terça-feira, 11 de setembro de 2012

                                       I Samuel 10

   Neste capítulo vemos Saul sendo aclamado rei de Israel. Dentre tantos aspectos interessantes, gostaria de destacar a forma como isso foi feito: lançando sortes! Este era um hábito comum no mundo antigo, e Israel havia sido preparado para reconhecer o resultado do lançar sortes como sendo a vontade de Deus revelada. Diversas vezes vemos acontecimentos importantes no meio do povo de Deus serem decididos por meio do 'lançar sortes': a distribuição das terras de Canaã (Js 18.10); a decisão sobre o destino dos bodes para a expiação (Lv 16.8-10); a descoberta de que era Acã o responsável pela derrota em Ai (Js 7.16-18) e finalmente a escolha de Matias para ficar no lugar de judas (Atos 1.26). O povo tinha plena certeza de que Deus estava controlando aqueles eventos, por isso, confiavam plenamente no resultado da sorte lançada. Provérbios confirma esta maneira de entender o 'lançar sortes' entre o povo de Deus: "A sorte se lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão." (Pv 16.33). Da mesma maneira, qualquer coisa que se decida em nossa vida, a manifestação da vontade soberana de Deus é evidente. Quando passamos num concurso, quando elegemos pastores e presbíteros, quando escolhemos uma esposa ou a casa que vamos morar. Existem meios ordinários de se tomar uma decisão: estudar, eleger, pedir conselhos ou autorização. Seja qual for o meio ordinário pelo qual viremos a escolher ou decidir algo, devemos sempre ter em mente que  a resposta será meramente, absolutamente e tão somente a manifestação da vontade soberana de Deus para nossa edificação, ou para juízo.
     Samuel estava diante do povo para oferecer a eles o que pediram: um rei. "Samuel planejou e organizou, dentro de um contexto de aliança, o acontecimento memorável, levando as pessoas a se conscientizar da acusação de que haviam rejeitado o reinado de Javé (v.19) e, então, dando-lhes seu novo líder. Assim como a arca fora aclamada com grandes gritos (I Sm 4.5), agora, de maneira semelhante, Saul é aclamado. Por exigência popular, havia sido nomeado um rei; contudo, se Israel pensava que seu rei solucionaria todos os problemas do povo ao levá-los a vitórias sem considerar a lei de Deus, estava totalmente errado." (Joyce G. Baldwin). 
     Da mesma maneira, quando nossa vida está pautada em nossos próprios pensamentos, buscando fazer a nossa própria vontade, as decisões vindas da parte de Deus podem representar o Seu juízo sobre nós. Se somos filhos, estas situações adversas serão usadas para nos humilhar, e nos trazer de volta aos seus santos caminhos. Se elegemos maus governantes, se escolhemos pastores segundo nossos próprios conceitos, presbíteros que não são o que a Bíblia exige, se nos casamos em jugo desigual (mesmo com outros 'crentes'), estamos sendo conduzidos por nosso coração corrupto, mas a vontade de Deus não deixou de ser feita! Esta vontade era para nossa disciplina! Quem fez Hitler ascender ao poder? Os homens que o escolheram e depositaram sua confinça em suas promessas loucas, mas Deus o escolheu. Quem elegeu o esquerdista Hugo Chavez para destruir a Venezuela? O próprio povo, por seu voto. Mas não tenha dúvidas, Deus o colocou lá! Assim, podemos dizer como dizia Calvino: "O mundo é o teatro da glória de Deus", onde nada foge de sua soberana determinação!

2 comentários:

  1. Devemos procurar viver em santidade, mas saber que as nossas falhas e possíveis escolhas, certas e erradas, geram consequências. O que precisamos entender, é que, por mais drásticas às vezes que sejam, tudo faz parte do plano de Deus, e se a correção vier para no humilhar e nos rebaixar, é porque Deus nos mostra que somos filhos, e que Ele quer que nos reaproximemos dele. Porque do contrário, seremos bastardos. O povo de Deus fez suas escolhas, e muitas delas erradas, e apesar de Deus amar muito o seu povo, não deixou de o castigar e punir, devemos pensar nisso antes de murmurar diante de qualquer situação que nos acometa.

    ResponderExcluir
  2. Essa é uma verdade que muitas vezes é esquecida por nós. Pensamos primeiramente que tudo o que acontece conosco, acontece pelos nossos feitos e pura e simplesmente por isso. Esquecemos que o nosso esforço e tudo o que fazemos não serve de nada se o objetivo dessas ações não estiver debaixo da vontade de Deus. Nada que acontece, acontece por acaso. Devemos estar atentos então a andar corretamente, fazer aquilo que Ele nos chamou pra fazer para que, SE assim for da Sua vontade, colhamos bons frutos.

    ResponderExcluir