entre castigo e delito" (Bíblia de Genebra).
     Devemos entender também que esta lei não era para ser aplicada de forma particular. Era uma lei para ser aplicada nos tribunais civis. Era justamente uma forma de desencorajar a prática da vingança exagerada e privada. Era um estímulo a que a pessoa não se vingasse pessoalmente da que lhe tinha feito mal, mas que entregasse o caso aos tribunais para que a justiça fosse feita publicamente. 
     Este tipo de lei foi adotada também por outros povos, como os gregos e romanos. Em Atenas por exemplo, ela também foi pervertida. Quando um homem provocava a perda de um olho, muitas vezes pagava com seus dois olhos. Isso também ocorria em Israel. Jesus combate esta prática lá em Mateus 5:38 e 39. Antes de continuar com a leitura deste post, dê uma olhada no texto de Mateus. Jesus não revoga esta lei, que deveria ser exercida pelo magistrado. Jesus fala de atitudes pessoais. Como eu, que sou um cristão devo reagir quando meu inimigo imprime sofrimento a mim? Não resistindo ao perverso, voltando a outra face, andando a segunda milha, amando ao meu inimigo. Isto não impede que eu recorra aos tribunais para que os meus direitos sejam reconhecidos e cumpridos. Estamos falando aqui de não nutrir um coração amargurado e ódio aos que nos causam dano. É exatamente o que lemos em Romanos 12:17 a 20 "Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber..." São duas coisas diferentes. A lei que deveria ser cumprida por quem foi instituído civilmente para tal, e a atitude pessoal do ofendido.
     Somos então, ensinados a nos entregar à justiça de Deus, e a procurar os tribunais, quando necessário. E estes tribunais deveriam sempre seguir o conceito de proporcionalidade entre castigo e delito, como a Bíblia ensina: Olho por olho e dente por dente. Assim teríamos leis realmente justas!