segunda-feira, 17 de setembro de 2012

                                             I Samuel 12

     "Samuel apresenta três argumentos para compelir o povo a reconhecer sua própria culpa em pedir um rei. Primeiro, convida o povo a concordar que ele tenha sido um líder inculpável. Segundo, ressalta que, no passado, sempre tinha sido o Senhor quem nomeava líderes e que estes sempre tinham revelado ser plenamente adequados. Terceiro, enfatiza que, mesmo quando os israelitas "esqueceram-se do seu Deus", o Senhor fora gracioso com eles. Embora os sujeitasse à opressão dos inimigos, Ele atendia suas confissões de pecado e seus rogos por livramento e suscitava juízes, entre os quais estava o próprio Samuel. Dentro deste contexto da suficiência da provisão do Senhor, a exigência do povo em ter um rei humano, pode ser considerada rebelião. Mesmo assim a monarquia pode ter sucesso, se tanto o rei quanto o povo temerem ao senhor, o servirem e atenderem à sua voz." (Bíblia de Genebra)
     Que belíssimo texto, onde Samuel não se furta a confrontar o povo por seu pecado. É incrível como este texto elucida questões que dão nó na cabeça de muitos crentes! Note no verso 13 quando a Bíblia declara com todas as letras que que foi o povo que pediu e ELEGEU um rei, e termina o verso dizendo que "o SENHOR vos deu um rei"! Não há aí nenhuma oposição entre a vontade soberana e absoluta de Deus e a vontade rebelde do homem. Apesar do povo cometer uma maldade (como diz o verso 17), pedindo um rei, o Senhor deu este rei. Ele não foi obrigado a fazê-lo, ele não se sentiu compelido, ele não apenas permitiu. ELE DEU UM REI! E o que o Senhor esperava de seu povo, era que, fosse qual fosse o desfecho do reinado de Saul sobre eles, o povo permanecesse firme e obediente ao Senhor. Eles deveriam aprumar seus caminhos, não obstante os rumos que a nação, sob o governo de um rei humano, tomaria.
     E qual seria a razão de Deus suportar o pecado do povo? Por que Ele toleraria a ingratidão e rebeldia do povo ao pedir para si um rei? O motivo é um só: "Pois o Senhor, por causa do Seu grande nome, não desamparará o seu povo, porque aprouve ao Senhor fazer-vos o seu povo." (verso 22). Que ensino maravilhoso! Deus é fiel a si mesmo e às suas promessas! O pacto feito com com Abrão em Gênesis 15 nos mostra esta fidelidade de forma clara. Ali os animais são partidos e cada pactuante fica de um lado dos corpos e um de cada vez, os atravessam como se dissessem: "se eu não cumprir a minha parte do pacto, faça-se comigo o que foi feito à estes animais." (versos 9 e 10). Assim eram feitos os pactos no mundo antigo, e assim fez Deus com Abrão. Mas algo surpreendente acontece. Abrão não passa por cima dos animais, e Abrão não. O verso 17 descreve que um fogareiro fumegante e uma tocha de fogo passou por sobre os pedaços dos animais. O que Deus estava dizendo? Que Ele seria fiel à sua parte do pactos com o homem. Mas passando apenas Ele pelos pedaços e não passando Abrão, Deus estava dizendo que se o homem não fosse fiel à sua parte do pacto, ELE mesmo morreria para que o pacto fosse cumprido! E foi isso que Ele fez, mandando Jesus pra morrer em nosso lugar, e pagar o preço de sangue que Deus exige pelo pecado. Que verdades profundas e maravilhosas! Ele é fiel a si mesmo, e nós somos abençoados e salvos do inferno por causa desta fidelidade. Ele nos escolheu, Ele pagou o preço pela nossa desobediência, Ele nos capacita a obedecer e nos convoca, como convocou o povo ali em I Samuel 12.24 : "Tão-somente, pois, temei ao Senhor  e servi-o fielmente de todo o vosso coração; poi vede quão graciosas coisas vos fez."

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