sexta-feira, 30 de setembro de 2011

                          Ainda sobre Juízes 1


     As conseqüências da desobediência são sempre desastrosas. Achar que Deus é homem para se esquecer do que prometeu é um erro grosseiro. Foi assim que o povo agiu quando decidiu não exterminar os cananeus da terra prometida, mas tirar proveito deles. Esta ordem vinda de Deus não tinha apenas o objetivo de testar a obediência dos israelitas, Ele não tencionava tão somente julgar os cananeus por seus pecados. A ordem de exterminá-los era sobretudo obra da providência de Deus a fim de conservar a fidelidade de seu povo, para que eles não se contaminassem com as impurezas cultuais e morais dos cananeus. 
     Quando olhamos estas advertências podemos pensar que nada têm a ver conosco. Mas precisamos olhar a história com olhos acurados, percebendo qual lição podemos tirar para nós, que não temos cananeus para exterminar, nem altares para derribar e queimar. Quem são os nossos cananeus? Quais são os 'povos' que precisamos extirpar do nosso meio? A primeira coisa que nos vem à mente é a questão do jugo desigual, tão claramente exposta por Paulo em II Coríntios 6:14 a 18. Logo nós pensamos em casamentos mistos, dos quais falaremos na próxima postagem. Precisamos nos lembrar, no entanto, que quando Paulo fala que não pode haver sociedade, comunhão, harmonia, união e ligação, com o ímpio, ele está se referindo a uma gama muito grande de relacionamentos. Não apenas ao casamento.
     O jugo desigual se refera a qualquer tipo de aliança, de compromisso, de envolvimento mais profundo com o ímpio. Qualquer tipo de relacionamento que te faça questionar a lei de Deus, te leve para mais longe dEle, te traga para mais perto do mundo, é jugo desigual. Precisamos medir o nível de influência que as pessoas a nossa volta exercem sobre nós para descobrirmos se estamos metidos num relacionamento de jugo desigual. Precisamos sempre nos lembrar da figura usada por Paulo, para apreendermos totalmente seu significado. Jugo é um instrumento de madeira com o qual se emparelha os bois para puxarem um arado, ou um carro. Os dois animais ficam presos um ao outro de forma que precisam andar na mesma direção e com a mesma força para que o trabalho seja realizado com êxito. Quando nos emparelhamos com o ímpio, cada qual tentando puxar para um lado, não tem como seguirmos adiante.
     Quando a Palavra de Deus se refere às nossas companhias, pessoas que influenciam o nosso modo de ver a vida e a nossa forma de pensar, a Palavra não está se referindo apenas àqueles ímpios que estão fora da Igreja, mas também ao joio que se encontra dentro dela. Talvez este seja o jugo desigual mais perigoso. Veja o que a Palavra nos ensina em I Coríntios 5:9 a 11: "Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais." Muito cuidado com aqueles que se dizem irmãos, participam dos cultos, têm cargos na igreja, mas vivem vidas ímpias! São a esses a quem Jesus se dirige lá em Mateus 7:23: "...nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade."
     Muitas vezes somos influenciados também não por pessoas propriamente ditas, mas por idéias, ideologias, filosofias de vida mundanas que abraçamos e com as quais nos relacionamos. Muitas vezes somos contaminados pelos 'cananeus' escondidos nos livros que lemos, nos programas que assistimos, nas músicas que ouvimos, nas revistas dos consultórios médicos. Não podemos nos associar com a ideologia deste século, pelo contrário, precisamos transformar-nos, através da renovação da nossa mente, e isso só é possível quando selecionamos o que enche a nossa mente diariamente. Precisamos ficar em estado de alerta o tempo todo, para não sermos levados aos poucos, sem percebermos, a adorar a Baal, a desejar o que Baal deseja, a pensar como Baal pensa. Que as misericórdias de Deus se renovem a cada manhã em nossas vidas, para que possamos buscá-lo em primeiro lugar, e à sua justiça, a fim de não sermos envolvidos e tragados como o povo de Israel foi. Então faça esta pergunta, e responda só para você: quem são os cananeus que você ainda não exterminou do seu arraial? Quais são aquelas influências que você sabe que são perniciosas, mas que insiste em manter por perto? O salmista diz que feliz é o homem que renuncia a companhia do ímpio, e podemos alargar o sentido dizendo que também é feliz o homem que renuncia o pensamento do ímpio, o modo de vida do ímpio, as piadas do ímpio, os conceitos e valores do ímpio. Que sejamos este homem que o Salmo primeiro narra: " Ele é como árvore plantada junto a corrente das águas, que, no devido tempo dá o seu fruto, e cuja a folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido."

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

                         Juízes 1


     Este primeiro capítulo do livro de Juízes nos conta que o povo foi infeliz na conquista total da Terra prometida. A única tribo que é desculpada por não ter expulsado todos os 'moradores do vale', é a tribo de Judá. Esses moradores do vale possuíam carros de ferro, que eram armas de guerra eficientíssimas, o que impediu a retirada deles. As demais tribos se acomodaram, deram um 'jeitinho' e não expulsaram totalmente os moradores das terras conquistadas. Eles se aproveitaram da situação de vencedores, e os fizeram de escravos, sujeitando-os a trabalhos forçados. Mas a ordem que Deus havia dado era bem clara: "Quando o SENHOR, teu Deus, te introduzir na terra a qual passas a possuir, e tiver lançado muitas nações de diante de ti, os heteus, e os girgaseus, e os amorreus, e os cananeus, e os ferezeus, e os heveus, e os jebuseus, sete nações mais numerosas e mais poderosas do que tu; e o SENHOR, teu Deus, as tiver dado diante de ti, para as ferir, totalmente as destruirás; não farás com elas aliança, nem terás piedade delas; nem contrairás matrimônio com os filhos dessas nações; não darás tuas filhas a seus filhos, nem tomarás suas filhas para teus filhos; pois elas fariam desviar teus filhos de mim, para que servissem a outros deuses; e a ira do SENHOR se acenderia contra vós outros e depressa vos destruiria. Porém assim lhes fareis: derribareis os seus altares, quebrareis as suas colunas, cortareis os seus postes-ídolos e queimareis as suas imagens de escultura." (Deuteronômios 7:1 a 5). Conforme o Senhor havia dito para eles não fazerem, exatamente assim eles o fizeram. Começaram com a 'desculpa' de serem servidos e de se beneficiarem de alguma forma com o trabalho destes povos. Mas o conseqüente envolvimento, influência e mistura foi inevitável.
     Esta é uma tremenda lição para nós. As coisas que nos são proibidas pela Palavra de Deus, devem ser completamente obedecidas. Não podemos nos julgar mais inteligentes ou mais experientes do que Deus. Não podemos de forma alguma achar que somos fortes e podemos nos expor a determinados perigos, quando a Bíblia diz NÃO! Eles quiseram se beneficiar, mas só trouxeram confusão e desgraça para o meio do povo, como veremos nos capítulos subseqüentes. Precisamos aprender que nosso coração é corrupto e enganoso, e que nem sempre o que nos parece a melhor e mais brilhante solução, é o que Deus tem para nós. Provérbios 14:12 expressa esta verdade da seguinte forma: "Há caminhos que ao homem parece direito, mas ao cabo dá em caminhos de morte." A nossa bússola, pela qual podemos nos guiar em segurança, é a Palavra de Deus, a única regra de fé e prática que nos conduz à vitória completa!
     
     

terça-feira, 27 de setembro de 2011

                                Introdução ao livro de Juízes


     "Os acontecimentos narrados em Juízes abrangem um período de 350 anos, desde a conquista de Canaã até imediatamente antes de Samuel, que ungiu o primeiro rei de Israel. O primeiro dos juízes apresentado no livro, Otiniel, aparece durante a geração imediatamente após Josué. Sansão, o último juiz no livro, foi contemporâneo de Samuel. Durante esse período, Israel foi oprimido internamente pelos cananeus e, externamente, pelos arameus, moabitas, midianitas, amonitas, amalequitas, amorreus e filisteus.
     Como os demais livros históricos do Antigo Testamento, Juízes pode ser visto como um sermão dirigido à comunidade da aliança em um tempo de crise...Juízes registra um período de ignorância e pecado grosseiros. O povo é descrito como instável e facilmente atraído à idolatria. Crimes bárbaros são descritos no livro.
     Deuteronômios já advertira que o resultado do afastamento de Deus para servir aos ídolos seria o tipo de sofrimento que sobreveio durante o período dos juízes. Deus parecia estar ausente e a terra se encheria de angústias. Israel necessitava de um Rei que pudesse lhes ensinar como guardar a sua aliança com o Senhor." (Bíblia de Genebra)
     "A ruína de Israel foi a conquista incompleta e o fracasso em exterminar os habitantes da terra...ficaram contentes em estabelecer-se entre os cananitas, e perderam o incentivo de possuir a terra toda. Juízes registra tanto o fato como os efeitos dos casamentos mistos, nos quais a questão do relacionamento de Javé com os deuses de Baal se tornaria um agudo problema familiar. Sempre que dois grupos de pessoas entram em contato há uma tendência inevitável para o sincretismo (fusão de concepções religiosas diferentes ou a influência exercida por uma religião nas práticas de uma outra.); identificam-se os deuses ou, no caso de um país conquistado, seus deuses vão para um lugar inferior no panteão dos conquistadores. Este processo, conquanto não seja consciente, nem deliberado, é real...O Deus de Israel, Javé, para a maioria dos israelitas, estava associado com o deserto em que haviam passado a juventude. A superioridade de Javé sobre Baal havia ficado demonstrada nas vitórias sobre os habitantes de Canaã. Contudo, os deuses das terra 'controlavam' a chuva, as fontes e a vegetação, de que os recém chegados dependeriam em seu futuro estabelecimento na terra. Pelo menos assim pensava o israelita típico, ainda mal liberto do politeísmo. Não houve um abandono consciente de Javé; contudo os casamentos mitos, a necessidade de prestar deferência às forças controladoras da fertilidade e o poderoso apelo do culto cananita à natureza mais baixa, e mais sensual tornaram-se fatores que conduziram, inevitavelmente, a um fácil sincretismo. Baal era identificado com Javé, e Javé passou a ser adorado, gradualmente, de acordo com as formas do culto a Baal.
     Intimamente associada ao que foi dito, houve uma queda no padrão da liderança...não houve alguém remotamente comparável a Moisés, Josué ou Finéias, até que Deus levantou Samuel. Ao apreciarmos estas comoventes histórias sobre os juízes, não ficamos cegos aos defeitos de seus caracteres, embora seja inquestionável a força de sua fé no Senhor. Eúde era um mero assassino covarde; Gideão fez o povo errar, após sua vitória sobre os midianitas; Jefté, com seu currículo pessoal infeliz, aparece como um oportunista, a despeito de suas muitas e admiráveis qualidades; e as histórias de Sansão entristecem-nos, ao invés de inspirar-nos, e deixam-nos pensando sobre o que ele poderia ter alcançado se, à semelhança de Calebe, houvesse perseverado "em seguir ao Senhor meu Deus" (Números 14:9). Percebemos aqui, a honestidade básica das narrativas bíblicas. Não existe nenhuma tentativa de disfarçar os principais personagens; suas faltas são claramente mencionadas, ficando o foco, em todo o texto, no Deus infalível, nunca no homem falível." (Arthur E. Cundall e Leon Morris)

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

                          Josué 24:14 a 33


     Nas palavras finais de Josué, há um apelo para que o povo persiga o propósito de continuar andando em integridade e fidelidade diante de Deus. Ele deixa bem claro que não há a possibilidade de servir a dois senhores. Eles precisavam escolher: "Porém, se vos parece mal servir ao SENHOR, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao SENHOR." (verso 15). Josué mostra ao povo a sua decisão de servir ao Senhor com toda a sua família, e os deixa à vontade para virarem as costas. Foi isso que Jesus fez com seus discípulos lá em João 6. Depois de explanar sobre a salvação por meio da graça, que ninguém poderia vir a Ele se o Pai não  enviasse, muitos se escandalizaram e disseram: "Duro é este discurso; quem o pode ouvir?" Vários dos seus discípulos foram embora e quando ficaram apenas os doze, Jesus lançou a pergunta: "Porventura, quereis também vós outros retirar-vos?"
     Isso nos faz pensar que a apresentação do Evangelho hoje em dia está meio fora deste padrão. Tanto Josué como Jesus, expuseram a lei de Deus, seus compromissos e promessas de bênçãos e maldições. Eles não ocultaram nada sobre a lei de Deus para tentar ganhar os ouvintes. Pelo contrário, tanto Josué quanto Jesus deixaram bem claro que se o povo que os ouvia não estivessem dispostos a seguir a lei de Deus com integridade e retidão, deveriam se retirar! Eles não tinham medo de perder a "audiência". 
     E a resposta aos convites de Josué e de Jesus aqui descritos são de uma beleza comovente. O povo de Israel diz: "Longe de nós o abandonarmos o Senhor..." e daí por diante eles narram tudo que o Senhor havia feito por eles, reconhecendo que todas as vitórias alcançadas eram fruto da boa mão de Deus abençoando-os. Os doze, através da resposta de Pedro também reconheceram o caminho a ser seguido com uma das mais belas declarações descritas nas Escrituras: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus." (verso 68 de João 6). Desta forma, tanto o povo de Israel com Josué, quanto os doze discípulos de Jesus reconheceram que Deus era o único Deus que deveria ser adorado, custasse o que custasse.
     Vemos também a firmeza do compromisso que o povo de Israel demonstrou em não mais seguir outros deuses. Os eventos pelos quais eles passaram no deserto e na chegada à terra prometida, em que eles se desviaram por algum momento, haviam sido firmemente corrigidos por Deus e eles aprenderam a lição! Tanto que no final do capitulo, lá no verso 31, diz que o povo foi fiel ao Senhor, e serviu ao Senhor ainda durante muito tempo depois da morte de Josué e dos anciãos que ainda viveram por muitos anos. Todos aqueles que vivenciaram as maravilhas de Deus, a sua correção como Pai, seguiram com seus corações firmes, em reconhecimento e gratidão por tudo que Deus fizera por eles desde a saída do Egito até a conquista da promessa. Os apertos e as disciplinas que sofreram, forjaram neles um caráter confiante e obediente ao seu Deus! Que seja assim conosco em nossa longa jornada por esta terra. E que nossa resposta ao convite para ir embora de vez, seja sempre respondido como o de Pedro: "Para quem iremos? Tu tens as palavras de vida eterna."      

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

                         Josué 24:13


     Este único verso nos trás ensinamentos riquíssimos! "Dei-vos a terra em que não trabalhastes e cidades que não edificastes, e habitais nelas; comei das vinhas e dos olivais que não plantastes." O povo recebera aquela terra como dádiva de Deus, não era uma realização deles. Em todas as descrições de batalhas que vimos, os cananeus eram em maior número que os israelitas. Fica claro ao longo das narrativas que o Senhor pelejava por eles, como diz o verso 12, "Enviei vespões adiante de vós, que os expulsaram da vossa presença, bem como os dois reis dos amorreus, e isso não com a tua espada, nem com o teu arco."
     Se trouxermos esta realidade para nossas vidas, e se não formos orgulhosos e cegos, perceberemos que recebemos as mais diversas dádivas das mãos do Senhor. Mas precisamos ter cuidado, pois se nos distrairmos, podemos até achar que a casa em que moramos é nossa, pois a compramos, que nossos filhos nos pertencem, que nosso emprego é nossa por causa da nossa competência, que estamos nesta escola ou naquela faculdade porque somos brilhantes. Mentira! Não fomos nós que plantamos as vinhas e precisamos reconhecer isto.
     Se pensarmos então, não mais em termos da nossa vida material, mas na salvação que recebemos! Esta é uma verdade que deve martelar constantemente em nossas cabeças. Não desejávamos as coisas de Deus, não amávamos a sua Palavra, não nos importávamos com a sua lei. Hoje, nosso coração arde com as Escrituras, nossos pés correm para a sua casa, ansiamos pelo culto, por ouvir a voz de Deus. Temos vencido alguns pecados que cultivávamos por anos, temos descoberto outros que nos envergonham e lutamos para abandonar. Temos olhado com mais compaixão para o mundo perdido, temos ansiado por justiça, por ver a verdade de Deus sendo propagada. Tudo isso não pode ser visto com aquele 'orgulho santo' de quem conquista um bom emprego ou passa num concurso difícil. Ambas as situações devem ser encaradas por nós, tanto as materiais quanto as espirituais, como dádiva, graça, presente imerecido! Como Paulo fala em Efésios 2:8 e 9, nada disso vem de nós: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso (a fé) não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie." Se pretendemos glorificar a Deus através de nossas vidas, precisamos nos lembrar o tempo todo destas verdades. Estamos trabalhando em terras que não são nossas, habitamos em cidades que não edificamos e comemos frutos que não plantamos. Que não sejamos ingratos portadores de tão grandes bênçãos!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

                           Josué 24:1 a 12


     Josué agora reúne todo o povo, já perto do fim de sua vida, e os leva a reafirmar sua aliança com Deus. O local escolhido foi Siquém, o mesmo onde Deus havia prometido a Abraãao dar aquela terra a seus descendentes: "Atravessou Abrão a terra até Siquém, até ao carvalho de Moré. Nesse tempo os cananeus habitavam essa terra. Apareceu o SENHOR a Abrão e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abrão um altar ao SENHOR, que lhe aparecera." (Gênesis 12:6 e 7). Ali onde Deus prometera começar um povo através de Abraão,  Josué relembra o longo caminho percorrido até a conquista daquela antiga, mas viva promessa.
     Ao começar a narrar os eventos que os fez chegar até ali, Deus é o sujeito dominante dos verbos empregados. Ele começa dizendo: "Eu, porém, tomei Abraão, vosso pai..." Na descrição dos eventos que se seguem, são descritos os pontos marcantes da caminhada do povo até aquele momento, sem citar suas revoltas, desvios e rebeliões. Nesta breve e concisa recapitulação da história, o foco eram os poderosos feitos de Deus!
     Me chamou a atenção, quando no verso 7, Deus diz que "os vossos olhos viram o que eu fiz no Egito". Aquela geração que ouvia o discurso de Josué não estava presente na saída do Egito. Eles não haviam nascido. Veja o comentário da Bíblia de Genebra sobre este verso: "O povo dos dias de José é referido como tendo participado dos eventos remidores do passado. Isso enfatiza que eles deveriam ver a bondade de Deus para com eles, não somente em sua experiência pessoal, mas também na história mais ampla do seu povo." Nós também deveríamos fazer isto sempre! Deveríamos olhar os eventos complexos que nos cercam, e que nos levaram a ser quem somos e a conhecer e amar a Deus. A história do nosso país, que permite a prática livre da religião e o acesso à Bíblia, o fato de nosso povo ter sido evangelizado, dos Presbiterianos terem enviado missionários para fundar a denominação no Brasil. E nossa história familiar então? Como o Evangelho chegou a seus avós, a seus pais, a conversão deles, talvez uma mudança de cidade que te proporcionou conhecer uma Igreja fiel à Escrituras...são tantos eventos aparentemente aleatórios, mas que na verdade revelam planos muito bem traçados por Deus para um fim único: nos trazer para perto de si, para que vivamos uma vida de obediência que glorifique o seu nome. Em algum momento você já parou para pensar que hoje você poderia ser um completo ignorante a respeito da lei de Deus, se seus pais não tivessem um dia sido chamados ao Evangelho? Já pensou que para você a Bíblia poderia ser apenas um livro de história que você jamais sequer folhearia inadvertidamente? Já pensou que você poderia ter nascido num país muçulmano, que nunca ouviu a verdade do Evangelho? Neste capítulo, Deus chama seu povo a olhar para trás, ver a sua história, e reconhecer que foi o Senhor, através de seus feitos em várias gerações anteriores, que os trouxe até aquele ponto!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

                           Josué 23


     No derradeiro discurso de Josué antes de sua morte, sua principal preocupação, como um grande líder do povo de Deus, foi advertí-los a que permanecessem fieis ao seu Deus. Josué usa o argumento da fidelidade do próprio Deus para com o povo para servir de exemplo e estímulo para que eles sejam igualmente fiéis: "...tendes visto tudo quanto fez o Senhor..." (verso 3). Ele destaca mais uma vez, que as batalhas que foram ganhas, não foram ganhas pela força ou pelo poderio militar dos israelitas. Foi Deus quem deu a vitória ao povo: " Um só homem dentre vós perseguirá mil, pois o Senhor, vosso Deus, é quem peleja por vós, como já vos prometeu." (verso 10). Mas Israel tinha uma grande responsabilidade no resultado final da batalha, e esta 'estratégia' não era nova. Eles deveriam se empenhar para para guardar e cumprir toda a lei de Deus, não adorar outros deuses e amar de todo o coração ao Senhor.
     O povo de Deus também não deveria se associar com outras nações, para que não fossem influenciados por suas crenças, modos de vida e não se contaminassem! Josué descreve o jugo desigual com as nações ímpias de uma forma assustadora: "Porque, se dele vos desviardes e vos apegardes ao restante destas nações ainda em vosso meio, e com elas vos aparentardes, e com elas vos misturardes, e elas convosco, sabei, certamente, que o SENHOR, vosso Deus, não expulsará mais estas nações de vossa presença, mas vos serão por laço e rede, e açoite às vossas ilhargas (quadris), e espinhos aos vossos olhos, até que pereçais nesta boa terra que vos deu o SENHOR, vosso Deus." (versos 12 e 13). A fidelidade a Deus e às suas leis era a garantia era a garantia de que tudo iria bem. Da mesma forma que a bênção de Deus os alcançaria se eles obedecessem às ordens deixadas por Deus, na mesma medida ele seria fiel no cumprimento das penas aos que desobedecessem às suas advertências! "Existem dois aspectos na fidelidade de Deus, porquanto há dois lados na sua aliança_ promessas e advertências. Pode-se confiar que Deus cumprirá suas advertências tão plenamente quanto podemos confiar que ele cumprirá suas promessas." (Bíblia de Genebra).


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

                           Ainda sobre Josué 22


     Quando as 10 tribos de Israel identificaram o que eles pensavam ser um problema, nomearam uma comitiva para ir ter com as duas tribos e meia, para tentar evitar a guerra. À frente desta delegação foi Finéias filho de Eleazar, filho de Arão, o sacerdote. Um sacerdote foi escolhido para representar o povo porque  a questão dizia respeito à adoração correta. Finéias havia alcançado proeminência entre o povo, pois no caso da adoração a Baal-Peor (Números 25), foi ele quem agiu matando aquele israelita e a mulher midianita, fazendo com que a praga da matança entre Israel cessasse. "Mais tarde, na história dos judeus, Finéias tornou-se um símbolo de lealdade absoluta à lei de Deus." (Bíblia de Genebra)
     O zelo de Israel pelas coisas de Deus ficou claro nestes acontecimentos narrados no capítulo 22. Ainda estavam vivos na memória deles os acontecimentos passados com a adoração a Baal Peor, onde foram mortos vinte e quatro mil israelitas por causa da praga enviada pelo Senhor, e a morte de Acã e daqueles homens que morreram na investida contra Ai, por causa do pecado de Acã. O senso da justiça e da ira de Deus contra o pecado estava muito vívidos na memória do povo. Por passarem por tais disciplinas tão duras, eles aprenderam que a adoração ao único Deus deveria ser conforme as prescrições DELE, e que Ele era o único Deus a ser adorado.
     Quando questionados por Finéias e pelos representantes das 10 tribos, os transjordanianos respondem com uma confissão de sua fé: "O Poderoso, o Deus, o Senhor, o Poderoso, o Deus, o Senhor, ele o sabe, e Israel mesmo o saberá."(verso 22). Esta repetição das confissões era uma forma de superlativo que pode ser traduzida como: "O Senhor é o Deus maior". Eles têm tanta certeza da intenção de seus corações na construção daquele altar, que colocam suas vidas em jogo! "Se foi em rebeldia ou por infidelidade contra o Senhor, hoje, não nos preserveis. Se edificamos altar para nos apartarmos do Senhor...o Senhor mesmo de nós o demande(cobre de nós)." (versos 22 e 23). Eles sabiam quem eles eram, o que e porque estavam fazendo, tinham suas consciências puras diante do Senhor e por isso estavam tranquilos.
     Outra questão importante aqui é a descrição de como o problema foi resolvido. Os cisjordanianos pensaram que o altar era profano, quiseram ir à guerra, mas antes foram averiguar a situação. Isto nos lembra as descrições de Mateus 18 no que se refere à disciplina na Igreja. Para que a unidade do povo de Deus seja mantida, um representante vai ao ofensor, antes que a comunidade toda se envolva no problema. "Se teu irmão pecar [contra ti], vai argui-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão.Se porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano." (Mateus 18:15 a 17). Desta forma, instituída pela sabedoria do próprio Deus, as coisas são esclarecidas antes das providências serem tomadas, evitando assim mal entendidos que resultem em prejuízos para o povo de Deus.

sábado, 17 de setembro de 2011

                Josué 22


     Este incrível capítulo nos dá lições maravilhosas a respeito do nosso Deus, do senso de fidelidade que brotara em Israel, e de como se deveria resolver as questões no meio do povo. Primeiramente Josué chama as duas tribos e meia (Rúben, Gade a a meia tribo de Manassés), ressalta sua obediência e amor ao Senhor e manda que eles retornem para sua terra, já que as conquistas haviam cessado. Suas terras estavam do outro lado do Jordão, e para lá eles deveriam retornar. "Josué  libera e recompensa as tribos transjordanianas, que retornam para seus lares e constroem um altar na fronteira entre elas e Israel propriamente dito." (Richard Hess). Essas tribos transjordanianas (Rúben, Gade e a meia tribo de Manassés), que ficavam na outra margem do Jordão, representavam a presença permanente dos que não são exatamente ou completamente Israelitas, mas cumprem completamente a lei de Deus, embora sua herança seja fora das terras da promessa. Isto nos remete a Raabe, Calebe e a todos os estrangeiros que poderiam se tornar "israelitas". Eles não estavam no mesmo pedaço de terra, mas faziam parte do povo de Deus!
     Ao deixarem aquele lado do Jordão, as tribos transjordanianas construíram um altar às margens do rio. Um grande e vistoso altar, que provavelmente poderia ser visto de sua própria terra. Este altar era uma confissão de sua fé no Deus de Israel. Eles não tinham nenhuma intenção de adorar qualquer outra divindade naquele altar. Também não pretendiam fazer outro lugar de sacrifícios, diferente do que havia sido instituído para todo o Israel. Na verdade o que eles queriam é que aquele fosse um altar de testemunho. Que fosse um memorial erigido numa fronteira entre duas partes, que lembrasse que eles eram um só povo e adoravam o mesmo Deus, embora habitassem em lados diferentes do Jordão. Mais tarde, serviria de sinal a seus filhos, para que não rejeitassem os que habitavam do outro lado. Para que soubessem que eram um só povo. Mas os cisjordanianos não entenderam os motivos dos transjordanianos e quase foi deflagrada uma guerra santa. No próximo post falaremos sobre isso.
                 Josué 21   



     As cidades destinadas aos levitas continuavam sendo possessão das tribos, mas foram separadas para servir de morada para os levitas, que não tinham parte na divisão da terra. Sua herança era o Senhor! Vemos aqui, como nos capítulos anteriores, a fidelidade de Deus demonstrada em detalhes, dando o nome das cidades, suas localizações, para que não restasse dúvidas para as gerações vindouras, que Deus cumpriu tudo aquilo que havia prometido a seu povo.
     No final do capítulo, lemos que a realização das promessas de Deus foi algo cabal, total:
 "O SENHOR lhes deu repouso em redor, segundo tudo quanto jurara a seus pais; nenhum de todos os seus inimigos resistiu diante deles; a todos eles o SENHOR lhes entregou nas mãos. Nenhuma promessa falhou de todas as boas palavras que o SENHOR falara à casa de Israel; tudo se cumpriu." (versos 44 e 45). Nenhuma promessa falhou, o Senhor fez absolutamente tudo como havia dito. A fidelidade de Deus manifesta neste livro, confirma as promessas feitas aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó.
      No Novo Testamento também encontramos muitas promessas feitas por Deus a seu povo. O próprio nome Evangelho, que significa 'boas novas', é o cumprimento da promessa de Deus, que enviaria o Messias para resgatar seu povo da maldição do pecado. O Novo Testamento é repleto de promessas que Deus graciosamente faz ao seu povo. Vejamos algumas:
    _ "E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades." (Filipenses 4:19).
     _ "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (I João 1:9).
     _ "Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar." (I Coríntios 10:13)
     _ " E esta é a promessa que ele mesmo nos fez, a vida eterna." (I João 2:25)    
     _ " Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei." (Mateus 11:28)
     _ "Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal." (Mateus 6:34)
     _ "Por isso, vos digo: Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e a quem bate, abrir-se-lhe-á. Qual dentre vós é o pai que, se o filho lhe pedir [pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir] um peixe, lhe dará em lugar de peixe uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um escorpião? Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o Espírito Santo àqueles que lho pedirem?" (Lucas 11:9 a 13)
     Estas e outras tantas promessas feitas por nosso Senhor, serão cumpridas, da mesma forma que cada pedaço de Terra prometida foi entregue às doze tribos. Deus é fiel, e como diz o texto de Lucas 11, não há nada que peçamos a Ele, visando o nosso crescimento espiritual, que não nos seja graciosamente concedido pelo Espírito Santo. Ele nos prometeu perdão de pecados, vida eterna, suprimento para nossas necessidade físicas e espirituais, nos prometeu que as tentações não seriam maiores que nossas forças, nos prometeu redenção, salvação, vida eterna! Aleluia, pois servimos Àquele que é fiel à todas as suas promessas, e nunca, jamais alguma delas falhou. Esta é a nossa esperança para este mundo e para o porvir!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

                       Ainda sobre as cidades de refúgio II


     Nesta segunda parte, apenas transcreverei o que diz o Catecismo Maior sobre o que torna os pecados ainda mais graves diante de Deus. Se eu tivesse que comentar e mostrar os versículos, levaríamos mais algumas semanas falando sobre isso, tamanha a profundidade com que este tema é tratado no Catecismo e na Escritura. Portanto, peço que leiam pausadamente e reflitam sobre todas as circunstâncias aqui descritas que são capazes de tornar nossos pecados ainda mais odiosos aos olhos do nosso Deus. No primeiro ponto vimos que as ofensas são ainda maiores em razão (dependendo) dos ofensores. Agora veremos que o pecado se torna ainda mais sério em razão das pessoas ofendidas e em terceiro lugar pela natureza e qualidade da ofensa e por último, pelas circunstâncias de tempo e lugar. Então vejamos:


     Em razão das pessoas ofendidas:
        _ Se as ofensas foram diretamente contra Deus, seus atributos e culto;
          _ Contra Cristo e sua graça;
        _ Contra o Espírito Santo, seu testemunho e operações;
        _ Se a ofensa for contra superiores, pessoas eminentes;
        _ Se a ofensa for contra aqueles com quem estamos especialmente relacionados e a quem devemos favores; 
        _ Se a ofensa for contra os crentes, especialmente contra os irmãos fracos; contra as suas almas ou as de quaisquer outros;
        _ Se a ofensa for contra o bem geral de todos ou de muitos.


     Pela natureza e qualidade da ofensa:
        _ Se a ofensa for contra a palavra expressa da lei; 
        _ Se a ofensa violar muitos mandamentos;
        _ Se a ofensa contiver em si  muitos pecados; 
        _ Se a ofensa for concebida, não só no coração, mas manifestar-se em 
palavras e ações;
        _ Se a ofensa escandalizar a outros e não admitir reparo algum;
        _ Se a ofensa for contra os meios da graça, misericórdia e castigos de Deus;
        _ Se a ofensa for contra a luz da natureza, a convicção da consciência, a admoestação pública ou particular, as censuras da Igreja, as punições civis; 
        _ Se a ofensa for contra as nossas orações, propósitos, promessas, votos, pactos, obrigações a Deus ou aos homens;
        _ Se a ofensa for deliberada, voluntária, presunçosa, impudente, jactanciosa, maliciosa, frequente e obstinadamente;
        _ Se a ofensa for com displicência, persistência, reincidência, depois do arrependimento.


     Pelas circunstâncias de tempo e de lugar:
        _ Se a ofensa for no dia do Senhor ou em outros tempos de culto divino,
        _ Se a ofensa for imediatamente antes, depois destes ou de outros auxílios para prevenção ou remédio contra tais quedas; 
        _ Se a ofensa for em público ou em presença de outros que são capazes de ser provocados ou contaminados por essas transgressões.


     Por tantas detalhadas descrições, podemos perceber que a concepção errada de que o pecado é algo simples é a mais terrível verdade contra o Evangelho! Só pode se dizer realmente um crente lavado e redimido por Cristo, aquele que leva tudo isso em consideração, se vê desesperado por sua situação, corre para a cruz e passa a odiar e a evitar de toda forma o pecado. Todo aquele que vive displicentemente, achando na prática, que o pecado não tem importância, na verdade já está condenado! Deus nos dê olhos para ver e ouvidos para entender e acima de tudo ódio pelo pecado, não só por suas consequências desastrosas, mas por ofender a santidade de Deus!

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

                          Ainda sobre as cidades de refúgio


     Conforme lemos ontem, existem agravantes (aquilo que torna mais grave) ou atenuantes (que diminui a gravidade de uma falta) que tornam os pecados mais ou menos graves diante de Deus. Por esta causa foram instituídas as cidades de refúgio. Quando cometemos um pecado, todas as circunstâncias que o envolvem são levadas em consideração por Aquele que julga retamente. É isso que o Catecismo Maior nos ensina.
     "Pergunta 151:  “Quais são as circunstâncias agravantes que tornam alguns pecados mais odiosos do que outros?" 
      Resposta: Alguns pecados tornam-se mais agravantes: 
 1º._ Em razão dos ofensores, se forem pessoas de idade mais madura, 
de maior experiência ou graça: "Pelo que o SENHOR se indignou contra Salomão, pois desviara o seu coração do SENHOR, Deus de Israel, que duas vezes lhe aparecera.( I Reis 11: 9). Salomão conhecia a Deus, e pelo fato de ter Deus se revelado a ele duas vezes, ele não poderia ter desviado seu coração do Senhor!
     _ Se forem eminentes (eminente: notável, ilustre, alto, elevado.) na vida cristã: "Porque tu o fizeste em oculto, mas eu farei isto perante todo o Israel e perante o sol. Então, disse Davi a Natã: Pequei contra o SENHOR. Disse Natã a Davi: Também o SENHOR te perdoou o teu pecado; não morrerás. Mas, posto que com isto deste motivo a que blasfemassem os inimigos do SENHOR, também o filho que te nasceu morrerá." (II Samuel 12: 12 a 14). Davi era o Rei de Israel, sua posição elevada o tornava exemplo e alvo dos olhares.
      _Se forem eminentes nos dons, posições e ofícios: "Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando." (Tiago 4:17); " Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites." (Lucas 12:47); "Mas eu pensei: são apenas os pobres que são insensatos, pois não sabem o caminho do SENHOR, o direito do seu Deus. Irei aos grandes e falarei com eles; porque eles sabem o caminho do SENHOR, o direito do seu Deus; mas estes, de comum acordo, quebraram o jugo e romperam as algemas." (Jeremias 5:4 e 5). Portanto aqueles que conhecem a lei de Deus, têm conhecimento do que é correto, e ocupam posições de liderança, têm seus 'açoites' aumentados, serão julgados com muito mais rigor.
     _Se forem guias para outros e cujo exemplo será, provavelmente, seguido por outros: "... tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Dizes que não se deve cometer adultério e o cometes? Abominas os ídolos e lhes roubas os templos? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa." (Romanos 2:21 a 24); "E muitos seguirão as suas práticas libertinas, e, por causa deles, será infamado o caminho da verdade..." (II Pedro 2:2). A questão de ser exemplo para os outros é muito séria. Tanto podemos ser bênção quanto maldição, dependendo do exemplo que dermos. Lembremo-nos portanto, que ser exemplo e guia é um conceito muito amplo. Nos textos que lemos, a Escritura se refere aos líderes espirituais, pastores, mestres e profetas. Mas podemos seguramente estender este contexto, sem medo de errar. Guias cujo exemplo será, provavelmente seguido, se refere a toda posição superior. Quando somos pais, irmãos mais velhos, esposas com mais tempo de casadas...tudo isso nos constitui guias de outras pessoas, que nos olham buscando uma direção a ser seguida. Propagar o pecado através do exemplo e estímulo aos outros mais novos na fé ou na vida, se constitui agravante seríssimo diante de Deus!
     No próximo post trataremos de outros aspectos que também tornam os pecados mais odiosos aos olhos de Deus.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

                         Ainda sobre Josué 20


     Outro aspecto que devemos levar em consideração quando falamos sobre as cidades de refúgio, é que Deus sonda os nossos corações e mentes e conhece profundamente as nossas intenções. A Bíblia de Genebra explica que: "Um pecado não intencional recebe um tratamento específico por parte da lei." O mesmo ensino baseado nas Escrituras, nos dá o Catecismo Maior de Westminster. Leia pausadamente, com bastante atenção o que é ensinado sobre isso:
    "Pergunta 150: São todas as transgressões da lei de Deus igualmente odiosas 
em si mesmas e à vista de Deus? 
     Resposta: Todas as transgressões da lei de Deus não são igualmente odiosas; 
mas alguns pecados em si mesmos, e em razão de diversas circunstâncias agravantes, 
são mais odiosos à vista de Deus do que outros."
    Isto significa dizer que nós não seremos julgados por Deus apenas por nossos atos externos. Lá no Antigo Testamento, o crime cometido era o mesmo: homicídio. Mas a intenção daquele que  praticou o homicídio era o que diferenciaria o grau de severidade da pena aplicada. A preocupação de Deus não era apenas com o pecado cometido, mas com o coração daquele que o cometeu. O castigo deveria ser aplicado de acordo com a intenção. Esta verdade torna a nossa situação muito mais séria diante de Deus. Aos homens nós podemos até tentar enganar, dissimular, dizer que foi sem querer, ou que não sabíamos... mas diante de Deus não temos desculpas. Ele sonda e perscruta nosso coração. Nossas intenções estão sempre claras aos olhos do Grande e Reto Juiz de toda a terra!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

                          Josué 20


     Já estudamos anteriormente sobre as cidades de refúgio que foram designadas no meio do povo de Israel. Ali, o homicida que não teve a intenção de matar a vítima, mas o fez sem querer, poderia se refugiar da fúria vingadora de algum parente da vítima. A estipulação dessas cidades, demonstram de forma clara a preocupação de Deus com a justiça. Ele não permitiria que alguém fosse morto, sofresse uma retribuição desigual, discrepante do ato cometido. Se não houvesse a intenção de matar, o infrator seria julgado, seu caso analisado pelos anciãos e aí sim, uma decisão pensada e justa seria tomada. A vingança injusta deveria ser evitada a todo custo.
     Um atributo de Deus que é sempre exaltado na Escritura é  sua justiça: "Porque o SENHOR é justo, ele ama a justiça; os retos lhe contemplarão a face." Salmos 11:7; Ele  é o Justo Juiz: "Ele mesmo julga o mundo com justiça; administra os povos com retidão." Salmos 9:8. O povo deve se parecer com seu Deus, por isso vemos tantas passagens exigindo que Israel exerça justiça e juízo entre seus irmãos. Muitas vezes quando falamos em exercer justiça, olhamos para nós mesmos, clamando e desejando que façam justiça à nós. Não devemos desejar apenas  ser beneficiados pela justiça, mas beneficiar o outro, ao exercê-la.
   

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

                          Josué 18 e 19


     No começo do capítulo 18, vemos que a congregação se reuniu em Siló e ali armaram a tenda da congregação. "Esse nome é usado para indicar o tabernáculo...A 'congregação', neste caso, é o encontro de Deus com o seu povo. O tabernáculo continha a arca da Aliança, a caixa de madeira e ouro que continha os Dez Mandamentos. Era aquele o lugar onde o sistema de sacrifícios do Antigo Testamento, que visava a purificação espiritual e comunicação com Deus era realizado, e que continuou, em princípio, até aos tempos do Novo Testamento." (Bíblia de Genebra).
     Ali, diante do Senhor, Josué os repreende por ainda não haverem ocupado a terra completamente. Ele os exorta a obedecer pela fé às promessas feitas por Deus (verso 3). Daí por diante, a cada tribo que faltava receber sua parte, é feito o lançar de sortes perante o Senhor, como é ressaltado várias vezes no próprio texto.
     Como vemos no decorrer da narrativa, é feita toda a divisão das tribos que faltavam, e até Josué teve sua parte, por mandado do Senhor, num claro reconhecimento por sua fiel liderança no meio do povo! Todos os detalhes narrados, nos lembra o que ouvimos na pregação deste domingo: a Bíblia não é um livro fictício, que revela a mitologia e as crenças de um povo. A Bíblia é a revelação do único Deus, que deixa marcas significativas na história, como estas que vemos aqui: descrições de cidades, rios, mares. 'Nome e endereço' comprovando a veracidade dos fatos!


      

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

                           Josué 16 e 17


    Manassés e Efraim, os dois filhos de José que receberam a herança do pai no meio dos filhos de Israel estavam insatisfeitos: "Então, o povo dos filhos de José disse a Josué: Por que me deste por herança uma sorte apenas e um quinhão, sendo eu tão grande povo, visto que o SENHOR até aqui me tem abençoado?" (17:14). O povo dos filhos de José tinham uma queixa. Achavam que a terra que fora destinada a eles por Josué não era suficiente e correram a reivindicar seus direitos. Eles não estavam satisfeitos.
     A resposta de Josué foi direta: "Se és grande povo, sobe ao bosque e abre ali clareira na terra dos ferezeus e dos refains, visto que a região montanhosa de Efraim te é estreita demais." (verso 15). Daí eles retrucaram que os povos que ainda estavam naquela área eram povos possuiam carros de ferro, e eram portanto, difíceis de ser combatidos. A argumentação de Josué, no entanto, era para que eles combatessem mesmo assim. Os cananeus eram sim, mais fortes, mas os filhos de José prevaleceriam. E coloca a culpa de o território ser pequeno neles mesmos, que ainda não haviam se mobilizado para expulsar completamente os cananeus das terras que a eles foram dadas. 

          Primeiramente vemos no verso 14 a insatisfação deles com a terra que Josué lhes deu por herança. Mas calma aí! Não foi Josué quem fez a partida da terra! Eles lançaram sortes perante o Senhor. Em última análise, Josué e o sorteio foram os instrumentos de Deus para mostrar ao povo a SUA vontade quanto à divisão das terras. Então, na verdade, a insatisfação deles era com Deus! Será que muitas vezes não nos encontramos também numa situação parecida? Lutando e reclamando com a 'pessoa' errada? Insatisfeitos com algo ou alguém, sem porém reconhecer que esta situação foi posta pelo próprio Deus, que em sua soberania tem algo a me ensinar? Será que muitas vezes não temos nos exasperado com nossos líderes, sem levar em conta que são representantes diretos de Deus para gerir nossas vidas? Se não cremos assim, não sabemos nada sobre governo e soberania de Deus!
        E diante da resposta de Josué, eles temeram. Josué disse a eles para irem à luta, mas eles temeram, em um contraste claro com a coragem e a fé de Calebe, que lemos anteriormente. Josué manda, em outras palavras, que eles parem de reclamar e se mexam, deixando de lado o temor e a indisposição para obedecer, que expressavam sua incredulidade. Eles deveriam crer nas promessas de Deus e batalhar por elas.
      Será que não temos agido como os filhos de José? Será que não temos reclamado da vida, sentados, esperando que as coisas mudem sozinhas? Será que na nossa luta contra aquele pecado que insiste em nos assaltar, não temos ficado esperando que Deus afaste de nós a tentação, confortavelmente sentados em frente à televisão? A resposta para nós é mesma dada ao povo: Quer 'alargar o seu território', precisa de vitória em alguma área ou precisa vencer aquele pecado insistente? Levanta, toma as armas que estão à sua disposição e toma aquilo que o Senhor já deu em tuas mãos! Todas as promessas que estão na Bíblia nos pertencem. O Senhor nos garante vitória contra o pecado, garante fortalecer a nossa fé, nos fazer mais tolerantes, perdoadores, menos tendentes ao mal. Promete também guardar nossos olhos e mentes. Nos ordena guardar suas leis e seus decretos, ser obedientes aos nossos pais, submissas a nossos maridos, nos manda amar nossas esposas como a nós mesmos, criar nossos filhos com todo o respeito e na disciplina e admoestação do Senhor. Nos manda ter domínio próprio, conter a nossa língua, cuidar dos necessitados. E para cumprirmos Sua vontade, o Senhor nos capacita e nos dá o seu Espírito Santo. Nos manda orar sem cessar, meditarmos em Sua Palavra, não deixarmos de congregar. Ele nos dá a vitória através dos meios providos por ele mesmo para alcançarmos este fim. Ele sabe que o pecado é maior que nós, que sozinhos não temos forças contra ele, mas se coloca ao nosso lado nesta batalha. Portanto, levantemo-nos, e expulsemos os 'cananeus' do meio de nós. Não podemos esperar sentados, reclamando!