segunda-feira, 17 de outubro de 2011

                           Juízes 6:11 a 24


     Este trecho começa narrando que Gideão estava 'malhando o trigo no lagar, para opôr a salvo dos midianitas'. Estas expressões denotam que Gideão fazia isso num lugar impróprio. A malhação do trigo era feita por um trenó puxado por bois, que ía debulhando, em um lugar aberto para que o vento fosse dissipando a palha. Gideão estava se escondendo dos midianitas, por isso o fazia num lugar fechado, o que também nos dá a entender que a colheita era pequena. O estado de pobreza era evidente.
     O diálogo entre Gideão e o Anjo do Senhor, demonstra que embora Gideão fosse um homem valente, ele se disse fraco e inadequado àquela tarefa. Muitas vezes vemos estas mesmas escusas na Bíblia. Quando Deus aparece a Moisés na sarça e diz que ele será o libertador do povo, que o tiraria do Egito, Moisés por várias vezes se esquivou: "Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?" (Êxodo 3:11); "Ah! Senhor! Eu nunca fui eloquente, nem outrora, nem depois que falaste a teu servo; pois sou pesado de boca e pesado de língua." (Êxodo 4:10) e ainda: "Ah! Senhor! Envia aquele que hás de enviar, menos a mim." (Êxodo 4:13). Assim também procedeu Jonas, quando foi chamado por Deus para ir a Nínive pregar, mas literalmente fugiu de Deus, embarcando para Társis. Também Jeremias assim respondeu ao chamado de Deus: "Ah! Senhor Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança." (Jeremias 1:6). 
     A recusa destes homens, num primeiro instante, pode nos parecer covardia, mas na verdade eles sabiam quem era Deus, e conheciam a si mesmos, sabendo então, que sozinhos eram incapazes de ir à frente do povo e cumprir a tarefa que o Senhor lhes dera. Eles sabiam de suas limitações, e sabiam que necessitavam do auxílio divino. "É exatamente quando o homem se torna cônscio de sua própria fraqueza e das dificuldades da situação, que o Senhor o toma e o usa. O homem que confia em sua força inata provavelmente não pedirá a graça de Deus, nem Lhe dará glória por qualquer coisa que atinja. É verdade também, que o Senhor não viu apenas o homem como era _fraco e medroso_ mas, o mesmo homem como poderia ser_ forte, resoluto e corajoso." (Arttur E. Cundall e Leon Morris).
     Gideão sabia que a situação era difícil demais e as experiências pelas quais havia passado deixaram dúvidas em seu coração: "Se o Senhor é conosco, por que nos sobreveio tudo isso? E que é feito de tuas maravilhas que nossos pais contaram...Porém, agora, o Senhor nos desamparou e nos entregou nas mãos dos midianitas" (verso 13). Além de tudo, sua família foi descrita como a mais pobre em manassés, e ele, o filho menor da casa de seu pai. Mas a resposta que o Senhor deu a ele, superou todas essas dificuldade: "Já que estou contigo, ferirás os midianitas como se fossem um só homem." (verso 16). Este é o âmago da questão. Gideão não fora escolhido por sua história passada, por seu currículo extenso, por sua fama de valente. Ele foi escolhido para ser usado por Deus como instrumento de libertação para seu povo. Ele não era a chave da resolução do problema de Israel quanto aos midianitas. Ele era apenas o instrumento que Deus usaria poderosamente a favor do seu povo! Então podemos falar como Paulo, quando escreveu aos Romanos: "Onde, pois, a jactância (arrogância)? Foi de todo excluída" (Romanos 3:27). Não foi por obras de justiça que praticamos, nem pela lei que observamos, mas pela fé, pela graça que fomos justificados diante de Deus! Nunca podemos confiar nas nossas próprias forças para vencer os inimigos ( como o pecado, por exemplo), mas também não precisamos temê-los, pois o Senhor promete que irá por nós. Também não podemos nos esquecer, quando vencermos, que foi Ele quem o fez por nós!

4 comentários:

  1. Com relação a função recebida por Gideão - não devemos temer.Se foi Deus quem nos deu essa função,por mais incapazes que possamos ou pensamos ser,foi Deus que nos escolheu, para que fizéssemos determinada função,devemos confiar Nele,pois Ele está no controle.

    ResponderExcluir
  2. Precisamos reconhecer quem nós somos e a nossa condição perante Deus. A partir dai, poderemos tomar consciência de que não somos capazes de fazer nada sem que Deus esteja na nossa frente, nos guiando e auxiliando. Na ausência do Senhor em nossas vidas somos fracos e incapazes.
    Que possamos viver em retidão e santidade, colocando-nos no nosso lugar, jamais esquecendo que nossas vitórias vem de Deus e não de nós! Sem Ele, nada somos.

    ResponderExcluir
  3. Precisamos sempre nos lembrar que Deus sempre está conosco e devemos confiar nossas vidas nELE. ELE esta no controle de todas as coisas e se Deus nos deu uma função devemos exerce-la , mais uma vez confiando nele!

    ResponderExcluir
  4. Podemos tirar inúmeras lições desses versos, mas a que mais me chama a atenção é que Deus não escolheu nenhum de seus profetas ou apóstolos por serem eles bons, pois a própria Escritura diz que não há um justo sequer. A Palavra de Deus não abre brecha para nenhum tipo de arrogância ou orgulho, pois até mesmo os grandes profetas sabiam que não possuíam em si mesmos capacidade suficiente para o dever para o qual foram chamados, mas Deus, por sua infinita misericórdia e graça os escolheu assim como nos escolheu para que fôssemos feitos seus filhos e tivéssemos por Cristo a vida eterna e nos capacitou para que pudéssemos cumprir o dever que Ele nos deu. Graças a Deus por isso!

    ResponderExcluir