quarta-feira, 12 de setembro de 2012

                                     I Samuel 11

     O povo amonita era aparentado dos israelitas, descendentes de Ló (Gn 19.38) e eram extremamente agressivos e viviam perturbando Israel. O rei Naás queria cegar os homens de Jabes- Gileade no olho direito, o que maldosamente os tornaria inaptos para as batalhas, já que seguravam os escudos com o braço esquerdo, atrapalhando naturalmente a visão deste lado. Naás estava tão confiante de seu domínio sobre o povo de Deus, que até permitiu ao povo ir buscar ajuda, afinal, em sete dias, não seria possível sequer levar o pedido de ajuda a todo o território de Israel.
     "A ação de Saul foi cuidadosamente planejada a fim de lembrar o incidente registrado em Juízes 19. O levita de Efraim havia passado a noite em Gibeá, onde sua concubina fora morta. Ele levou o crime perante todo o Israel para uma decisão judicial, e Saul imitou de maneira consciente seu método de ajuntar as tribos quando cortou seus bois em pedaços e ameaçou de semelhante sorte os bois de qualquer um que deixasse de responder positivamente a seu chamado ao combate. A inclusão que Saul fez de Samuel deixa implícito que ele espera que o profeta o acompanhe em combate, visto que Saul está agindo sob o Espírito de Deus. O apoio dos homens de combate de Israel é imediato e unânime: a firme decisão de Saul garante a cooperação de todas as tribos." (Joyce G. Baldwin).
     Quando os anciãos de Jabes-Gileade dizem aos amonitas: "Amanhã nos entregaremos a vós outros", há um jogo de palavras, próprio da língua. Eles deram a entender que se entregariam, mas na verdade, a palavra usada subentendia entradas e saídas militares. Sendo assim, os amonitas não entenderam a ambiguidade perspicaz dos mensageiros, e se deram por satisfeitos. Mas Saul conseguiu rapidamente ajuntar trezentos mil homens! Os poucos insatisfeitos com Saul, agora estavam felizes pela vitória estrondosa, e não havia mais divisão entre o povo. Saul era uma unanimidade, sendo então, coroado em Gilgal.
      Se era isso que o povo queria, foi-lhes concedido. Desejavam tanto se livrar do governo direto de Deus, através de um rei que os levasse a vitórias militares... Isto nos ensina que nem sempre o desejo do nosso coração é o melhor para nós, e que não é pelo fato de Deus ter permitido que realizássemos os desejos pecaminosos que acalentávamos, que dará tudo certo! Muitas vezes Deus usa o conselho da nossa própria vontade para trazer sobre nós a espada! 

3 comentários:

  1. É, nos esquecemos que Deus age, como já vimos, mediante a inúmeras condições e possibilidades. Não age só diretamente, mas utiliza tanto nossas boas ações, quanto nossas vontades pecaminosas para fazer com que o sua vontade se cumpra. O povo acreditou em si, achando que era o melhor caminho, mas Deus tem o seu caminho, e Deus faz com que todos andem pelo que ele planejou, quer queiramos ou não!

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  2. Queria ressaltar dois trechos do texto bíblico.

    O primeiro - "Então, o Espírito de Deus se apoderou de Saul, ..." - no início do verso 6. O outro - "Então, caiu o temor do Senhor sobre o povo, ..." - no finalzinho do verso 7.

    E nos comentários - "Se era isso que o povo queria, foi-lhes concedido." - e
    "... não é pelo fato de Deus ter permitido que realizássemos os desejos pecaminosos que acalentávamos, que dará tudo certo!"

    O desejo do homem foi manifesto e, pela operação do próprio Deus, vindo sobre Saul e depois sobre o povo, Saul é levado à coroação pelo próprio povo, MAS, a responsabilidade do homem não se lhe eximiu, sofrendo as consequências de aclamar um homem sobre eles em detrimento do reinado do Senhor, ainda que o Senhor mesmo lhos tenha concedido.

    A soberania de Deus e a responsabilidade do homem lado a lado.

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    1. Estas doutrinas andam sempre juntas: A responsabilidade do homem e a soberania de Deus! É bênção podermos enxerga-las tão claramente!

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