quinta-feira, 21 de julho de 2011

                            Josué 5:1 a 9


     Começando pela narrativa do terror infundido no coração dos reis vizinhos, o texto segue narrando a ordem que Josué recebeu do Senhor, às portas de começar as conquistas da Terra Prometida. Ele deveria circuncidar o povo. A circuncisão havia sido instituída por Deus lá em Gênesis 17: 9 a 14. Era o sinal da aliança de Deus com o povo que ele haveria de formar a partir de Abraão. Desde estes tempos até à saída do Egito, esta prática era rigorosamente observada entre os hebreus. Mas os homens que morreram no deserto, foram os últimos a serem circuncidados, ainda no Egito. Aquela nova geração que nascera no deserto não havia sido circuncidada.
     Este era um momento muito especial e significativo para o povo de Deus. Atrás de si estava o grande deserto e à frente a Terra Prometida. Começava um novo momento. A circuncisão era o sinal da aliança de Deus com Abraão e era necessária para a participação na Páscoa. "A circuncisão marcava o povo da promessa; a Páscoa celebrava sua redenção(compensação, resgate) do Egito...essa circuncisão era necessária porque a geração que que saíra do Egito tinha caído sob o julgamento de Deus. Em sua graça, Deus estava levantando uma nova geração para si mesmo. A circuncisão física tinha seu significado espiritual, a circuncisão do coração...a redenção da escravidão no Egito só se completou com a entrada na Terra Prometida." (Bíblia de Genebra)
     Durante este processo de circuncidar todo o povo, a narrativa mostra novamente o motivo pelo qual aquela geração morreu no deserto! Certamente tudo isso deveria estar sendo novamente exposto ao povo, para que eles aprendessem com o pecado de seus pais e não viessem a cair no mesmo erro! Eles haviam desobedecido à voz de Deus, não creram que poderiam tomar a Terra. Neste texto é lembrado mais uma vez que o Senhor não lhes permitiu entrar na Terra: "Porque quarenta anos andaram os filhos de Israel pelo deserto, até se acabar toda a gente dos homens de guerra que saíram do Egito, que não obedeceram à voz do SENHOR, aos quais o SENHOR tinha jurado que lhes não havia de deixar ver a terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a seus pais, terra que mana leite e mel." (verso 6). O interessante e assustador neste texto, é que Deus deixa claro que cumpre suas promessas. Tanto a de dar a Terra Prometida ao seu povo, quanto a de não permitir que nenhum homem sequer  daquela geração visse a Terra Prometida! Isto nos ensina que Deus cumpre TODAS as suas promessas, inclusive as de maldição. Quando Ele diz que vai fazer algo, Ele realmente faz! Isto deveria nos fazer tremer. Deveríamos sempre prestar muita atenção quando somos advertidos que tal ou tal pecado nos levam à tal e tal consequências. Deus não é homem para se arrepender ou para esquecer..."Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará." (Gálatas 6:7). Esta promessa se refere às nossas atitudes de obediência e às de desobediências também. Se referem às coisas boas que plantamos através de nossas atitudes, e às coisas ruins que plantamos e teremos que colher. De Deus não se zomba! A obediência em tudo deve ser nosso alvo. As promessas, tanto de vida quanto de morte, serão CERTAMENTE cumpridas. Lembram-se de Eva, que não acreditou que fosse 'bem assim'? "mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás." (Gênesis 2:17). Eva não deu muita atenção à promessa de maldição contida nestas palavras, por causa disso, toda a humanidade foi afetada, e colhemos todos estes frutos até hoje. De Deus não se zomba!



quarta-feira, 20 de julho de 2011

                                       Josué 4

    Sendo concluída a passagem pelo rio Jordão, o Senhor ordenou que doze pedras fossem retiradas e guardadas como memorial. Veremos outros acontecimentos como este no decorrer do livro de Josué. O objetivo era simples e claro: que fosse um sinal entre o povo e que quando os filhos perguntassem a origem daquelas pedras, os grande feitos de Deus pudesse ser novamente relatados e relembrados. Facilmente nos esquecemos das grandes coisas que o Senhor faz por nós. Este tipo de atitude procede de corações ingratos! Mas Deus, conhecendo nosso pecado, nos ordena que algumas coisas sejam lembradas.
     A Ceia é um desses memoriais! Neste momento instituído por Deus, comemos o pão e bebemos o vinho em memória dele, até que ele venha. É uma forma de nos lembrarmos sempre do sacrifício vicário (Que substitui, que faz as vezes de) de Cristo por nós. Cabe a nós a responsabilidade de contar à nossa descendência as maravilhas de Deus: " O que ouvimos e aprendemos, o que nos contaram nossos pais, não o encobriremos a seus filhos; contaremos à vindoura geração os louvores do SENHOR, e o seu poder, e as maravilhas que fez." (Salmo 78:3 e 4).
     Outro motivo descrito no texto, para que aquelas pedras fossem instituídas como lembranças, era para que os povos da terra vissem que o povo passou de pés secos pelo Jordão, e como diz o texto, conhecessem que a mão do Senhor é forte, e assim viessem a temê-lo! Todos os feitos do Senhor serviam para ratificar sua fidelidade para com seu povo e para mostrar de forma inequívoca que só Ele é Senhor! Os povos da terra são por isso indesculpáveis, como diz Paulo em Romanos!

terça-feira, 19 de julho de 2011

            Uma breve aula de Geografia sobre o Rio Jordão
                    
     Seu nome significa “declive” ou “o que desce”. O Jordão origina-se de quatro pequenos rios, a 11 km ao norte de Meron, cujas cabeceiras estão no Monte Hermom, menos a do primeiro. São eles:

· Barreighit, o único cujas fontes não estão no Hermom;
· Hasbani, o mais longo (40 km de extensão);
· Ledam, o mais volumoso;
· Banias, o mais oriental e mais curto (8 km).


     Costuma-se dividir o Jordão em três trechos:


     O primeiro trecho, ou seja, a região das nascentes, é o anteriormente descrito e que vai até o lago de Merom. Depois da junção das quatro nascentes, o Jordão atravessa uma planície pantanosa numa extensão de 11 km; e entra em Merom, sua profundidade ai varia de 3 a 4 m.
     Segundo trecho, também chamado de Jordão superior, compreendendo desde Merom até o Mar da Galiléia, extensão de 20 km. É um trecho com um declive de 225 m, tornando suas águas caudalosas e um enorme trabalho de erosão. A correnteza é tanta que 20 km dentro do Mar da Galiléia, ainda se percebe sua força. Neste trecho a vegetação é media e o terreno rochoso, sua largura varia entre 8 e 15 m.

     Terceiro trecho, ou Jordão inferior, estende-se do Mar da Galiléia até ao Mar Morto, numa distância de 117 km em linha reta e 340 km pelo leito sinuoso do rio, largura variando entre 25 e 35 m e profundidade de 1 a 4 m. Este trecho sofre um declive de 200 m, pelo qual o rio desce precipitadamente, formando muitas cascatas.(informações retiradas do blog: geografia-biblica.blogspot.com)



                                   Josué 3


     Vemos neste capítulo a preparação do povo para a travessia do rio Jordão. Em primeiro lugar, Josué manda que o povo se prepare, se santifique para as grandes maravilhas que se sucederiam a partir dali. Eles precisavam se santificar, e isto, provavelmente se referia a atos físicos, como por exemplo, lavar-se. Estes rituais já haviam sido prescritos anteriormente, como aconteceu  no monte Sinai: "Disse também o SENHOR a Moisés: Vai ao povo e purifica-o hoje e amanhã. Lavem eles as suas veste... Moisés, tendo descido do monte ao povo, consagrou o povo; e lavaram as suas vestes.  E disse ao povo: Estai prontos ao terceiro dia; e não vos chegueis a mulher." (Êxodo 19:10, 14 e 15). 
     Algo grandioso aguardava pelo povo. Deus pretendia fazê-los passar pelo Jordão da mesma forma que os fizera atravessar o Mar Vermelho há tantos anos atrás. O Jordão assinalava a fronteira da Terra Prometida. Como através de atos portentosos já passados, Deus infundiu o pavor entre os Cananeus com mais esta demonstração de sua força e poder. Também pretendia engrandecer Josué perante o povo, para que soubessem que assim como Ele havia sido com Moisés, também era com Josué. O povo deveria temê-lo e obedecê-lo como fez a Moisés. O Deus de Josué era o Deus de Moisés, não deveriam restar dúvidas!  
     Outro objetivo de Deus operando esta maravilha incrível, de se passar a pés secos por um rio que estava transbordando sobre todas as suas ribanceiras(verso 15), era que o povo reconhecesse que o Deus vivo(em comparação aos ídolos mortos), estava no meio deles. Também que este Deus vivo é quem lançaria os cananeus para fora! "Disse mais Josué: Nisto conhecereis que o Deus vivo está no meio de vós e que de todo lançará de diante de vó os cananeus, os heteus, os heveus, os ferezeus, os girgaseus, os amorreus e os jebuseus." (verso 10). A palavra 'conhecer' neste versículo tem o sentido de 'conhecer por experiência própria". Eles veriam com seus próprios olhos, provariam das grandezas de Deus. Raabe não precisou ver para crer! Só de ouvir as maravilhas que o Deus de Israel operara, ela já creu!
     A arca da Aliança do Senhor deveria ir à frente, não só porque era o símbolo da aliança de Deus com o seu povo, mas também demonstrando que o próprio Senhor iria à frente de seu povo! A arca deixava explícito para o povo a mensagem da fidelidade de Deus para com eles. E assim, purificando-se e preparando-se para a milagrosa travessia do rio Jordão, tendo a arca da Aliança do Senhor à frente, o povo começa sua caminhada rumo à conquista da Terra Prometida, que apresentaria desafios sim, mas que requereria não a força, mas a fé daquele povo no Deus que fizera todas aquelas promessas!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

                          Josué 2


     Nos deparamos aqui com um maravilhoso aprendizado sobre a graça de Deus, oferecida a todo tipo de gente! Quando os dois espias mandados a Jericó para observar a terra e ver como os hebreus a invadiriam, a primeira casa em que 'aleatoriamente' entraram foi a casa de uma prostituta chamada Raabe, que morava nos muros da cidade. Isso já nos choca de cara! Ela era uma mulher imoral, que vivia às custas de seus pecados e devassidões. Mas a conversa dos espias com aquela pecadora, revela que o Espírito Santo de Deus já estava infundindo em seu coração algo sobrenatural:
     _ Raabe creu na soberania e no senhorio de Deus: "Bem sei que o SENHOR vos deu esta terra" (verso 9) 
     _ Ela creu que Deus operara maravilhas no meio dos hebreus: "Porque temos ouvido que o SENHOR secou as águas do mar Vermelho diante de vós, quando saíeis do Egito; e também o que fizestes aos dois reis dos amorreus, Seom e Ogue, que estavam além do Jordão, os quais destruístes." (verso10)    
     _ Creu na misericórdia divina, e pediu misericórdia para si e para toda a sua família! "Agora pois, peço-vos, jurai-me pelo Senhor que, como usei de bondade para convosco, vós também usareis de bondade para com a casa e meu pai; e dai-me um sinal seguro, de que conservareis em vida meu pai e minha mãe, como também meus irmãos e minhas irmãs, com todos os que lhes pertencem, e de que livrareis da morte as nossas vidas." (versos 12 e 13) 
      _ Creu que o Deus de Israel é o Deus Todo Poderoso: "porque o Senhor vosso Deus é Deus em cima no céu e embaixo na terra" (verso11)
     _  Permaneceu na fé, confiando na promessa de livramento, aguardando o livramento: "e ela atou o cordão de escarlata à janela" (verso 21)
     Apesar de não ser judia e de viver uma vida depravada, quando soube notícias de quem eram os hebreus, como o seu Deus todo poderoso agia, Raabe demonstrou sua fé. Ela creu em Deus. Mais do que isso, ela é citada por Tiago como alguém que demonstrou em atitudes a fé que fora plantada por Deus em seu coração! Leia com calma o texto:
     "Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé. Crês, tu, que Deus é um só? Fazes bem. Até os demônios crêem e tremem. Queres, pois, ficar certo, ó homem insensato, de que a fé sem as obras é inoperante? Não foi por obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu sobre o altar o próprio filho, Isaque? Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou, e se cumpriu a Escritura, a qual diz: Ora, Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado  para justiça; e: Foi chamado amigo de Deus. Verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente. De igual modo, não foi também justificada por obras a meretriz Raabe, quando acolheu os emissários e os fez partir por outro caminho? Porque, assim como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem obras é morta." (Tiago 2:17 a 26)
     Que ensino tremendo! Tiago não está defendendo aqui a salvação pelas obras. Não! Ele está explicando que a fé realmente produzida pelo Espírito Santo de Deus gera atitudes santas, como gerou na vida de Raabe!
     Que história maravilhosa, que revela a graça de Deus sobre pecadores miseráveis, como Raabe, eu e você! O exemplo de Raabe é um exemplo emblemático na Bíblia para narrar, não apenas o poder transformador da graça de Deus, mas também a abrangência desta graça. A graça que atinge toda a terra! Deus mostra neste episódio que não é Deus apenas dos hebreus, mas o grande Deus de toda a Terra e de todos os povos. Raabe se casou com Salmom. E quer saber o restante da história? Mateus narra em seu primeiro capítulo, versos 5 e 6: "Salmom gerou de Raabe a Boaz; este, de Rute, gerou a Obede; e Obede, a Jessé;Jessé gerou ao rei Davi". Sim!!! Raabe estava na genealogia de JESUS! Ela deu a luz à Boaz, que foi bisavô de Davi, tornando-se assim, da linhagem de Jesus. Que privilégio incrível! Que mistura de povos corria nas veias do Messias, afinal, Boáz, que foi bisavô de Davi, se casou com Rute, que era Moabita. Numa demonstração clara, de que todo tipo de gente, todas as raças e povos de todas as nações poderiam ser alcançados pela maravilhosa graça salvadora, na linhagem de Jesus, lá estava Raabe, a prostituta, e Rute, a moabita! Que este ensino encha nosso coração de alegria, afinal, também somos gentios, e esta graça nos alcançou! Aleluia!


     

sexta-feira, 15 de julho de 2011

                         Josué 1


     Não se sabe ao certo quem é o autor do livro de Josué. O que não há dúvidas, é de que o autor queria ressaltar a história maravilhosa do cumprimento das promessas que Deus fizera aos patriarcas, através de Josué. E logo no primeiro capítulo notamos que a base para a liderança de Josué foi lançada: "Ninguém te poderá resistir todos os dias da tua vida; como fui com Moisés, assim serei contigo; não te deixarei, nem te desampararei." (verso 5). Deus mesmo promete a Josué que faria por ele o que fez por Moisés. Deus estaria à frente da conquista, dando força e coragem a Josué! 
     Outro aspecto importante ressaltado logo no primeiro capítulo do livro, é que Deus conclama  Josué a ser forte e corajoso PARA ter cuidado de fazer segundo toda a lei que Moisés ordenou! Ele não deveria se desviar nem para a direita nem para a esquerda. Esta não seria uma liderança pautada em suas bases ideológicas, nem na sua forma de governar. Deus continuava sendo o Senhor sobre o seu povo, e Josué deveria ter esta noção, e não pensar que, agora que Moisés já era morto, ele poderia liderar como achasse melhor.
     O verso 8 fala novamente de algo que muito tem me impressionado no decorrer da caminhada do povo de Deus: a advertência a que se ande segundo os seus estatutos! "Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido." Me faz pensar que muitas vezes nós falhamos nisso. Algumas vezes consideramos que já falamos demais com nossos filhos, nossos pais, amigos ou irmãos em Cristo. Achamos que, porque aquele assunto já foi pregado, não temos a necessidade de voltar a ele. Mas não era assim com o povo de Deus. Eles estavam sendo constantemente advertidos, repetidamente relembrados, de forma proposital a serem obedientes. A lei deveria ser incansavelmente exposta. E por que? Porque muito facilmente eles se esqueciam da lei. Muito facilmente se deixavam envolver pelas práticas que aprendiam com os povos ao seu redor. Muito facilmente esqueciam quem era o seu Deus, e o que Ele exigia de seu povo. Por isso a insistência: não cesses de falar deste livro da lei!! Este deve ser um estímulo a nós. Não nos cansemos de ensinar as verdades de Deus. Mesmo que em alguns momentos nos sintamos desanimados, desencorajados pela atitude do outro, devemos insistir, afinal, disto depende a vida dele! Devemos, como Josué, ser fortes e corajosos para fazer tudo aquilo que se encontra na lei de Deus. Isto requer coragem. Isto demanda esforço. Mas disto depende a nossa vida e a vida dos que amamos!
     A partir do verso 10, Josué convoca o povo a se aprontar para começarem a travessia do Jordão, para tomarem a terra. A resposta do povo a ele foi imediata. Tendo a certeza de que Deus estava com Josué, como esteve com Moisés, eles prontamente se puseram sob sua liderança: "Tudo quanto nos ordenaste faremos e aonde quer que nos enviares iremos. Como em tudo obedecemos a Moisés, assim obedeceremos a ti; tão-somente seja o SENHOR, teu Deus, contigo, como foi com Moisés." (versos 16 e 17). Reconheceram que Josué estava sob a autoridade de Deus e então se puseram obedientes a ele!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

                         Deuteronômio 34


     Chega agora ao fim o longo período em que o povo de Deus atravessou o deserto. A distância entre o Egito, onde eram escravos, e a terra prometida, Canaã, não era grande. Em algumas semanas se fazia este percurso. Por que, então, o povo levou 40 anos rodando no deserto? Vimos esta resposta quando lemos Números 13:29 a 37. Toda aquela geração que não confiou nas palavras de Calebe e Josué, ordenadas por Deus, pereceu no deserto, não viu a terra: " nenhum dos homens que, tendo visto a minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, todavia, me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz, nenhum deles verá a terra que, com juramento, prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que me desprezaram a verá." (Números 14:22 e 23). O povo rodou pelo deserto não apenas esperando a morte daquela geração incrédula, mas também porque Deus pretendia forjar para si um povo monoteísta. As experiências vividas pelo povo naquele deserto, visava deixar claro que havia um único Deus. Foram 40 anos de provas, milagres, livramentos e manifestações da bondade de Deus: "Quarenta anos vos conduzi pelo deserto; não envelheceram sobre vós as vossas vestes, nem se gastou no vosso pé a sandália." (Deuteronômio 29:5).
     Deus então, do alto do monte Nebo, mostra a Moisés a terra prometida. Deve ter sido um momento de imensa alegria para Moisés, vislumbrar, mesmo que de longe, a concretização da promessa! Me chamou a atenção neste texto, que em momento nenhum, Moisés reclama, ou tenta 'convencer' a Deus de deixá-lo entrar. Ele sabia que a palavra de Deus era uma só. Embora Moisés fosse o homem que o verso 10 descreve como: " Nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, com quem o SENHOR houvesse tratado face a face", Deus não revogou sua ordem. Por causa do evento de Meribá, em que Moisés feriu a rocha, Deus pronunciou a sua sentença, e não voltou atrás.
     Muitas vezes achamos que as coisas não são 'bem assim'. Por causa dos maus exemplos de autoridades que temos em nossas vidas, por vezes achamos que Deus também é assim. Muitas vezes convencemos nossas autoridades de que o castigo é exagerado, eles se esquecem de nos punir, dão um castigo mais brando do que aquele predito. Mas Deus não é homem! Precisamos nos lembrar sempre disso! Deus não volta atrás, não se deixa convencer por ninguém, ninguém detém seus propósitos, não há quem o possa resistir. Se nem Moisés, homem com quem Deus falava face a face, foi poupado de seu castigo pela desobediência, imagine nós!
     Por outro lado, como Deus é, acima de tudo um Deus JUSTO, vemos o belo exemplo citado ontem, quando é dada as porções a cada tribo, Deus se lembrando dos Levitas. Lá atrás, assim que saíram do Egito, quando o povo construiu o bezerro de ouro, somente a tribo de Levi se colocou ao lado de Moisés. Esta atitude não foi esquecida por Deus, antes recompensada, dando a eles o enorme privilégio do sacerdócio! Não pensemos então, que Deus é como nós. Ele não se esquece das coisas, não fica o dito pelo não dito, as coisas não passam em branco por Ele! Isso aumenta muito nossa admiração e nosso temor por Ele!
     Meu desejo é que tenhamos aprendido muito com a caminhada do povo no deserto. Desejo que nossos corações tenham sido edificados, e que tenhamos aprendido a principal e mais repetida lição do livro de Deuteronômios: " Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal; se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o SENHOR, teu Deus, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o SENHOR, teu Deus, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la. Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os servires, então, hoje, te declaro que, certamente, perecerás; não permanecerás longo tempo na terra à qual vais, passando o Jordão, para a possuíres. Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o SENHOR, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó." (Deuteronômio 30:15 a 20).

quarta-feira, 13 de julho de 2011

                         Deuteronômio 33


     São feitas agora, as disposições finais, já vislumbrado por Moisés o lugar em cada tribo seria assentada na terra prometida. Existe uma relação entre as bênçãos proferidas a cada tribo, com acontecimentos passados, necessidades ou função específica de cada uma delas, como nos explica Paul Hoff em seu livro "O Pentateuco".
     Rúben: A bênção proferida a Rúben, é uma lembrança da maldição sobre ele em Gênesis 49:4. Ele havia perdido a primogenitura por haver profanado o leito de seu pai, deitando-se com uma de suas concubinas, Bila (Gênesis 35:22). Este evento o privou da primogenitura e de sua liderança entre os irmãos. Segundo a Bíblia de Genebra, "a herança de um filho no antigo Oriente Próximo não poderia ser alterada por uma decisão arbitrária do pai, mas tais mudanças poderiam ser feitas se ocorressem sérias ofensas sexuais do filho contra a família." 
     Judá: Eles teriam grande poder, seriam como quem toma a dianteira nas ações militares contra os inimigos de Israel.
     Levi: Receberam o secerdócio e o ministério de consultar ao Senhor (o Urim e o Tumim, que eram objetos que não se sabe ao certo o que eram, nem como funcionavam, mas que eram usados pelos sacerdotes para receber os oráculos da parte de Deus). Este privilégio foi dado à esta tribo, por causa da fidelidade deles por ocasião da construção do bezerro de ouro, quando apenas a tribo de Levi se colocou ao lado de Moisés contra o povo e atuou no julgamento contra os descendentes de seus irmãos pecadores. Apesar de ter de se colocar contra seu próprio sangue, eles o fizeram em obediência à aliança de seu Deus. E olha que eles não tiveram que se colocar contra sua família ideologicamente não! Tiveram que cingir suas espadas e matar seus irmãos, seus amigos, seus vizinhos (Gênesis 32:27). Eram homens fiéis a Deus, não abriam mão disso por ninguém, e foram abençoados!
     Benjamim: Moisés contemplou sua tranquilidade futura.
     De José- Efraim e Manassés: José recebeu os direitos de primogenitura e porção dupla através da adoção de seus dois filhos por seu pai, Jacó. Sobre eles recaiu a bênção da fertilidade de suas terras e também de grande força, semelhante à do búfalo.
     Zebulom e Issacar: Estes prosperariam com empresas comerciais nas costas do mar.
     : Este povo seria valente e forte como um leão jovem que chega à plenitude de suas forças.
     Naftali: Receberiam uma terra fértil na região do mar da Galiléia.
     Aser: Sobre esta tribo foi profetizada grande abundância de oliveiras e segurança.
     Todas estas bênçãos seguiria o povo por causa da incomparável bondade de Deus. Ele mesmo concederia a vitória contra os inimigos, não importando os números que estivessem guerreando: "O Deus eterno é a tua habitação e, por baixo de ti, estende os braços eternos; ele expulsou o inimigo de diante de ti e disse: Destrói-o" (verso27). Se o Senhor estivesse ao lado de Israel, "poriam em fuga um vasto número de adversários, ao passo que um Israel numeroso, mas desobediente, seria derrotado por uns poucos, chegando mesmo a fugir quando ninguém os estivesse perseguindo! (Bíblia de Genebra). "Quando Israel se colocava nos braços eternos, esses mesmos braços o conduziam pelo campo de batalha e o utilizavam para executar o juízo divino contra os corrompidos cananeus." Paul Hoff
     

terça-feira, 12 de julho de 2011

                         Deuteronômio 32


     "Após cruzar o mar Vermelho Moisés havia entoado um hino ao Senhor (Êxodo 15), e agora quando está prestes a concluir sua carreira compõe outro cântico de júbilo ao Senhor. Recebe este cântico o nome de "chuva de toda a profecia" porque conta o nascimento e a infância de Israel, sua integridade e apostasia, seu castigo e restauração. Por outro lado, o tema é o nome de Deus, sua terna solicitude por seu povo, sua misericórdia. O cântico e Moisés tinha muita importância, pois os cânticos nacionais se gravam profundamente na memória, e exercem poderosa influência para comover os sentimentos de um povo.
     Encontram-se algumas figuras retóricas de muito interesse neste cântico. Deus é designado como "Rocha" de Israel(versos 4, 18, 30 e 31), metáfora expressiva do poder e da estabilidade divina. Era o Refúgio e o Defensor de seu povo. Em tempos de ataque, as pessoas em perigo costumavam, às vezes, subir nas penhas de onde podiam defender-se mais facilmente; por isso se considerava a rocha lugar propício de refúgio.
     Moisés ilustra o cuidado carinhoso e extraordinário de Deus para com seu povo no deserto empregando três figuras poéticas: Israel é "a porção do Senhor" e a "sua herança"(verso 9). Isso indica que Deus preservou para si a Israel como herança especial. Guardou-o como um homem guarda a menina de seu olho, parte vital e muito delicada.Também compara o cuidado divino ao da solicitude da águia. Ensina seus filhotes a voar e intervém em caso de a jovem águia, em sua primeira tentativa, começar a cair ao solo. A mãe passa por baixo de seu filhote que cai e o leva sobre suas asas( verso 11).
     O termo jesurum ("o meu amado", verso 15) é uma expressão de carinho; significa "criança mimada" ou, possivelmente, "o justo". Contudo, jesurum seria como um animal engordado que, em vez de sentir gratidão e submeter-se ao seu generoso senhor, escoiceia. Assim Israel, visto profeticamente,  a despeito das grandes bênçãos que receberia do Senhor, voltar-lhe-ía as costas e se entregaria a idolatria."


Paul Hoff

segunda-feira, 11 de julho de 2011

                           Deuteronômio 31:14 a 29


     Deus legitima o chamado de Josué levando-o junto a Moisés para a tenda da congregação e aparecendo a eles numa coluna de nuvem. Assim, não restaria dúvidas ao povo de que Josué era o sucessor de Moisés, escolhido por Deus.
     Segue-se então um triste relato do futuro de Israel: " Disse o SENHOR a Moisés: Eis que estás para dormir com teus pais; e este povo se levantará, e se prostituirá, indo após deuses estranhos na terra para cujo meio vai, e me deixará, e anulará a aliança que fiz com ele." (verso 16) e " porquanto conheço os desígnios que, hoje, estão formulando, antes que o introduza na terra que, sob juramento, prometi." (verso21). Deus conhecia profundamente o coração daquele povo, sabia o que eles pensavam e sentiam, mesmo que com seus lábios eles dissessem o contrário. De Deus eles não podiam esconder seus desígnios. Mesmo antes de entrar na Terra prometida, e ainda sendo vivo Moisés, seus corações já estavam desejosos pelo pecado. Moisés mesmo confirma isso quando diz lá no verso 27: " Porque conheço a tua rebeldia e a tua dura cerviz. Pois, se, vivendo eu, ainda hoje, convosco, sois rebeldes contra o SENHOR, quanto mais depois da minha morte?"
     O coração duro e rebelde do povo estava aguardando os benefícios que o Senhor faria, para depois tornarem-se contra Ele. O texto diz que Deus os introduziria na Terra, que eles comeriam, se fartariam, e engordariam e daí se esqueceriam do Senhor, indo adorar outros deuses. Uma triste descrição da mais alta traição e ingratidão. Esperariam ficar tudo bem, terem passado por aquele abrasador deserto e vencer seus inimigos, para então abandonar a Deus, certamente julgando que não precisariam mais dele. Talvez o tivessem como um deus utilitário, que serviria a eles para que alcançassem seus objetivos. Mas mal sabiam eles que Deus já conhecia a torpeza de seus corações e desde já decretou que estas atitudes se reverteriam em juízo contra eles: " Nesse dia, a minha ira se acenderá contra ele; desampará-lo-ei e dele esconderei o rosto, para que seja devorado;" (verso17). E qual o objetivo de Deus com isto? O próprio verso 17 termina explicando: "e tantos males e angústias o alcançarão, que dirá naquele dia: Não nos alcançaram estes males por não estar o nosso Deus no meio de nós?". Eles chegariam à conclusão de que Deus não estava mais no meio deles, e que eles necessitariam retornar ao Deus da aliança de seus pais.
     Quantas vezes não somos como o povo de Israel? Quantas vezes não ansiamos apenas as bênçãos que Deus nos proporciona? Quantas vezes nos mantemos perto o suficiente de Deus, apenas para não sermos contado como ímpios, mas na realidade estamos tão distantes que estamos esperando apenas uma oportunidade de bonança para nos desviarmos após outros deuses? Não nos enganemos! Se esta é a disposição do nosso coração, tenhamos a certeza que este momento chegará. Deus nos deixará gozando de todo o bem que ELE mesmo nos deu, e seguiremos enganando-nos a nós mesmos, amando secretamente outros deuses, cedendo aos seus encantos desejando seus finos manjares. Até o momento em que o Senhor se irar contra nós. E então, se formos filhos, seremos severamente chamados de volta, como aquele povo foi: por meio da dor, da escravidão, do desamparo. Que o Senhor mude o nosso coração, para jamais estarmos servindo a Ele por causa da segurança da salvação, por medo do inferno, por acharmos que é um 'bom negócio' para nós. Que tenhamos um amor imenso e o sirvamos de todo o coração. Que tenhamos a sabedoria de olhar tudo que os hebreus passaram, e aprendamos com eles. Que o Senhor abra nossos olhos, para que não sejamos achados fazendo o mesmo!



sexta-feira, 8 de julho de 2011

                           Deuteronômio 31:9 a 13


     Agora está sendo concluído o ministério de Moisés de guiar o povo à terra prometida e de entregar ao povo de Israel as Leis de Deus. E ele entrega ao povo toda a Lei por escrito, como registrado no verso 24 deste capítulo. No verso 26 a Lei já é chamada de livro, que deveria ser posta ao lado da arca da Aliança do Senhor. Durante toda nossa leitura passada, vimos que Moisés deixava registrada por escrito a Lei que recebia. Naquele tempo, a tradição oral era fortíssima, mas Deus se preocupou em preservar sua Lei por escrito, afinal, ela deveria atingir não apenas os descendentes daquele povo, mas toda a Terra! Se hoje temos a Palavra de Deus, com suas Leis e decretos registrados, devemos ser gratos a Ele, que providenciou esta bênção pra nós através de séculos. Ele mesmo providenciou  o registro e a preservação da sua Lei, que não deveria ser seguida apenas por Israel, mas por todo o Israel celestial, todos que tivessem seus corações circuncidados, todos os eleitos desde antes da fundação do mundo, todos os seus!
     E além de providenciar que a Lei fosse escrita, para a sua preservação, Moisés também estabelece a instrução do povo: " Ao fim de cada sete anos, precisamente no ano da remissão, na Festa dos Tabernáculos, quando todo o Israel vier a comparecer perante o Senhor, teu Deus, no lugar que este escolher, lerás esta lei diante de todo o Israel..." (verso11). "Moisés providenciou a instrução regular do povo e dos seus filhos, na lei da aliança, pelo sacerdote, num período do ano em que o povo teve tempo amplo para aprender. A Festa dos Tabernáculos caía no outono e perdurava uma semana. Durante o ano sabático, a terra ficaria sem cultivo (o ano todo!) e o povo, dessa forma, não estaria sobrecarregado com deveres agrícolas." (Bíblia de Genebra). Tal como o ano sabático, o sábado (descanso) semanal, que é o nosso domingo, é estabelecido por Deus, como a pausa de todas as atividades cotidianas de ganhar o pão, para a dedicação exclusiva a aprender a sua Lei. Esta sempre foi uma prioridade imposta ao povo de Deus. 
     Tempo precisaria ser separado para que o sacerdote lesse a Lei para homens, mulheres, crianças e estrangeiros que estivessem com eles. Vemos aqui a preocupação de Moisés, em que toda a família da aliança estivesse reunida diante do sacerdote! Inclusive as crianças! Estas deveriam aprender desde cedo, não só naqueles momentos específicos, mas também em casa com seus pais, a ter reverência, e a ouvirem os decretos de Deus. Não tinha fantoches, não tinha flanelógrafo, nem musiquinhas especiais para ensinar as crianças a Lei de Deus. O sacerdote lia a Lei. Assim como Deus determinou que fosse feito, deveria ser observado. Tudo que você vir, que passe disso, é invenção da nossa época. Não houve a preocupação de instituir uma professora de crianças ou métodos criativos para chamar a atenção delas. O culto solene não abria espaço para isso. Muito menos se vê em momento algum da Bíblia, ou na história da Igreja, o sacerdote ou o pastor pedindo para que as crianças se retirem, saiam do ambiente de culto, deixem a instrução formal, dada por quem foi instituído por Deus, para desenhar ou ouvir historinhas lá atrás da Igreja. Quando fazemos isso, estamos privando nossos filhos do culto, da ministração, de uma ordenança de Deus! Precisamos sempre dar mais valor ao que Deus instituiu em sua Palavra, do que às invenções modernas, sabendo que, se estas invenções interferem na ordenação de Deus, prescrita em sua Palavra, disto prestaremos contas!   




     

quinta-feira, 7 de julho de 2011

                                Deuteronômio 31:1 a 8


     Nas orientações finais dadas ao povo por Moisés, percebemos a preocupação dele e do próprio Deus com o destino dos Hebreus. Moisés, já de idade avançada, começa a introduzir o novo líder diante do povo. Josué era este homem. Todo o restante do capítulo falará acerca do futuro, dos dias que se seguiriam.
     Antes de lermos estas disposições futuras, gostaria de chamar sua atenção para um detalhe explorado pela Bíblia de Genebra. Fez-se ali, uma breve cronologia da vida de Moisés, em como ele gastou seus anos, e como estes investimentos influenciaram o restante de seus dias. Eles começam explicando que Moisés "passou 40 anos em Midiã, cuidando de ovelhas.Esse tempo não foi gasto em vão, pois ele aprendeu sobre a geografia e o clima da península do Sinai, preparando-se para liderar os israelitas naquela área por outros quarenta anos. A humilhação de ter sido rebaixado de príncipe no Egito para um pastor de ovelhas também foi realizada pelo propósito disciplinador de Deus de preparar Moisés para seu papel maior como pastor do povo de Deus." Não é incrível percebermos que absolutamente tudo  que acontece em nossas vidas tem um propósito santo? Lembrei-me de José. Ele passou por tantas aflições, foi vendido a um povo estranho pelos próprios irmãos, privado da comunhão com seu pai, foi preso injustamente. Foram anos de sofrimento até que o grande propósito de tudo fosse revelado a ele! O que será que se passava em sua cabeça durante este período? Que tipos de questionamentos ele deveria se fazer? Assim Moisés, poderia achar que, em princípio, estes 40 anos gastos com criação de ovelhas, deveria ser um tempo perdido, onde não estaria conquistando nada para o reino de Deus. Mas conhecendo a Palavra de Deus como temos conhecido, fica claro que cada evento na vida de Moisés, por mais insignificante que pudesse parecer diante do todo, tinha um objetivo santo.
     Assim também acontece conosco. Tudo que passamos nos anos de vida que o Senhor nos dá, certamente são acontecimentos que nos servirão de alguma forma no futuro. Crendo assim, declaramos que cremos realmente na soberania de Deus. Nós estudamos isso na Escola dominical estes dias: mesmo quando pecamos, estes pecados e suas consequências são usados por Deus para não permitir que continuemos no pecado, ou para evitar que nos desviemos definitivamente dele! Até quando pecamos, nossa atitude má é usada por Deus para seu eternos decretos. Que maravilha sabermos disso! Que grande segurança saber que estamos sendo acompanhados tão de perto por nosso Senhor! Que bênção  saber que não há período infrutífero, anos desperdiçados ou atividades 'seculares' (como cuidar de ovelhas ou lavar uma louça), que não esteja sendo divinamente instrutiva para nós, nosso futuro e para as lutas que ainda teremos que enfrentar! O objetivo de Deus é tornar seus filhos fortes, forjar seu caráter através das situações mais corriqueiras que você possa imaginar! Portanto,não reclame do ônibus que você perdeu, da bronca injusta que levou, da inimizade de alguns à sua volta, do emprego que você perdeu, da doença, da morte de alguém que você ama, da chuva que está caindo ou do forte calor. Não reclame quando seus planos forem frustrados, quando tudo que tinha tudo para dar certo der errado! O Senhor detém o controle absoluto de todo o universo, e cada minuto gasto com cada ovelha que você precisará cuidar, ou cada humilhação que você vier a sofrer, creia, tem um propósito santo, que talvez nunca venhamos a descobrir! Por isso a base da nossa vida é a fé! Confiamos em nosso Deus! Não precisamos entender o porquê de estarmos passando pelo que estamos passando. Precisamos apenas agradecê-lo, crendo que Ele está providenciando o melhor para mim. É assim  que as Escrituras nos ensinam a crer e a viver!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

                           Deuteronômio 30


     Moisés passa agora a falar do arrependimento que precisaria ocorrer, pois ele previa a real possibilidade de julgamento e exílio de Israel (exílio é o estado de estar longe da própria casa (cidade ou nação) e pode ser definido como a expatriação, voluntária ou forçada de um indivíduo. Também pode-se utilizar as palavras, banimento, desterro). Só mediante arrependimento genuíno, viria restauração e bênção após o julgamento. Ele prevê que o povo seria lançado para outras nações, e sofreria por isso, provando da maldição descrita na Lei. 
     No verso 6 ele fala que o próprio Deus circuncidaria o coração deles. Quando Moisés diz isso ele está fazendo um claro contraste com aqueles do povo que tinham sim, sido circuncidados ao oitavo dia, faziam suas obrigações religiosas, participavam das festas solenes, cumpriam os calendários litúrgicos, mas seus corações estavam demasiadamente longe de tudo aquilo... Por isso aqui é dito que quem faria esta grande obra seria o Senhor! Somente Ele tem o poder de mudar a nossa alma, a nossa vontade, o rumo do nosso coração. Podemos estar fazendo tudo 'como manda o figurino', mas lá no fundo, bem no fundo, tão no fundo que só nós e Deus sabemos, estarmos muito longe dele! Moisés está falando de conversão, daquela obra sobrenatural que só o Espírito Santo de Deus pode realizar em nós. Daquela obra que não depende de nossos pais, de nossa igreja, de nosso pastor, e sequer de nós mesmos. É uma obra exclusiva de Deus: circuncidar o coração! 
     Por causa desta obra sobrenatural descrita no verso 6, é que Moisés declara nos versos de 11 a 14 que a Lei de Deus e seus mandamentos não são demasiadamente difíceis, nem estão longe demais de nós de forma que não possamos cumpri-los. Sim, sua Lei e seus mandamentos são impossíveis e estão à léguas de distância de um coração incircunciso. Mas vemos lá em Ezequiel, quando o povo já havia sido espalhado e se tornado cativo por causa de suas abominações, a promessa de que o próprio Deus daria a eles um coração de carne: "Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo, tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis." (Ezequiel 36:26 e 27). É como o Salmo 19 nos descreve a Lei de Deus: A Lei do Senhor é perfeita e restaura a alma, seus preceitos são retos, alegram o coração, seus juízos são verdadeiros e justos e mais desejáveis do que o ouro e são mais doces do que o mel. Mas quem é o homem que se sente assim diante da Lei de Deus? Somente aqueles que tiveram seus corações circuncidados e seus corações de pedra substituídos divinamente por corações de carne!
     Talvez este seja um bom momento para olharmos para dentro de nós. Como você e eu temos encarado as exigências da Lei de Deus? Elas nos têm sido pesadas, difíceis de ser cumpridas, custosas e têm nos trazido desgosto? Ou ao contrário, mesmo que remando contra a maré dos nossos dias e contra a nossa própria vontade carnal, temos tido alegria e contentamento em fazer aquilo que o Senhor exige de nós? Nosso coração tem se regalado em sua Palavra, ou a leitura desta é apenas mais uma das obrigações diárias de crente? Temos nos alegrado em falar dos decretos de Deus, em nos reunir para ouvir a sua Palavra? Ansiamos pelo domingo? Nosso coração realmente está nas nossas práticas religiosas, ou temos cumprido todos os rituais esperados, mas nossa alma tem estado fria, e nosso coração não tem ardido como ardia o coração daqueles discípulos no caminho de Emaús, enquanto o Mestre lhes falava? (Lucas 24:30 a 32). Todas estas perguntas precisam ser feitas, para que não estejamos na mesma situação do povo de Israel descrita lá em Isaías 1:11 a 17, quando Deus diz que não aguenta mais seus cultos, suas ofertas, suas solenidades, suas festas. E por que Ele diz isso, se Ele mesmo havia instituído tais práticas? Porque o povo fazia tudo aquilo, mas seus corações estavam longe do Senhor. Suas vidas não condiziam com a fé que professavam com os lábios. Que Deus tenha misericórdia de nós, e soberanamente circuncide nossos corações, para amarmos cada dia mais a sua Lei!

terça-feira, 5 de julho de 2011

                          Deuteronômio 29:16 a 29


     No verso 12, Moisés convoca o povo a entrar em aliança com Deus, ele está propondo uma renovação da aliança do Sinai. A aliança era a mesma, mas o povo já era outro. Todo o povo que assistiu os grandes acontecimentos do Sinai, já havia morrido. Os que estavam vivos agora, embora talvez tivessem assistido, não tomaram parte. Agora era hora deles mesmos firmarem a aliança que seus pais fizeram. Como nós, quando somos criados no Evangelho, conhecemos as verdades e em algum momento, tocados pelo Santo Espírito de Deus, reafirmamos diante de todo o povo de Deus, a aliança que um dia nossos pais fizeram por nós no batismo. Neste solene momento, nós reafirmamos que, sim, também cremos como nossos pais e também queremos viver o Evangelho e assumir as responsabilidades que ele nos impõe!
     A partir do verso 16, Moisés adverte-os, que embora eles tivessem passado pelo meio de vários povos pagãos, convivido com eles, visto sua idolatria e suas abominações, eles não poderiam se contaminar. Eles não deveriam abandonar o Senhor e se curvar as deuses desses povos. No verso 19, porém, ele descreve uma situação que é a mais terrível de todas: Alguém que ouviu toda a descrição da Lei, suas bênçãos e suas maldições, mas resolveu se fazer de desentendido!  Resolveu achar que não era bem assim. Que poderia enganar o próprio coração, e que assim estaria enganando a Deus também. Alguém que por não achar que estivesse pecando, convencesse o seu próprio coração de que as coisas de fato, não eram bem assim, como descritas na Lei! Tamanha loucura! "...ninguém que, ouvindo as palavras desta maldição, se abençoe no seu íntimo, dizendo: Terei paz, ainda que ande na perversidade do meu coração, para acrescentar a sede à bebedice. O Senhor não lhe quererá perdoar; antes, fumegará a ira do Senhor e o seu zelo sobre tal homem, e toda a maldição descrita neste livro jazerá sobre ele; o Senhor lhe apagará o nome de debaixo do céu..."
     O texto continua com uma série de terríveis consequencias que se seguiriam, e no verso 24, diz que as outras nações perguntariam porque o Senhor fizera assim com aquela terra, e qual seria a causa do furor de tamanha ira. A resposta seria uma só: eles desprezaram a aliança que foi feita com seus pais e serviram a outros deuses. Eles conheciam a aliança, conheciam as Leis, a bênção e a maldição decorrentes da lei, mas não temeram. Fizeram de conta que não era com eles. Mentiram a seus próprios corações, convencendo-se que poderiam viver da maneira que quisessem, se abençoando, como se não houvesse um Deus para julgar tal decisão! "Terei paz, ainda que na perversidade do meu coração"! Esta pequena frase já demonstra que eles adoravam outro deus, que o que o Senhor dizia, não valia nada para eles. Eles inventaram a sua própria religião, se abençoaram e proferiram a bênção sobre si mesmos, por andar nos caminhos que eles mesmos instituíram. Se sentiam deuses! E o mais terrível de tudo é que muito provavelmente seus corações corruptos realmente acreditaram que eles estavam em paz! Que terrível loucura abandonar a Lei de Deus para seguir nossos próprios pensamentos e filosofias, dar um jeitinho na Lei de Deus para adaptá-la ao nosso interesse e achar que sairemos impunes!
      O verso 29 termina o capítulo, com uma preocupação de Moisés. Quando ele diz que as coisas encobertas pertencem ao Senhor, provavelmente ele se refere ao futuro incerto de Israel. Sugere que Moisés tenha se lembrado de como o povo se desviou do Senhor em Horebe, servindo àquele bezerro de ouro, de como era inconstante o coração do povo. "Nessa incerteza, Moisés entregou o futuro incerto nas mãos de seu Deus fidedigno." (Bíblia de Genebra). Esta parte se referia às coisas encobertas, que pertenciam ao Senhor. As reveladas, as que estão acontecendo agora, pertencem aos filhos dos homens, eles deveriam obrigatoriamente seguir a lei revelada. Se continuariam assim no futuro...só Deus sabia. Daí nasce uma oração ardente por nós mesmos! Que o Senhor nos ajude a cumprir a sua Lei hoje, e tenha misericórdia de nós no futuro. Que não sejamos como Pedro, que quando Jesus diz que eles se escandalizariam (o negariam), Pedro pulou e foi o primeiro a afirmar: "Ainda que todos se escandalizem, eu, jamais!...Ainda que seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei." (Marcos 14:29 e 31) e a seguir, Pedro o nega contundentemente. Que o Senhor tenha compaixão de nós, e não nos permita confiar em nosso próprio coração, com suas falsas promessas de paz! Que Ele nos mantenha fiéis hoje, e tenha misericórdia de nós no futuro, para que nunca sigamos após outros deuses!
           

sexta-feira, 1 de julho de 2011

                           Deuteronômio 29:1 a 15


     Ao começar seu quarto discurso, Moisés, mais uma vez relembra os poderosos atos de Deus na retirada do povo do Egito e no percurso penosos pelo deserto. Daí por diante, Moisés insta a que o povo não se afaste do seu Deus e promete restauração, caso haja arrependimento.
    No verso 3, Moisés diz que os olhos do povo viram os sinais e grandes maravilhas que Deus fizera no meio deles, mas arremata no verso 4 com uma declaração aterradora: "porém o Senhor não vos deu coração para entender, nem olhos para ver, nem ouvidos para ouvir, até ao dia de hoje." Não obstante eles estarem presentes e verem com seus próprios olhos as maravilhas de Deus, seus olhos não viram e seus ouvidos não ouviram, eles não entenderam com o coração. Deus os privou desta bênção! Isaías 29:10 também descreve esta situação nas seguintes palavras: "Porque o Senhor derramou sobre vós o espírito de profundo sono, e fechou os vossos olhos...". Paulo cita estas duas passagens (Deuteronômio e Isaías) lá em Romanos 10:8, descrevendo um padrão bíblico de atividade divina no endurecimento judicial dos corações, como explica a Bíblia de Genebra. Paulo diz que este padrão estava se repetindo em seus dias.
     É por isso que muitas vezes não entendemos o motivo pelo qual algumas pessoas não se dobram. Pregamos o Evangelho, expomos as verdades da Cruz, muitas vezes a pessoa convive anos dentro da mesma igreja, sem nunca mudarem de vida. Os meios de graça foram disponibilizados, mas seus ouvidos não foram divinamente abertos, nem as escamas de seus olhos foram tiradas. Esta é uma atribuição exclusiva do Espírito Santo de Deus!  O texto de Atos 13:48 deixa esta verdade bem clara. Paulo e Barnabé pregavam ousadamente, os gentios ouviam, "e creram todos os que haviam sido destinados para a vida eterna. ". Algum texto pode ser mais explícito? Aos crentes cabe a anunciação do Evangelho, a pregação da verdade. Mas os olhos e ouvidos só serão abertos mediante ação poderosa e sobrenatural de Deus!